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Entre marombeiros e fitoterápicos: possíveis benefícios de 'superalimentos' são promessas vazias?
Entre marombeiros e fitoterápicos: possíveis benefícios de 'superalimentos' são promessas vazias?
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No cenário alimentar contemporâneo, o termo "superalimento" se tornou um verdadeiro mantra do marketing, prometendo benefícios extraordinários à saúde em pouco... 21.08.2024, Sputnik Brasil
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Os famosos marombeiros, além de se submeterem a uma série de exercícios complexos, investem também em sua nutrição apostando na "superalimentação".A popularização do conceito de superalimento não é recente. O termo começou a ganhar destaque em 2004 e tem raízes ainda mais antigas, com uma estratégia de marketing do início do século XX, que visava promover a banana como um alimento excepcionalmente saudável, apesar da falta de estudos substanciais na época.Segundo a nutricionista Paula Carretti, ouvida pelo podcast Jabuticaba sem Caroço, da Sputnik Brasil, "o rótulo de superalimento muitas vezes é mais uma questão de marketing do que de ciência. A realidade é que qualquer alimento pode ser promovido dessa forma, independentemente da comprovação científica de seus benefícios".Superalimentos × fitoterápicosCarretti diferenciou claramente superalimentos de fitoterápicos, estes últimos regulados e estudados de maneira rigorosa.Os fitoterápicos são compostos naturais que possuem comprovações científicas e regulamentações pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), enquanto os superalimentos não necessitam de tais provas.Em relação à popularidade de alguns fitoterápicos, como a ora-pro-nóbis e a cúrcuma, a nutricionista explicou que sua ascensão muitas vezes se deve mais à influência midiática do que a evidências científicas superiores."Embora esses fitoterápicos tenham propriedades benéficas, [o frisson] midiático muitas vezes supera a realidade dos seus benefícios em comparação com outros alimentos igualmente nutritivos", afirmou.Ela também abordou a questão dos alimentos in natura e minimamente processados, recomendados pelo Guia Alimentar para a População Brasileira como base para uma dieta equilibrada.Carretti abordou ainda a questão do estresse, tópico frequentemente negligenciado nas discussões sobre saúde."O estresse é um fator significativo que afeta a saúde geral e pode comprometer até mesmo os melhores esforços em dieta e exercícios. A saúde não se resume ao que comemos ou à frequência com que nos exercitamos, mas inclui também a gestão do estresse", observou.Plantas medicinaisAngélica Fiut, presidente da Associação Brasileira de Fitoterapia (Abfit), destacou que a fitoterapia vai além da simples incorporação de plantas nos alimentos. "A fitoterapia não se restringe a alimentos; ela abrange o uso de plantas medicinais de várias formas, como chás, cápsulas, xaropes e tinturas", explicou.Ela enfatizou que as plantas medicinais podem ser empregadas de maneira diversificada, desde preparações caseiras até produtos farmacêuticos manipulados, sempre com a orientação de um profissional de saúde.O crescente interesse por fitoterápicos reflete uma mudança significativa na abordagem dos tratamentos de saúde.O fenômeno da fitoterapia está intrinsecamente ligado ao aumento da consciência sobre a alimentação saudável e a preferência por produtos menos processados.Fiut observou que "as pessoas estão cada vez mais buscando alimentos in natura e evitando os ultraprocessados".Ainda, informou que "o conceito de superalimento pode se aplicar a diversos alimentos, desde que consumidos de forma regular e dentro de um plano alimentar equilibrado".
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Entre marombeiros e fitoterápicos: possíveis benefícios de 'superalimentos' são promessas vazias?
21:05 21.08.2024 (atualizado: 22:11 21.08.2024) Especiais
No cenário alimentar contemporâneo, o termo "superalimento" se tornou um verdadeiro mantra do marketing, prometendo benefícios extraordinários à saúde em pouco tempo.
Os famosos marombeiros, além de se submeterem a uma série de exercícios complexos, investem também em sua nutrição apostando na "superalimentação".
A popularização do conceito de superalimento não é recente. O termo começou a ganhar destaque em 2004 e tem raízes ainda mais antigas, com uma estratégia de marketing do início do século XX, que visava promover a banana como um alimento excepcionalmente saudável, apesar da falta de
estudos substanciais na época.
Segundo a nutricionista Paula Carretti, ouvida pelo podcast Jabuticaba sem Caroço, da Sputnik Brasil, "o rótulo de superalimento muitas vezes é mais uma questão de marketing do que de ciência. A realidade é que qualquer alimento pode ser promovido dessa forma, independentemente da comprovação científica de seus benefícios".
Superalimentos × fitoterápicos
Carretti diferenciou claramente superalimentos de fitoterápicos, estes últimos regulados e estudados de maneira rigorosa.
Os fitoterápicos são compostos naturais que possuem comprovações científicas e regulamentações pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), enquanto os superalimentos não necessitam de tais provas.
Em relação à popularidade de alguns fitoterápicos, como a ora-pro-nóbis e a cúrcuma, a nutricionista explicou que sua ascensão muitas vezes se deve mais à influência midiática do que a evidências científicas superiores.
"Embora esses fitoterápicos tenham propriedades benéficas, [o frisson] midiático muitas vezes supera a realidade dos seus benefícios em comparação com outros alimentos igualmente nutritivos", afirmou.
Ela também abordou a questão dos
alimentos in natura e minimamente processados, recomendados pelo Guia Alimentar para a População Brasileira como base para uma dieta equilibrada.
"Não há substituto para uma dieta balanceada e variada. O conceito de superalimento pode atrair a atenção, mas uma alimentação saudável e equilibrada deve ser a prioridade", arguiu a especialista.
Carretti abordou ainda a questão do estresse, tópico frequentemente negligenciado nas discussões sobre saúde.
"O estresse é um fator significativo que afeta a saúde geral e pode comprometer até mesmo os melhores esforços em dieta e exercícios. A saúde não se resume ao que comemos ou à frequência com que nos exercitamos, mas inclui também a gestão do estresse", observou.
Angélica Fiut, presidente da Associação Brasileira de Fitoterapia (Abfit), destacou que a fitoterapia vai além da simples incorporação de plantas nos alimentos. "A fitoterapia não se restringe a alimentos; ela abrange o uso de plantas medicinais de várias formas, como chás, cápsulas, xaropes e tinturas", explicou.
Ela enfatizou que as plantas medicinais podem ser empregadas de maneira diversificada, desde preparações caseiras até produtos farmacêuticos manipulados, sempre com a orientação de um profissional de saúde.
O crescente interesse por fitoterápicos reflete uma mudança significativa na abordagem dos tratamentos de saúde.
"Nos últimos anos, a fitoterapia não só ganhou destaque no campo das terapias alternativas, mas também foi incorporada ao Sistema Único de Saúde [SUS] desde 2006", destacou Fiut. Esse reconhecimento institucional é reflexo da crescente demanda por abordagens menos invasivas e mais naturais no cuidado com a saúde.
O fenômeno da fitoterapia está intrinsecamente ligado ao aumento da consciência sobre a alimentação saudável e a preferência por produtos menos processados.
Fiut observou que "as pessoas estão cada vez mais buscando alimentos in natura e evitando os ultraprocessados".
Ainda, informou que "o conceito de superalimento pode se aplicar a diversos alimentos, desde que consumidos de forma regular e dentro de
um plano alimentar equilibrado".
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