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Enviado especial para a Ucrânia de Trump não apresenta mudança política decisiva, diz especialista

© Sputnik / Sergey Guneev / Acessar o banco de imagensAperto de mãos entre o presidente russo Vladimir Putin e o presidente dos EUA, Donald Trump, no palácio presidencial em Helsinque durante reunião
Aperto de mãos entre o presidente russo Vladimir Putin e o presidente dos EUA, Donald Trump, no palácio presidencial em Helsinque durante reunião - Sputnik Brasil, 1920, 02.12.2024
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A escolha do presidente eleito dos EUA, Donald Trump, para enviado especial para a Ucrânia e a Rússia, Keith Kellogg, não representa uma grande mudança na abordagem do governo Joe Biden para o conflito, já que os interesses nacionais da Rússia ainda não são levados em consideração, disse o professor de ciência política Nicolai Petro à Sputnik.
Trump anunciou na semana passada que estava nomeando Kellogg, o conselheiro de Segurança Nacional em seu primeiro governo, para servir como assistente do presidente e enviado especial para a Ucrânia e a Rússia. Após o anúncio, Kellogg expressou sua prontidão para "garantir a paz por meio da força", ao mesmo tempo em que defendia os interesses dos EUA.

"A nomeação do tenente-general [aposentado] Keith Kellogg para ser enviado especial à Ucrânia não é uma mudança decisiva em relação às políticas de Biden, mas sim um meio-termo, rotulado como 'América Primeiro/Paz pela Força' ou AFPS [na sigla em inglês]. A principal força do AFPS, para Kellogg, está na imprevisibilidade de Trump. Se [o presidente russo, Vladimir] Putin não sabe como Trump responderá, argumenta Kellogg, é improvável que ele seja tão agressivo", disse o professor de ciência política da Universidade de Rhode Island Nicolai Petro.

Por essa visão, as políticas do presidente russo seriam consideradas derivadas das de Trump, e uma mistura de beligerância militar e imprevisibilidade com indícios de um possível compromisso seria o necessário para condicionar os objetivos da política externa de Moscou. Petro alerta que essa abordagem é "o pior dos dois mundos", pois aumenta as tensões bilaterais ao insistir que apenas os EUA podem mudar a visão da Rússia sobre seus interesses nacionais, ao mesmo tempo em que tenta diminuir as tensões sugerindo um compromisso que só é aceitável para Washington.
O então presidente dos EUA, Donald Trump, posa para foto com o tenente-general aposentado do Exército Keith Kellogg, em Mar-a-Lago, propriedade de Trump em Palm Beach, na Flórida, em 20 de fevereiro de 2017 - Sputnik Brasil, 1920, 27.11.2024
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Quem é Keith Kellogg, escolhido por Trump como enviado especial para Ucrânia e Rússia?

"No cerne de qualquer compromisso está a compreensão dos interesses vitais do seu oponente. Na narrativa de Kellogg, no entanto, o ponto essencial — que tais compromissos também devem ser aceitáveis para a Rússia — nunca é sequer mencionado. Os otimistas de Trump dirão que os interesses vitais da Rússia não precisam ser explicitamente abordados, porque são muito bem compreendidos. Os pessimistas de Trump, dos quais eu sou um, temem que não estejam sendo explicitamente abordados porque ainda não há desejo em Washington de reconhecer que tais interesses sequer existem", explicou Petro.

A eleição presidencial nos Estados Unidos ocorreu em 5 de novembro. O candidato republicano Donald Trump, que serviu como presidente dos EUA de 2017 a 2021, foi declarado vencedor por todos os principais comentaristas e redes de notícias. O Colégio Eleitoral votará de acordo com a vontade dos eleitores em 17 de dezembro, e o novo Congresso aprovará os resultados da votação em 6 de janeiro. A posse presidencial ocorrerá em 20 de janeiro.
Durante sua campanha eleitoral, Trump prometeu alcançar uma resolução para o conflito na Ucrânia por meio de negociações, alegando repetidamente que poderia resolvê-lo em apenas um dia. Autoridades russas acreditam que a questão é complexa demais para uma solução tão simples.
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