Cooperação EUA-Turquia na Síria é viável? Analista avalia 'abordagens divergentes'
© AP Photo / Andrew Caballero-ReynoldsO secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken (E), aperta a mão do ministro das Relações Exteriores da Turquia, Hakan Fidan, após uma coletiva de imprensa conjunta na sede do Ministério na capital turca, Ancara, 13 de dezembro de 2024
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O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, se reuniu recentemente com o ministro das Relações Exteriores turco, Hakan Fidan, em Ancara para discutir a crise na Síria, e afirmou que "há um amplo acordo" entre os países sobre o assunto. Falando à Sputnik, o analista Mehmet Rakipoglu comentou a alegação.
Os objetivos de longo prazo da Turquia na Síria sugerem uma cooperação limitada com os EUA, disse o diretor de Estudos Turcos no Centro Mokha de Estudos Estratégicos, Mehmet Rakipoglu à Sputnik ao comentar as recentes alegações do secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, sobre o "crescente consenso" entre Washington e Ancara sobre a Síria.
"Ao contrário de outros atores na Síria, a Turquia obteve ganhos notáveis e está posicionada para desempenhar um papel decisivo na transformação política e social do país [árabe]. É improvável que a Turquia compartilhe essas conquistas com os EUA em uma estrutura colaborativa mais ampla", disse Rakipoglu.
Embora tanto os EUA quanto a Turquia "tenham compartilhado o interesse" na queda do governo de Assad, "suas abordagens divergentes em relação a atores-chave, como o PYD [um braço sírio do Partido dos Trabalhadores do Curdistão — PKK], criam barreiras significativas para um alinhamento mais profundo", de acordo com o analista.
Por outro lado, o presidente eleito dos EUA, Donald Trump, "pode estar aberto a negociações e parcerias limitadas que se alinhem com os objetivos da Turquia. Essa abordagem pragmática pode abrir caminho para uma cooperação bilateral seletiva e baseada em questões pontuais", acrescentou Rakipoglu.
Quanto ao objetivo comum dos dois de combater o Daesh (organização terrorista proibida na Rússia e em vários outros países), dado que a presença do grupo terrorista na Síria "foi amplamente reduzida, tal cooperação parece improvável em breve", concluiu o especialista.