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'Todo apoio por trás': suporte das Forças Armadas garantiu metade das medalhas brasileiras em Paris

© flickr.com / Divulgação/Marinha do Brasil/3ºSG ET CássioAlunos do Programa Forças no Esporte (Profesp) em treinamento esportivo (jiu-jitsu) no Centro de Educação Física Almirante Adalberto Nunes (Cefan). Rio de Janeiro, 2 de junho de 2022
Alunos do Programa Forças no Esporte (Profesp) em treinamento esportivo (jiu-jitsu) no Centro de Educação Física Almirante Adalberto Nunes (Cefan). Rio de Janeiro, 2 de junho de 2022  - Sputnik Brasil, 1920, 08.08.2024
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Atletas do Programa Atletas de Alto Rendimento (PAAR) conquistaram metade das medalhas olímpicas de Paris até agora. De 14 atletas que chegaram ao pódio, sete são militares do Exército, da Marinha e da Aeronáutica, incluindo a judoca Beatriz Souza, terceiro-sargento do Exército Brasileiro, que conquistou o ouro na categoria +78 kg.
Para falar sobre a importância das Forças Armadas no desenvolvimento desses talentos, a Sputnik Brasil conversou com o contra-almirante fuzileiro naval Cláudio Leite, comandante do Centro de Educação Física Almirante Adalberto Nunes (Cefan), no Rio de Janeiro.

Programa Olímpico da Marinha

O PAAR tem braço dentro de todas as três forças. Na força naval, é o Programa Olímpico da Marinha (Prolim), coordenado por Leite. O contra-almirante explica que os atletas que ingressam no programa se tornam militares temporários por um período máximo de oito anos, o limite previsto em lei.

"Nesse tempo eles vão se dedicar ao treinamento esportivo, evoluir e manter o seu desempenho."

Selecionados por meio de edital público, o atleta selecionado para o programa recebe um "apoio muito forte da Marinha".
Não só o desportista pode utilizar as instalações de treinamento do Cefan, como também entrar na força com a patente de terceiro-sargento, recebendo os vencimentos da categoria "que ficam líquidos entre R$ 4 mil e R$ 5 mil", afirma Leite.
Além disso, ele tem direito a todo o apoio de saúde que a Marinha oferece:
"[…] médico, odontológico, fisioterapeuta, psicológico e psicologia desportiva." Caso queira, o atleta também pode escolher se hospedar no Cefan e praticar com os treinadores militares do centro.

"Esse apoio da Marinha dá muita tranquilidade para ele poder focar somente no treinamento, sem se preocupar com essa parte logística que a Marinha fornece."

Estar na força ainda dá aos atletas a chance de participar dos Jogos Mundiais Militares, "uma espécie de Olimpíada do mundo militar", destaca o comandante.
A competição, que também acontece de quatro em quatro anos, concede ao atleta a oportunidade de comparar seu progresso e pôr à prova suas habilidades em um palco mundial antes das Olimpíadas de Verão.
Ginasta soviética Natalia Vitalyevna durante apresentação nos Jogos Olímpicos de 1980, quando foi bicampeã na trave e no solo. Moscou, julho de 1980 - Sputnik Brasil, 1920, 23.07.2024
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Instrumento da hegemonia ocidental: Olimpíadas são cada vez mais usadas como arma política?
"O treinamento militar e o treinamento olímpico, em linhas gerais, têm suas semelhanças", diz Leite. Atletas de alto rendimento, marinheiros e fuzileiros têm "virtudes semelhantes", como "disciplina, coragem, tenacidade, dedicação, abnegação".

"Sem essas qualidades, a pessoa não será um bom marinheiro e essa pessoa também não será um bom atleta."

Laura Amaro: uma joia da Marinha

A competidora de levantamento de peso olímpico, ou halterofilismo, Laura Amaro é "um caso muito especial" para a Marinha, ressalta Leite.
A sargento, que vai disputar na categoria de 81 kg no dia 10 de agosto, começou sua trajetória esportiva no Programa Forças no Esporte (Profesp), desenvolvido pelo Ministério da Defesa e implementado pelas Forças Armadas. De cunho social, o programa democratiza o acesso aos esportes para crianças em áreas de vulnerabilidade social.
Desde pequena, Amaro treina no Cefan, diz o contra-almirante. "Hoje, nove anos depois do início dos seus treinos, ela chegou ao topo do seu esporte competindo nos Jogos Olímpicos."
"A sargento Laura Amaro serve de grande exemplo para todas as mulheres militares, todas as mulheres mais jovens que estão começando no esporte, muitas vezes em um programa social, e que sonham alcançar os mesmos objetivos que ela alcançou."
Soldados participam dos últimos treinamentos antes da formatura, no Centro de Instrução Almirante Milcíades Portela Alves (CIAMPA). Rio de Janeiro, 26 de junho de 2024 - Sputnik Brasil, 1920, 27.06.2024
Notícias do Brasil
Marinha do Brasil faz história ao formar a 1ª turma de mulheres fuzileiros navais (VÍDEO)
O contra-almirante destaca que a Marinha foi a primeira força a receber mulheres em seu quadro. De 1980 até a atualidade, três mulheres — duas médicas e uma engenheira — chegaram ao posto de contra-almirante. "Poucos chegam nesse posto", sublinha Leite.
"E a Marinha recentemente abriu as últimas portas que faltavam para o ingresso total da mulher em todas as atividades da Marinha do Brasil." No último dia 5 de julho, a Marinha formou sua primeira turma de fuzileiros navais com participação feminina e já abriu o edital para a próxima.

"A Marinha entende já, há muito tempo, que competência e dedicação são atributos encontrados tanto nos homens como nas mulheres."

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