https://noticiabrasil.net.br/20241127/momento-unipolar-ou-nao-filosofo-dugin-cita-experiencia-historica-em-discussao-da-questao-37514409.html
Momento unipolar ou não? Filósofo Dugin cita experiência histórica em discussão da questão
Momento unipolar ou não? Filósofo Dugin cita experiência histórica em discussão da questão
Sputnik Brasil
Este artigo é o segundo de um ciclo que revela a opinião do famoso filósofo russo Aleksandr Dugin sobre o caminho e o futuro da época em que vivemos e em que... 27.11.2024, Sputnik Brasil
2024-11-27T09:52-0300
2024-11-27T09:52-0300
2024-11-27T10:20-0300
rússia
china
federação da rússia
vietnã
partido democrata
matrix
estados unidos
partido comunista
comunistas
comunismo
https://cdn.noticiabrasil.net.br/img/07e4/0b/14/16468627_0:186:2981:1862_1920x0_80_0_0_18cb48e03f76570db83b5526c8396aa6.jpg
O debate sobre se se trata de algo irreversível ou, pelo contrário, temporário, transitório, instável, no caso de um ou outro sistema internacional, político e ideológico, tem uma longa história. Muitas vezes, os defensores de alguma teoria insistem veementemente na irreversibilidade dos regimes e transformações sociais com os quais são solidários, enquanto seus oponentes, ou simplesmente céticos e observadores críticos, apresentam a ideia alternativa de que se trata apenas de um momento.É fácil ver isso no exemplo do marxismo. Se, para a teoria liberal, o capitalismo e o regime burguês são o destino da humanidade, ele começa e nunca termina, já que o mundo só pode ser liberal-capitalista e gradualmente todos se tornarão classe média, isto é, burguesia, então os marxistas consideram o próprio capitalismo um momento histórico de desenvolvimento. Ele era necessário para superar o momento anterior (feudal), mas, por sua vez, deve ser superado pelo socialismo e pelo comunismo, e o poder da burguesia deve ser substituído pelo poder dos trabalhadores, e após a destruição dos capitalistas e da propriedade privada apenas os proletários permanecerão na humanidade. O comunismo aqui para os marxistas não é mais um momento, mas, na verdade, é "o fim da história".As revoluções socialistas do século XX, na Rússia, China, Vietnã, Coreia, Cuba, etc., foram uma prova séria que o marxismo estaria certo. Mas a revolução mundial não aconteceu e no mundo começaram a existir dois sistemas ideológicos. Esse era o mundo bipolar que existiu desde 1945 (após a vitória conjunta dos comunistas e capitalistas sobre a Alemanha nazista) até 1991. No confronto ideológico, cada campo afirmava que o campo oposto não era o destino, mas apenas um momento, não o fim da história, mas uma fase dialética intermediária. Os comunistas insistiam que o capitalismo entraria em colapso e o socialismo reinaria em todos os lugares, e que os próprios regimes comunistas existiriam "para sempre". As ideologias liberais respondiam: não, o momento histórico são vocês, vocês são apenas um desvio do caminho de desenvolvimento burguês, um mal-entendido, um desvio, e o capitalismo existirá para sempre. Este é, de fato, o conteúdo da tese de Fukuyama sobre o "fim da história". Em 1991, ele parecia ter razão. O sistema socialista entrou em colapso, e as ruínas da URSS e da China maoísta correram para o mercado, ou seja, passaram para os trilhos capitalistas, confirmando as previsões dos liberais.Claro, alguns marxistas se esconderam e acreditam que ainda não acabou, o sistema capitalista ainda falhará e então chegará a hora da revolução proletária. Mas isso não é certo. Afinal, o proletariado no mundo está se tornando cada vez menor e, em geral, a humanidade está caminhando em uma direção completamente diferente.Muito mais fundamentados são os pontos de vista dos liberais, que, seguindo Fukuyama, equipararam precisamente o comunismo a um momento e proclamaram o "capitalismo infinito". Os parâmetros de uma nova sociedade, na qual o capital atinge a dominação total e real, foram manipulados de várias maneiras pelos pós-modernistas, que propuseram métodos extravagantes de combater o capital por dentro, isso incluía o suicídio proletário, a transformação consciente do indivíduo em um deficiente ou vírus de computador, a mudança de sexo e até mesmo da identidade de espécie.Tudo isso se tornou um programa da esquerda liberal nos EUA e é ativamente apoiado pela elite dominante do Partido Democrata: woke (cultura), cancel culture (cultura do cancelamento), agenda ecológica, transgêneros, transumanismo, etc. Mas tanto os defensores quanto os opositores do capitalismo vitorioso concordaram que esta não é apenas uma fase de desenvolvimento que vai ser substituída por algo mais, mas que esse é o destino e o estágio final do desenvolvimento da humanidade. Só pode haver uma transição para um estado pós-humano, a que os futurologistas chamam de "singularidade". A própria mortalidade do homem é aqui superada em favor da imortalidade mecânica da máquina. Em outras palavras, bem-vindos à Matrix.Assim, na batalha dos dois sistemas ideológicos, a burguesia venceu e se tornou a criadora do paradigma dominante do fim da história.As opiniões expressas neste artigo podem não coincidir com as da redação.
https://noticiabrasil.net.br/20241126/momento-unipolar-ou-fim-da-historia-filosofo-dugin-explica-o-senso-da-reformacao-do-mundo-atual-37502738.html
https://noticiabrasil.net.br/20241030/eua-arruinaram-a-propria-hegemonia-ao-deslegitimar-instituicoes-globais-notam-analistas-37157660.html
https://noticiabrasil.net.br/20241023/eixo-da-revolta-norte-global-cria-termo-para-tentar-isolar-paises-nao-alinhados-notam-analistas-37049843.html
https://noticiabrasil.net.br/20241112/fortalecer-midia-do-sul-global-e-vital-para-combater-narrativa-hegemonica-dizem-autoridades-video-37320136.html
china
federação da rússia
vietnã
estados unidos
sul global
Sputnik Brasil
contato.br@sputniknews.com
+74956456601
MIA „Rossiya Segodnya“
2024
Sputnik Brasil
contato.br@sputniknews.com
+74956456601
MIA „Rossiya Segodnya“
notícias
br_BR
Sputnik Brasil
contato.br@sputniknews.com
+74956456601
MIA „Rossiya Segodnya“
https://cdn.noticiabrasil.net.br/img/07e4/0b/14/16468627_125:0:2854:2047_1920x0_80_0_0_a34639acbdfe7e7aa262e640d73fa2bc.jpgSputnik Brasil
contato.br@sputniknews.com
+74956456601
MIA „Rossiya Segodnya“
rússia, china, federação da rússia, vietnã, partido democrata, matrix, estados unidos, partido comunista, comunistas, comunismo, capitalismo, socialismo, unipolar, multilateralismo, multipolaridade, multiculturalismo, antiglobalismo, globalismo, sul global, história, nova ordem mundial, ordem mundial, filosofia
rússia, china, federação da rússia, vietnã, partido democrata, matrix, estados unidos, partido comunista, comunistas, comunismo, capitalismo, socialismo, unipolar, multilateralismo, multipolaridade, multiculturalismo, antiglobalismo, globalismo, sul global, história, nova ordem mundial, ordem mundial, filosofia
O debate sobre se se trata de algo irreversível ou, pelo contrário, temporário, transitório, instável, no caso de um ou outro sistema internacional,
político e ideológico, tem uma longa história. Muitas vezes, os defensores de alguma teoria insistem veementemente na irreversibilidade dos regimes e transformações sociais com os quais são solidários, enquanto seus oponentes, ou simplesmente céticos e observadores críticos, apresentam a
ideia alternativa de que se trata apenas de um momento.
É fácil ver isso no exemplo do
marxismo. Se, para a
teoria liberal, o capitalismo e o regime burguês são o destino da humanidade, ele começa e nunca termina, já que o mundo só pode ser liberal-capitalista e gradualmente todos se tornarão classe média, isto é, burguesia, então os marxistas consideram o próprio capitalismo um momento histórico de desenvolvimento. Ele era necessário para superar o momento anterior (feudal), mas, por sua vez, deve ser superado pelo socialismo e pelo comunismo, e o poder da burguesia deve ser substituído pelo poder dos trabalhadores, e após a destruição dos capitalistas e da propriedade privada apenas os proletários permanecerão na humanidade. O comunismo aqui para os marxistas não é mais um momento, mas, na verdade, é
"o fim da história".
As revoluções socialistas do século XX, na
Rússia, China, Vietnã, Coreia, Cuba, etc., foram uma prova séria que o marxismo estaria certo. Mas a revolução mundial não aconteceu e no mundo começaram a existir dois
sistemas ideológicos. Esse era o mundo bipolar que existiu desde 1945 (após a vitória conjunta dos
comunistas e capitalistas sobre a Alemanha nazista) até 1991. No confronto ideológico, cada campo afirmava que o campo oposto não era o destino, mas apenas um momento, não o fim da história, mas uma fase dialética intermediária. Os comunistas insistiam que o capitalismo entraria em colapso e o socialismo reinaria em todos os lugares, e que os próprios regimes comunistas existiriam "para sempre". As ideologias liberais respondiam: não, o momento histórico são vocês, vocês são apenas um desvio do caminho de desenvolvimento burguês, um mal-entendido, um desvio, e o capitalismo existirá para sempre. Este é, de fato, o conteúdo da tese de Fukuyama sobre o "fim da história". Em 1991, ele parecia ter razão. O sistema socialista entrou em colapso, e
as ruínas da URSS e da China maoísta correram para o mercado, ou seja, passaram para os trilhos capitalistas, confirmando as previsões dos liberais.
Claro, alguns marxistas se esconderam e acreditam que ainda não acabou, o sistema capitalista ainda falhará e então chegará a hora da revolução proletária. Mas isso não é certo. Afinal, o proletariado no mundo está se tornando cada vez menor e, em geral, a humanidade está caminhando em uma direção completamente diferente.
Muito mais fundamentados são os pontos de vista dos liberais, que, seguindo Fukuyama, equipararam precisamente o comunismo a um momento e proclamaram o "capitalismo infinito". Os parâmetros de uma nova sociedade, na qual o capital atinge a dominação total e real, foram manipulados de várias maneiras pelos
pós-modernistas, que propuseram métodos extravagantes de combater o capital por dentro, isso incluía o suicídio proletário, a transformação consciente do indivíduo em um deficiente ou vírus de computador, a mudança de sexo e até mesmo da identidade de espécie.
Tudo isso se tornou um programa da esquerda liberal nos EUA e é ativamente apoiado pela
elite dominante do Partido Democrata:
woke (cultura),
cancel culture (cultura do cancelamento),
agenda ecológica,
transgêneros,
transumanismo, etc. Mas tanto os defensores quanto os opositores do capitalismo vitorioso concordaram que esta não é apenas uma fase de desenvolvimento que vai ser substituída por algo mais, mas que esse é o destino e o estágio final do desenvolvimento da humanidade. Só pode haver uma transição para um estado pós-humano, a que os futurologistas chamam de
"singularidade". A própria mortalidade do homem é aqui superada em favor da imortalidade mecânica da máquina. Em outras palavras, bem-vindos à Matrix.
Assim, na batalha dos dois sistemas ideológicos, a burguesia venceu e se tornou a criadora do paradigma dominante do fim da história.
As opiniões expressas neste artigo podem não coincidir com as da redação.
Acompanhe as notícias que a grande mídia não mostra!
Siga a Sputnik Brasil e tenha acesso a conteúdos exclusivos no nosso canal no Telegram.
Já que a Sputnik está bloqueada em alguns países, por aqui você consegue baixar o nosso aplicativo para celular (somente para Android).