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'Promessa feita, promessa mantida': Trump precisa definir agora como acabar com a crise ucraniana

© AP Photo / Andrew HarnikEx-presidente Donald Trump olha para o público enquanto discursa em sua propriedade Mar-a-Lago em Palm Beach, Flórida, 8 de novembro de 2022.
Ex-presidente Donald Trump olha para o público enquanto discursa em sua propriedade Mar-a-Lago em Palm Beach, Flórida, 8 de novembro de 2022. - Sputnik Brasil, 1920, 07.11.2024
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Por inúmeras ocasiões o então candidato Donald Trump avaliou a situação na Ucrânia afirmando que antes mesmo de tomar posse, terminaria com o conflito. Entre propostas de China e Brasil, plano de vitória de Zelensky e pressão da União Europeia (UE), o próximo presidente dos EUA precisa definir o que fazer.

Em seu discurso de vitória, Trump disse: "Vou governar com um lema simples: promessa feita, promessa mantida. Vamos cumprir nossas promessas."

Uma das promessas de Donald Trump, que foi acabar com o conflito na Ucrânia, coloca em causa a postura adotada pela gestão de Joe Biden de manter as remessas de ajuda militar por tempo indeterminado, o que já deixa delineado um prazo para que Trump decida junto a conselheiros e assessores, que postura adotar ante a questão posta por ele: acabar com as guerras pelo mundo.
De acordo com artigo do The Wall Street Journal (WSJ), fontes próximas ao presidente eleito afirmam que está na mesa uma proposta em que Kiev prometeria não se juntar à Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) por pelo menos 20 anos em troca de continuar recebendo ajuda militar norte-americana. Para isso, no entanto, Rússia e Ucrânia deveriam concordar com a criação de uma zona desmilitarizada de quase 1.300 quilômetros.
Ainda sem detalhes sobre como este território seria supervisionado, uma fonte contou que a ideia é não envolver tropas norte-americanas, nem qualquer organismo internacional financiado pelos EUA, como as Nações Unidas, passando o bastão para aliados na Europa, muito provavelmente.
Trump ainda poderia considerar outras opções, como as sugeridas por Keith Kellogg e Fred Fleitz que estiveram na Casa Branca em seu primeiro mandato sobre criar uma retenção no envio de remessas de armamentos para a Ucrânia até que Kiev concorde em estabelecer canais de negociação de paz com a Rússia. Ou ainda, ter em conta as sugestões emitidas por seu vice-presidente eleito J.D. Vance em setembro, quando ele sugeriu que para além da criação de uma zona desmilitarizada, a Ucrânia não apenas concordaria com a neutralidade, mas Rússia teria garantias disso, bem como o controle dos territórios hoje considerados sob disputa.
Logotipo circular gigante da OTAN erguido na base aérea de Kucove, na Albânia, para uma cerimônia dedicada à reabertura da base após reformas, 4 de março de 2024 - Sputnik Brasil, 1920, 07.11.2024
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Mas qualquer que seja a decisão, Trump precisa considerar outros atores, como seus aliados europeus e, sobretudo, os interesses russos e ucranianos no desfecho desse conflito. O que se tem notado é uma disposição russa para que a saída do conflito seja diplomática, mas uma irredutibilidade ucraniana tem persistido desde a intervenção do Reino Unido nas negociações, mediadas pela Turquia, durante o mandato de Boris Johnson.
Trump, que já se referiu a Vladimir Zelensky como o "maior vendedor", tem nas mão uma decisão com a qual esteve acostumado durante os anos em que comandou o reality show O Aprendiz, mas agora, vai muito além de "demitir" ou "contratar". O projeto que pretende terminar com um conflito que arrisca se espalhar pela Europa pode ser evitado se ele resolver como pretende acabar com ele através de uma saída negociada que considere as partes envolvidas igualmente.
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