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Pires na mão e sucessivas derrotas: está na hora de Zelensky encarar a realidade sobre a Ucrânia?
Pires na mão e sucessivas derrotas: está na hora de Zelensky encarar a realidade sobre a Ucrânia?
Sputnik Brasil
A cada dia, o cansaço do Ocidente com o conflito na Ucrânia e as mudanças bruscas no panorama global têm intensificado as pressões sobre Vladimir Zelensky. A... 02.10.2024, Sputnik Brasil
2024-10-02T17:40-0300
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A pouco mais de dois meses para as eleições que podem mudar os rumos do principal fiador da Ucrânia no conflito com a Rússia, Vladimir Zelensky esteve nos Estados Unidos em meio à Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) e, como sempre, com o pires na mão em busca de novos recursos.Do temor para a possível vitória de Donald Trump, que promete acabar com o conflito antes mesmo da posse em 2025, para a acusação de usar recursos públicos norte-americanos em favor da campanha da democrata Kamala Harris — cujos sinais demonstram seguir o mesmo caminho do presidente Joe Biden, caso vença —, o ucraniano parece se ver cada vez mais próximo de um beco sem saída.Em busca de reanimar os aliados ocidentais para uma improvável vitória da Ucrânia, Zelensky apostou novas fichas com a invasão das tropas de Kiev na região russa de Kursk. Porém, a cada dia os confrontos mostram mais um fracasso na conta do ucraniano, que em breve terá de enfrentar outro inverno, época em que o Exército do país sofre ainda mais perdas frente aos desafios trazidos pela estação. Aliado a isso, a mídia ocidental também passou a veicular que até os militares de Kiev que estão na linha de frente defendem o início das negociações com a Rússia."Neste momento, estou pensando mais em como salvar o meu pessoal. É muito difícil imaginar que conseguiremos levar o inimigo de volta para as fronteiras de 1991", chegou a declarar um comandante de batalhão ucraniano.Enquanto isso, a fórmula de paz defendida por Zelensky sofre também com a falta de aderência do Sul Global e até atores da União Europeia, como a Hungria, enquanto a proposta de Brasil e China ganha fôlego mundo afora e deixa o ucraniano isolado. Para piorar o panorama, a preocupante escalada da guerra no Oriente Médio, inclusive com o possível envolvimento do Irã em um conflito com Israel, voltou a tirar o foco da situação de Kiev. E como essa sucessão de fatores pode afetar a Ucrânia?Larissa Caroline Souza, mestre pelo Programa de Pós-Graduação em Relações Internacionais da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), pontua à Sputnik Brasil que todos os cenários estão na mesa."Não sei se tudo isso chega a pressionar Zelensky para conversar com [o presidente russo Vladimir] Putin, mas claramente aumenta a desconfiança das pessoas com o governo. Além disso, dependendo do que possa acontecer nos próximos meses e qual será a resposta da Rússia, podemos, sim, ter maior pressão para Zelensky se sentar à mesa. E já vemos isso acontecendo em alguns comentários de forças ocidentais, dizendo que está na hora de Zelensky conversar, mas muitas coisas podem acontecer. Não dá para dizer se esse ou aquele será o motivo", afirma.Para a especialista, a invasão de Kursk inicialmente trouxe fôlego para a Ucrânia retomar espaço na mídia, cenário que rapidamente se alterou. "A Ucrânia queria quebrar um pouco essa fadiga com o conflito e a sua perda de força", resume.Já o pesquisador do Laboratório de Estudos Políticos de Defesa e Segurança Pública da UERJ Lier Pires Ferreira explica, também em declarações à Sputnik Brasil, que o eixo Washington-Bruxelas busca a todo momento testar os limites da Rússia e, para isso, segue apostando na continuidade dos confrontos."O povo ucraniano está sofrendo imensamente, e relatórios da ONU apontam que há contração econômica, desemprego, fome e muitas outras mazelas, inclusive uma dívida impagável com o Ocidente", diz.OTAN e a influência na manutenção do conflito ucranianoMais uma vez, a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) aparece como protagonista para a manutenção de um conflito que já poderia ter sido encerrado e poupado tantas dificuldades. Ferreira recorda que o acordo de 1990, firmado pela aliança com a então União Soviética, que se comprometia a não expandir forças para o leste, não foi cumprido."Logo, assim como os EUA não permitiram a implantação dos mísseis nucleares em território cubano, gerando nos anos 1960 a Crise dos Mísseis, o arrepio do direito internacional, do ponto realista e pragmático, a Rússia não permitirá o ingresso da Ucrânia ou da Geórgia na OTAN", enfatiza.Mesmo assim, a entidade dá sinais de que não vai desistir desse plano. Durante a posse nesta quarta-feira (2), o novo secretário-geral da OTAN, Mark Rutte, disse que uma das prioridades da aliança militar é justamente a Ucrânia. Segundo o especialista, nada disso contribui com o diálogo e a negociação entre Moscou e Kiev."O segundo [obstáculo para a paz] é o próprio Zelensky. O presidente da Ucrânia apostou todas as suas fichas na resistência, indo muito além do que era possível prever há quase mil dias — quando o conflito começou. Uma negociação absolutamente desfavorável aos interesses nacionais ucranianos seria deletéria ao presidente Zelensky, comprometendo seu futuro político, senão sua própria vida. Pelo muito que há em jogo, do ponto de vista nacional e pessoal, Zelensky é um obstáculo à paz neste momento, embora nós saibamos que os interesses ucranianos serão os menos relevantes em uma futura mesa", afirma.Invasão em Kursk trouxe 'resultados bélicos pífios'De volta à atuação ucraniana em Kursk, o especialista classifica como pífios os resultados bélicos para o Exército de Kiev, que demonstrou não ter recursos humanos e financeiros para se sustentar no front.Zelensky e seu plano de paz descolado da realidadeMesmo com todos esses fatores que apontam a derrocada de Zelensky, o ucraniano apresentou um plano de paz em dez pontos que, segundo o pesquisador da UERJ, é "deslocado da realidade", principalmente do ponto de vista político, já que desconsidera por completo os interesses russos.E assim como o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, Vladimir Zelensky depende da escalada do conflito para se perpetuar no poder, enfatiza o especialista.
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A pouco mais de dois meses para as eleições que podem mudar os rumos do principal fiador da Ucrânia no conflito com a Rússia,
Vladimir Zelensky esteve nos Estados Unidos em meio à Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) e, como sempre, com o pires na mão em busca de novos recursos.
Do temor para a
possível vitória de Donald Trump, que promete acabar com o conflito antes mesmo da posse em 2025, para a acusação de usar recursos públicos norte-americanos em favor da campanha da democrata Kamala Harris — cujos sinais demonstram seguir o
mesmo caminho do presidente Joe Biden, caso vença —, o ucraniano parece se ver cada vez mais próximo de um beco sem saída.
Em busca de reanimar os aliados ocidentais para uma improvável vitória da Ucrânia, Zelensky apostou novas fichas com a
invasão das tropas de Kiev na região russa de Kursk. Porém, a cada dia os confrontos mostram mais um fracasso na conta do ucraniano, que em breve terá de enfrentar outro inverno, época em que o Exército do país sofre ainda mais perdas frente aos desafios trazidos pela estação. Aliado a isso, a mídia ocidental também passou a veicular que até os militares de Kiev que estão na linha de frente
defendem o início das negociações com a Rússia.
"Neste momento, estou pensando mais em como salvar o meu pessoal. É muito difícil imaginar que conseguiremos levar o inimigo de volta para as fronteiras de 1991", chegou a declarar um comandante de batalhão ucraniano.
Enquanto isso, a fórmula de paz defendida por Zelensky sofre também com a falta de aderência do Sul Global e até atores da União Europeia, como a Hungria, enquanto a proposta de
Brasil e China ganha fôlego mundo afora e deixa o ucraniano isolado. Para piorar o panorama, a preocupante escalada da guerra no Oriente Médio, inclusive com o possível
envolvimento do Irã em um conflito com Israel, voltou a tirar o foco da situação de Kiev. E como essa sucessão de fatores pode afetar a Ucrânia?
Larissa Caroline Souza, mestre pelo Programa de Pós-Graduação em Relações Internacionais da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), pontua à Sputnik Brasil que todos os cenários estão na mesa.
"Não sei se tudo isso chega a pressionar Zelensky para conversar com [o presidente russo Vladimir] Putin, mas claramente aumenta a desconfiança das pessoas com o governo. Além disso, dependendo do que possa acontecer nos próximos meses e qual será a resposta da Rússia, podemos, sim, ter maior pressão para Zelensky se sentar à mesa. E já vemos isso acontecendo em alguns comentários de forças ocidentais, dizendo que está na hora de Zelensky conversar, mas muitas coisas podem acontecer. Não dá para dizer se esse ou aquele será o motivo", afirma.
Para a especialista, a invasão de Kursk inicialmente trouxe fôlego para a Ucrânia retomar espaço na mídia, cenário que rapidamente se alterou. "A Ucrânia queria quebrar um pouco essa fadiga com o conflito e a sua perda de força", resume.
Já o pesquisador do Laboratório de Estudos Políticos de Defesa e Segurança Pública da UERJ Lier Pires Ferreira explica, também em declarações à Sputnik Brasil, que o
eixo Washington-Bruxelas busca a todo momento testar os limites da Rússia e, para isso, segue
apostando na continuidade dos confrontos.
"O povo ucraniano está sofrendo imensamente, e relatórios da ONU apontam que há contração econômica, desemprego, fome e muitas outras mazelas, inclusive uma dívida impagável com o Ocidente", diz.
OTAN e a influência na manutenção do conflito ucraniano
Mais uma vez, a
Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) aparece como protagonista para a manutenção de um conflito que já poderia ter sido encerrado e poupado tantas dificuldades. Ferreira recorda que o acordo de 1990, firmado pela aliança com a então União Soviética, que se comprometia a
não expandir forças para o leste, não foi cumprido.
"Logo, assim como os EUA não permitiram a implantação dos mísseis nucleares em território cubano, gerando nos anos 1960 a Crise dos Mísseis, o arrepio do direito internacional, do ponto realista e pragmático, a Rússia não permitirá o ingresso da Ucrânia ou da Geórgia na OTAN", enfatiza.
Mesmo assim, a entidade dá sinais de que não vai desistir desse plano. Durante a posse nesta quarta-feira (2), o
novo secretário-geral da OTAN, Mark Rutte, disse que uma das prioridades da aliança militar é justamente a Ucrânia. Segundo o especialista, nada disso contribui com o diálogo e a negociação entre Moscou e Kiev.
"O segundo [obstáculo para a paz] é o próprio Zelensky. O presidente da Ucrânia apostou todas as suas fichas na resistência, indo muito além do que era possível prever há quase mil dias — quando o conflito começou. Uma negociação absolutamente desfavorável aos interesses nacionais ucranianos seria deletéria ao presidente Zelensky, comprometendo seu futuro político, senão sua própria vida. Pelo muito que há em jogo, do ponto de vista nacional e pessoal, Zelensky é um obstáculo à paz neste momento, embora nós saibamos que os interesses ucranianos serão os menos relevantes em uma futura mesa", afirma.
Invasão em Kursk trouxe 'resultados bélicos pífios'
De volta à atuação ucraniana em Kursk, o especialista classifica como pífios os resultados bélicos para o Exército de Kiev, que demonstrou não ter recursos humanos e financeiros para se sustentar no front.
"Se o propósito era cortar as linhas logísticas que sustentam as tropas russas no território ucraniano, isso não só não aconteceu. Para piorar, abriu uma nova frente em que a Ucrânia não é capaz de se sustentar. Pensando do ponto de vista militar, não político ou propagandístico, não creio que os estrategistas ocidentais acreditem hoje na capacidade ucraniana de virar o jogo nos campos de batalha. Os conflitos em Donbass deixaram muito nítidas as insuficiências táticas e estratégicas da Ucrânia. A dificuldade de seus pilotos em operar no limite com os caças F-16 por pura falta de treinamento também. Se os drones estão mudando os fundamentos da guerra, como declarado recentemente por Putin, talvez o complexo industrial-militar russo hoje esteja mais preparado para a guerra do que a OTAN e seus aliados, inclusive os países eslavos e nórdicos do Leste Europeu", argumenta.
Zelensky e seu plano de paz descolado da realidade
Mesmo com todos esses fatores que apontam a derrocada de Zelensky, o ucraniano apresentou um
plano de paz em dez pontos que, segundo o pesquisador da UERJ, é "deslocado da realidade", principalmente do ponto de vista político, já que desconsidera por completo os interesses russos.
"O plano de Zelensky só faria sentido se a Ucrânia fosse a vencedora, sendo, portanto, um plano imposto pelo vencedor ao vencido. Como não é esse o caso, é insustentável. Para completar, trago à baila que o Plano da Vitória, que Zelensky também tentou vender ao Ocidente em seu mais recente périplo pelos EUA, não inspirou confiança e, sem confiança, não há adesão. Só a intransigência idealista da OTAN e seus aliados sustenta a situação, pois é certo que Putin não irá recuar. A Rússia aprendeu com os erros do passado, quando acreditou nas promessas de paz do Ocidente."
E assim como o
primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, Vladimir Zelensky depende da escalada do conflito para se perpetuar no poder, enfatiza o especialista.
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