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Artista critica modelo 'colonial' dos EUA em mural gigante em São Paulo (VÍDEO)

© Sputnik / Guilherme CorreiaMural do artista Mundano em São Paulo (SP), criado em protesto contra a terceirização das consequências das mudanças climáticas, em registro de 27 de novembro de 2024
Mural do artista Mundano em São Paulo (SP), criado em protesto contra a terceirização das consequências das mudanças climáticas, em registro de 27 de novembro de 2024 - Sputnik Brasil, 1920, 27.11.2024
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O maior mural já pintado por Mundano, um dos principais artistas de rua do Brasil atualmente, vai além de um alerta sobre a emergência climática.
A obra, localizada em um prédio próximo à avenida Paulista, em São Paulo (SP), expõe o impacto destrutivo de um sistema econômico que, segundo ele, enriquece poucos às custas de muitos — com um dedo apontado diretamente para os Estados Unidos.
Usando pigmentos retirados de tragédias ambientais, como cinzas das queimadas na Amazônia e lama das enchentes em Porto Alegre (RS), Mundano denuncia a lógica colonialista que ainda predomina na exploração de recursos naturais. "Estamos vivendo um modelo em que os lucros bilionários acabam nos Estados Unidos, enquanto os impactos ambientais, sociais e econômicos ficam aqui. É um desequilíbrio brutal", disse à Sputnik Brasil.
"Esse mural é um pedido para parar a destruição. Usamos materiais que contam histórias de violência ambiental e resgatam a ancestralidade dos pigmentos naturais, como terra e carvão, usados desde as pinturas rupestres."
O mural, com mais de 1.500 metros quadrados, não apenas resgata a ancestralidade dos pigmentos naturais, mas também expõe as contradições de uma economia global liderada por potências como os EUA.

"Recursos naturais são extraídos daqui, violando direitos humanos e devastando biomas, enquanto o lucro vai para o Hemisfério Norte. É um modelo que perpetua a desigualdade e o colapso ambiental."

O artista e sua equipe escreveram no mural os nomes de 20 bilionários ligados à maior empresa agroindustrial do mundo, a Cargill, com sede nos EUA.
Os nomes eram apagados após serem fotografados, em um apelo para que essas lideranças assumam a responsabilidade pelo impacto ambiental de suas cadeias produtivas. "Eles prometem mudanças, mas continuam promovendo destruição. Estamos aqui para cobrar essas promessas."
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O trabalho foi executado em 15 dias, com a colaboração de cinco artistas e o uso de oito elevadores elétricos para atingir toda a extensão do prédio. O projeto enfrentou desafios como tempestades e calor intenso, mas Mundano ressalta a importância da mensagem. "Se conseguimos pintar algo tão grande com lama e terra, o que os bilionários não conseguem fazer para mudar o mundo?"
Para Thiago "Mundano", há uma relação intrínseca entre humanidade e natureza.

"O que estamos promovendo é uma autodestruição a troco de dinheiro, mas não se come dinheiro, não se bebe dinheiro."

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