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Analista: força do BRICS mostra que 'mais países se sentem prejudicados pela política dos EUA'

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Bandeiras dos Estados-membros do BRICS - Sputnik Brasil, 1920, 11.07.2024
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A recente cúpula dos ministros das Relações Exteriores do BRICS, realizada na cidade russa de Nizhny Novgorod, é um sinal de que cada vez mais países se sentem prejudicados pela política dos EUA, escreveu o analista de política externa Adam Gallagher, em sua coluna para o portal Newsweek.
O grupo BRICS era originalmente formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul e, no início deste ano, aderiram Egito, Etiópia, Irã, Emirados Árabes Unidos e Arábia Saudita.
No entanto, antes da reunião de junho, recordou Gallagher, o embaixador russo na China observou que "o número de Estados interessados em [aderir] ao BRICS é muito maior do que esta entidade pode absorver agora", enquanto quase 30 países esperam receber um convite, incluindo Turquia, Tailândia, Venezuela e Bolívia.
Segundo o especialista, esse bloco é uma amostra da nova ordem mundial que muitas nações buscam diante da hegemonia norte-americana.
"Os principais diplomatas do BRICS e do Sul Global falaram da necessidade de construir novas arquiteturas de segurança, governança e financeira para substituir os atuais sistemas liderados pelos EUA que, segundo eles, servem apenas os interesses ocidentais", observou Gallagher.
Ele acrescentou que o BRICS "traz para o primeiro plano as preocupações e queixas dos países do Sul Global, algo que raramente acontece nos fóruns internacionais liderados pelo Ocidente".
A cúpula do BRICS "mostrou que cada vez mais nações se sentem prejudicadas pela política dos EUA, procuram alternativas à liderança de Washington e querem fazer parte da tendência para a desdolarização", disse Gallagher, ressaltando ainda que, "na verdade, as queixas antiocidentais são o valor político que une os membros do BRICS e os países do Sul Global".
Soma-se a isso que, atualmente, o BRICS representa mais de 40% da população do planeta, 30% do território mundial, 34,4% do Produto Interno Bruto (PIB) global e 18% do comércio internacional, segundo dados do próprio bloco.
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'Sérias ramificações para os EUA'

Por outro lado, o grupo detém 47% do petróleo bruto mundial, logo, um BRICS expandido com mais produtores de petróleo e potências regionais, é especialmente preocupante para os Estados Unidos, uma vez que poderia impulsionar a desdolarização, argumenta o analista.
Segundo ele, citando a declaração conjunta da cúpula de junho, o BRICS contribui para subverter o domínio do dólar através da "maior utilização das moedas locais nas transações comerciais e financeiras" entre os países do bloco.
"Essa tentativa de enfraquecer o dólar terá sérias ramificações para os Estados Unidos e a sua economia, particularmente nessa era de inflação", observa Gallagher.
Desde a década de 1970, o dólar dos EUA tem sido a principal moeda para as transações petrolíferas, o que impulsionou a procura pelo dólar, ajudando-o a manter o seu valor e o seu papel como moeda de reserva global.
Contudo, destacou o analista, a política de sanções dos EUA está minando a moeda norte-americana e, portanto, a economia e a posição de Washington no palco das nações.
"As sanções dos EUA cobrem 29% da economia mundial e 40% das reservas globais de petróleo. A aplicação criteriosa e extensa de sanções por Washington foi um fracasso absoluto em termos gerais", afirma Gallagher.
Neste cenário, em que Washington se considera "a nação indispensável", muitos países do mundo multipolar consideram que a hegemonia norte-americana é sustentada pela intimidação e pela hipocrisia, observa Gallagher, e "têm a sensação de que a" ordem baseada em regras só se aplica aos adversários do Ocidente".
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