Chanceler do Equador enfrenta processo de impeachment após invasão policial na embaixada mexicana
00:52 03.07.2024 (atualizado: 06:10 03.07.2024)
© AP Photo / Ginnette RiquelmeA polícia mexicana monta guarda em frente à Embaixada do Equador, na Cidade do México, sábado, 6 de abril de 2024. O presidente mexicano agiu para romper os laços diplomáticos com o Equador depois que a polícia invadiu a Embaixada do México em Quito
© AP Photo / Ginnette Riquelme
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A ministra das Relações Exteriores do Equador, Gabriela Sommerfeld, enfrenta um processo de impeachment na Assembleia Nacional do país por suposto descumprimento de suas funções após a invasão policial na embaixada mexicana em Quito. O caso que gerou uma crise diplomática ocorreu em abril e na ocasião o ex-vice-presidente Jorge Glas foi preso.
"Com cinco votos a favor, foi aprovada a solicitação de impeachment contra a senhora María Gabriela Sommerfeld, ministra das Relações Exteriores e Mobilidade Humana", informou a Comissão de Fiscalização e Controle Político do parlamento em um boletim divulgado nesta terça-feira (2).
De acordo com o documento, tanto Sommerfeld quanto Jhajaira Urresta, deputada responsável por relatar o processo, serão notificadas para que, no prazo de 15 dias, apresentem provas de acusação e defesa.
"Este processo de impeachment começa por descumprimento de funções. A decisão que a Assembleia do Equador tomar marcará um precedente. O país exige funcionários públicos competentes", afirmou Urresta na rede social X.
Retomada de diálogo com o México
No fim de maio, a chanceler chegou a declarar que o país estava pronto para retomar o diálogo com o México, suspenso após o episódio em Quito. Porém, a chanceler afirmou que "a única coisa que não é negociável" é a rendição do ex-vice-presidente Jorge Glas, condenado em dois casos de corrupção e com nova investigação aberta por desvio de fundos públicos. O político atuou no governo do ex-presidente Rafael Correa entre 2013 e 2017.
Já o México impôs como condição que qualquer reaproximação com o Equador seja feita após a entrega de Glas ao país, para que o asilo concedido pouco antes de sua captura se torne efetivo. A homóloga mexicana Alicia Bárcena informou que pediu apoio à embaixada suíça em Quito para visitar Glas na prisão e interceder junto às autoridades equatorianas para que ele pudesse ser entregue ao país.