Em discurso nada diplomático, Annalena Baerbock diz que Pequim 'contraria Europa' ao apoiar Rússia
© AP Photo / Andy WongA ministra das Relações Exteriores da Alemanha, Annalena Baerbock, ouve perguntas de jornalistas durante uma coletiva de imprensa em um hotel em Pequim, 2 de dezembro de 2024
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A ministra das Relações Exteriores da Alemanha, Annalena Baerbock, chegou à China para discussões com seu colega, Wang Yi, em 2 e 3 de dezembro, usando tudo, menos as ferramentas da diplomacia.
Durante sua viagem aos EUA em setembro de 2023, a principal diplomata alemã reafirmou a intenção de Berlim de apoiar Kiev "pelo tempo que for preciso". Além disso, a ministra das Relações Exteriores da Alemanha, Annalena Baerbock, gerou polêmica ao chamar o presidente chinês Xi Jinping de "ditador" durante uma entrevista na ocasião.
Desta vez, Baerbock mergulhou em um discurso de acusações, alegando que a Rússia estava "destruindo nossa ordem de paz europeia" e que "aumentar o apoio chinês" à Rússia "tem impacto em nossas relações", de acordo com comunicado do Ministério das Relações Exteriores da Alemanha.
"A China está indo contra nossos principais interesses europeus ao fornecer ajuda econômica e militar à Rússia", disse Baerbock, e "isso não é do interesse da China", ela argumentou.
A principal diplomata da Alemanha, que não escondeu a declaração de que os países europeus estavam travando uma guerra contra a Rússia em 2023, pedindo que mais armas fossem enviadas à Ucrânia, agora alegou que estava na China para defender "um processo de paz justo".
Ao terminar seu discurso sobre a guerra por procuração da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) na Ucrânia, a segurança entrou em ação e escoltou membros da mídia alemã para fora da sala, relatou o Handelsblatt. Também não houve nenhuma declaração conjunta à imprensa com sua contraparte desta vez.
Usando um tom completamente diferente, Wang Yi respondeu dizendo que a China e a Alemanha deveriam "superar a interferência, remover obstáculos [...] e abandonar a velha mentalidade de guerra fria e confronto".
Pequim condenou consistentemente as sanções ocidentais contra a Rússia, pedindo o fim dessas medidas ilegais. Enfatizou que seu comércio com a Rússia é conduzido de forma transparente e é "consistente com as regras da Organização Mundial do Comércio [OMC] e os princípios de mercado".
O presidente russo Vladimir Putin descreveu a relação baseada na confiança entre a Rússia e a China como um dos principais fatores que contribuem para a estabilidade internacional.