Mídia destaca falta de democracia no Parlamento Europeu, que 'não é barato'
12:15 08.06.2024 (atualizado: 12:42 08.06.2024)
© AP Photo / Luca BrunoPessoas fazem fila em seção eleitoral em Milão, Itália, 8 de junho de 2024
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O Parlamento Europeu ostenta "os atributos de um parlamento de verdade", mas não tem capacidade de propor leis, observa um artigo de opinião no jornal norte-americano Politico.
Os europeus não devem votar nas eleições para o Parlamento Europeu, pois "a democracia europeia seria melhor servida se não votassem e acabassem com essa charada", aconselhou na sexta-feira (7) o jornal norte-americano Politico.
De acordo com o colunista Matthew Karnitschnig, o Parlamento Europeu "pode ostentar os atributos de um parlamento de verdade, com não apenas uma, mas duas câmaras, em Estrasburgo e Bruxelas, sem mencionar seus inúmeros comitês e subcomitês, sua equipe inchada e sua burocracia labiríntica", mas "não possui o único poder que é a força vital de qualquer legislatura de verdade: o poder de legislar".
"Propor leis é um privilégio exclusivo da Comissão Europeia", enquanto "a principal função do Parlamento é criar a aparência de uma democracia vibrante em ação", afirmou.
"Para uma organização que não serve nenhum propósito democrático discernível, o Parlamento não é barato", criticou o artigo, notando que seus membros ganham cerca de € 120.000 (R$ 686.608) por ano, "mais do triplo do salário médio de um cidadão da UE".
Karnitschnig ainda citou como, apesar da decisão da Comissão Europeia de eliminar gradualmente o motor de combustão interna até 2035, a oposição ao passo da União Democrática Cristã (CDU, na sigla em alemão) da Alemanha, o Estado-membro mais poderoso da União Europeia, ameaça a implementação dessa medida.