Mídia: aquisição de obuseiros israelenses pelo Brasil está 'congelada' devido à guerra em Gaza
05:19 08.10.2024 (atualizado: 05:29 08.10.2024)
© Foto / Divulgação/Elbit SystemsObuseiro Atmos, da Elbit Systems
© Foto / Divulgação/Elbit Systems
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Cinco meses após o Exército Brasileiro anunciar sua decisão de comprar obuseiros da Elbit Systems de Israel, o projeto continua suspenso devido às críticas do presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva às ações de Israel em Gaza.
De acordo com o Defense News, fontes militares em Brasília que falaram sob condição de anonimato informaram que o projeto continua "congelado", mas não formalmente cancelado já que o presidente "não assinou nenhuma ordem executiva, nem para cancelar a aquisição do ATMOS 2000, nem para reabrir a licitação para selecionar e negociar outra solução", disse uma fonte.
O governo federal escolheu a Elbit em maio para entregar 36 obuseiros autopropulsados ATMOS 2000 em um acordo no valor de US$ 210 milhões (cerca de R$ 1,09 bilhão) em um esforço combinado do ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, e do chefe do Exército, general Tomás Miguel Ribeiro Paiva, para reequipar as Forças Armadas do país.
Segundo as fontes, ambos continuam trabalhando para desbloquear o projeto, dizendo que não se trata de uma escolha ideológica, mas pragmática. Em outra ocasião, o ministro da Defesa chegou a dizer que não será a compra brasileira a responsável por manter o esforço de guerra israelense em Gaza, e que esperava convencer Lula de manter o acordo.
Fontes militares acreditam que escolher outro fornecedor aumentaria o atraso e teria um impacto negativo em várias empresas locais, que vão participar do processo de produção de peças e da montagem final das armas como parte condicionante para a aquisição.
A decisão de adquirir o ATMOS 2000 encerrou um processo de licitação para obuseiros autopropulsados blindados. Os outros fornecedores que entraram no certame foram a francesa KNDS com o Caesar, uma aliança entre a eslovaca Konstrukta Defense e a tcheca Excalibur com o Zuzana 2, e a chinesa NORINCO com o SH-15.
Ainda segundo a apuração, tensões entre o governo da Colômbia e Israel, também alimentadas pela guerra de Gaza, não tiveram efeito até agora em um pedido de 18 ATMOS 2000 no valor de US$ 102 milhões (aproximadamente R$ 560,8 milhões), feito no início de 2023 pelo país sul-americano.