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Analista: China pede cooperação 'ganha-ganha' enquanto EUA veem 'jogo de soma zero'

© AP Photo / Eugene HoshikoA vista da Nova Zona de Desenvolvimento de Pudong, Xangai, China, 2 de maio de 2008
A vista da Nova Zona de Desenvolvimento de Pudong, Xangai, China, 2 de maio de 2008 - Sputnik Brasil, 1920, 24.09.2024
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A República Popular da China continua buscando parcerias mutuamente benéficas com os Estados Unidos e o resto do mundo, mas os líderes dos EUA estão comprometidos em ver a ascensão do país asiático como um desafio à sua hegemonia, de acordo com o analista K.J. Noh.
Pequim tem perseguido cada vez mais a busca pelo desenvolvimento econômico que forneça benefícios tangíveis para os países parceiros, construindo ferrovias de alta velocidade e outros projetos por meio de sua Iniciativa Cinturão e Rota.
Falando à Sputnik, o escritor e ativista pela paz K.J. Noh, ainda na segunda-feira (23), discutiu a rivalidade econômica posta entre Washington e Pequim, enquanto o diplomata chinês sênior Wu Hailong acusou a vice-presidente dos EUA, Kamala Harris, de não ver o quadro geral dessa disputa entre as duas superpotências.
"Você não pode sempre pensar que precisa vencer [e] sempre presumir que os outros só podem perder", disse Hailong, referindo-se aos comentários feitos pela candidata presidencial democrata durante seu discurso de aceitação no mês passado. Harris insistiu que os Estados Unidos — não a China — deveriam liderar o mundo em avanços relacionados ao espaço e à inteligência artificial (IA), caracterizando a rivalidade entre os EUA e a China como uma "competição para o século XXI".
"Por que nem todos podem vencer?", perguntou Hailong.
"Por que os EUA são os únicos que vencem? Essa perspectiva é uma imagem tão pequena e esse é o problema com as percepções dos Estados Unidos. [...] Não queremos ser os líderes do mundo e, mais importante, não queremos dominar o mundo e ser a próxima América [do Norte]", insistiu o diplomata.

"Os chineses querem relações ganha-ganha", observou Noh, usando um termo frequentemente empregado em declarações públicas oficiais chinesas. "Eles querem relações mutuamente benéficas e acreditam que isso pode ser feito. E não é simplesmente uma política. Na verdade, é a maneira como o sistema econômico funciona se você tiver boas relações mútuas equitativas."

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"Eu lhe dou algo que você precisa, você me dá algo de que preciso e ambos obtemos eficiência com isso. Ou eu te dou algo e isso te ajuda a desenvolver algo, o que me ajuda a desenvolver algo e nós criamos esse tipo de conhecimento ou técnico ou científico comum. Ganha-ganha é como a espécie humana se desenvolveu. É como as sociedades humanas se desenvolveram e o que os EUA querem fazer é transformar isso em [jogo de] soma zero. Ganha-perde, ou melhor, você perde, nós devemos ganhar", afirmou Noh.

A China tem se referido à Iniciativa Cinturão e Rota como "um pilar fundamental da comunidade global de futuro compartilhado", alegando que ajudará a superar as divisões econômicas causadas pelo desenvolvimento econômico desigual na era neoliberal.
"É imperativo abordar problemas globais como crescimento econômico lento, deficiências na governança econômica e desenvolvimento econômico desequilibrado", insistiu o país em uma declaração recente.

"Não é mais aceitável que apenas alguns países dominem o desenvolvimento econômico mundial, controlem as regras econômicas e desfrutem dos frutos do desenvolvimento. A iniciativa tem como alvo o desenvolvimento não apenas da China, mas do mundo em geral."

"A única maneira de os EUA [transformarem o desenvolvimento em um jogo de soma zero] é realmente atropelando a China, ou se envolvendo em outras ações dissimuladas, ou — mais provavelmente e isso se torna cada vez mais visível — se envolvendo em uma guerra quente. É uma política terrível, terrível. Mas a questão é: Kamala Harris sabe o que está fazendo?", questionou o analista.

"As pessoas que estão no controle são as pessoas do [centro de estudos Center for a New American Security], são Kurt Campbell, Michele Flournoy e os outros neoconservadores que estão na administração e eles estarão controlando a agenda da política externa, que foi definida há décadas. Essencialmente, é uma guerra com a China", concluiu.

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