https://noticiabrasil.net.br/20250131/america-latina-esta-muito-fragmentada-para-enfrentar-trump-afirmam-especialistas-38333379.html
América Latina está muito fragmentada para enfrentar Trump, afirmam especialistas
América Latina está muito fragmentada para enfrentar Trump, afirmam especialistas
Sputnik Brasil
A política contrária à imigração de Donald Trump e suas falas acaloradas geraram o primeiro embate direto com um líder latino-americano: o presidente... 31.01.2025, Sputnik Brasil
2025-01-31T20:04-0300
2025-01-31T20:04-0300
2025-01-31T22:02-0300
panorama internacional
américas
donald trump
gustavo petro
xiomara castro
brasil
celac
américa latina
colômbia
exclusiva
https://cdn.noticiabrasil.net.br/img/07e8/0b/11/37377194_0:245:3062:1967_1920x0_80_0_0_ba4133386ef39fd50f34e636f21f7ccd.jpg
Colômbia e Estados Unidos protagonizaram um incidente diplomático que durou menos de um dia. Por conta da negativa de pouso a um avião de migrantes deportados dos EUA, o presidente norte-americano, Donald Trump, decidiu impor sanções e tarifas à Colômbia. Em resposta, o líder colombiano também impôs taxas às importações estadunidenses.Com o objetivo de discutir as deportações norte-americanas, a presidente de Honduras e presidente pro tempore da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC), Xiomara Castro, convocou uma reunião da organização multilateral. Esta, no entanto, foi cancelada por falta de consenso entre os membros.Para falar sobre todo esse imbróglio, o Mundioka, podcast da Sputnik Brasil apresentado pelos jornalistas Melina Saad e Marcelo Castilho, conversou com especialistas internacionais que alertaram que a divisão do continente pode ser sua maldição.Os seguidores de TrumpO bate-boca público entre Trump e Petro não foi o primeiro do atual mandante da Casa Branca e um líder latino-americano — o presidente dos EUA já protagonizou algumas trocas de farpas com a líder mexicana, Claudia Sheinbaum — e tampouco será o último.Ao programa, Érica Sarmiento, professora de história da América na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) e pesquisadora do Laboratório de Estudos de Imigração (Labimi), da mesma universidade, explicou que um dos motivos para a reunião da CELAC ter sido cancelada foi que o incidente foi resolvido diplomaticamente entre os dois países."Se a convocatória tivesse sido feita, por exemplo, pensando na questão migratória dos EUA, nas estratégias políticas agressivas, no possível corte de recursos a instituições humanitárias ou até mesmo no comércio regional, provavelmente teria sido muito mais promissor."Já Flavia Loss, professora de relações internacionais da Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo (FESPSP), disse ao Mundioka que o mesmo motivo que levou a reunião extraordinária da CELAC a ser cancelada é o principal entrave para uma resposta conjunta da região."Temos vários fóruns regionais na América Latina, mas o que não estamos conseguindo é ter uma atitude conjunta frente a esses novos desafios", afirmou a professora. "Pelo contrário, vemos que os países estão indo para caminhos diferentes. Principalmente porque alguns, como a Argentina, são alinhados à gestão Trump e tentam obter benefícios."A especialista lembra que aqui no Brasil nós passamos por uma situação parecida durante o governo de Jair Bolsonaro (2019–2022), que se juntou geopoliticamente à Trump. De fato, falta um consenso no continente, apontou Sarmiento. "A América Latina e o Caribe não é uma uma região homogênea. Nós temos diversos tipos de governo", disse em sua entrevista."Temos o caso da Argentina de [Javier] Milei e de El Salvador de [Nayib] Bukele. Temos governos como da Venezuela, Nicarágua e Cuba e temos governos mais de centro-esquerda. Então obviamente que a posição desses governos não vai ser a mesma."No entanto, uma coordenação diplomática é a única saída que os governos latino-americanos têm frente às ameaças de Trump. "Estamos em uma posição de desvantagem do ponto de vista comercial, então temos que ter cautela e a gente precisa reforçar onde temos mais força, que é na diplomacia", declarou Flávia Loss.De acordo com a professora, embora Trump seja chefe do Executivo norte-americano e responsável pela política externa, há uma série de canais diplomáticos nos bastidores que ajudam a lubricar as relações."A diplomacia brasileira tem muita tradição nisso. Conseguimos reverter tarifas no nosso aço e alumínio que foram efetivadas na primeira gestão Trump através do diálogo com o corpo diplomático."É o que anda fazendo também Claudia Sheinbaum. "Ela tem sido muito cautelosa, firme nas palavras, mas não entra nos jogos de acusações e ameaças", disse a professora da FESP. "A postura dela é muito da diplomacia de vários países aqui da América Latina.""Então, essa é a nossa hora também de brilhar através da diplomacia", diz Loss.
https://noticiabrasil.net.br/20250131/a-celac-pode-pressionar-a-politica-externa-de-donald-trump-38334546.html
https://noticiabrasil.net.br/20250127/como-o-brasil-vai-responder-apos-receber-deportados-dos-eua-algemados-e-acorrentados-38281214.html
https://noticiabrasil.net.br/20250131/governo-trump-anuncia-imposicao-de-tarifas-contra-produtos-do-canada-mexico-e-china-paises-reagem-38332761.html
brasil
américa latina
colômbia
estados unidos
méxico
Sputnik Brasil
contato.br@sputniknews.com
+74956456601
MIA „Rossiya Segodnya“
2025
notícias
br_BR
Sputnik Brasil
contato.br@sputniknews.com
+74956456601
MIA „Rossiya Segodnya“
https://cdn.noticiabrasil.net.br/img/07e8/0b/11/37377194_177:0:2908:2048_1920x0_80_0_0_8e108c731cd90166ff725fe94c0a0ecd.jpgSputnik Brasil
contato.br@sputniknews.com
+74956456601
MIA „Rossiya Segodnya“
américas, donald trump, gustavo petro, xiomara castro, brasil, celac, américa latina, colômbia, exclusiva, estados unidos, méxico, claudia sheinbaum
américas, donald trump, gustavo petro, xiomara castro, brasil, celac, américa latina, colômbia, exclusiva, estados unidos, méxico, claudia sheinbaum
América Latina está muito fragmentada para enfrentar Trump, afirmam especialistas
20:04 31.01.2025 (atualizado: 22:02 31.01.2025) Especiais
A política contrária à imigração de Donald Trump e suas falas acaloradas geraram o primeiro embate direto com um líder latino-americano: o presidente colombiano Gustavo Petro. Será esse o primeiro capítulo de muitos?
Colômbia e Estados Unidos protagonizaram um incidente diplomático que durou menos de um dia. Por conta da negativa de pouso a um avião de migrantes deportados dos EUA, o presidente norte-americano, Donald Trump, decidiu impor sanções e tarifas à Colômbia. Em resposta, o líder colombiano também impôs taxas às importações estadunidenses.
Com o objetivo de discutir as deportações norte-americanas, a presidente de Honduras e presidente pro tempore da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC),
Xiomara Castro, convocou uma reunião da organização multilateral. Esta, no entanto,
foi cancelada por falta de consenso entre os membros.
Para falar sobre todo esse imbróglio, o
Mundioka,
podcast da Sputnik Brasil apresentado pelos jornalistas
Melina Saad e
Marcelo Castilho, conversou com especialistas internacionais que alertaram que a divisão do continente pode ser sua maldição.
O bate-boca público entre Trump e Petro não foi o primeiro do atual mandante da Casa Branca e um líder latino-americano — o presidente dos EUA já protagonizou algumas trocas de farpas com a líder mexicana, Claudia Sheinbaum — e tampouco será o último.
Ao programa, Érica Sarmiento, professora de história da América na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) e pesquisadora do Laboratório de Estudos de Imigração (Labimi), da mesma universidade, explicou que um dos motivos para a reunião da CELAC ter sido cancelada foi que o incidente foi resolvido diplomaticamente entre os dois países.
"Se a convocatória tivesse sido feita, por exemplo, pensando na questão migratória dos EUA, nas estratégias políticas agressivas, no possível corte de recursos a instituições humanitárias ou até mesmo no comércio regional, provavelmente teria sido muito mais promissor."
"Não quero dizer que haveria reunião, mas é uma preocupação que a organização tem que ter neste momento de início do governo de Donald Trump."
Já
Flavia Loss, professora de relações internacionais da Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo (FESPSP),
disse ao Mundioka que o mesmo motivo que levou a reunião extraordinária da CELAC a ser cancelada é o principal entrave
para uma resposta conjunta da região.
"Temos vários fóruns regionais na América Latina, mas o que não estamos conseguindo é ter uma atitude conjunta frente a esses novos desafios", afirmou a professora. "Pelo contrário, vemos que os países estão indo para caminhos diferentes. Principalmente porque alguns, como a Argentina, são alinhados à gestão Trump e tentam obter benefícios."
A especialista lembra que aqui no Brasil nós passamos por uma situação parecida durante o governo de Jair Bolsonaro (2019–2022), que se juntou geopoliticamente à Trump.
"E o Brasil não obteve nenhum benefício desse alinhamento. Pelo contrário, a gente não teve absolutamente nada em termos comerciais, de cooperação, nem nada do tipo.
De fato, falta um consenso no continente, apontou Sarmiento. "A América Latina e o Caribe não é uma uma região homogênea. Nós temos diversos tipos de governo", disse em sua entrevista.
"Temos o
caso da Argentina de [Javier] Milei e de El Salvador de [Nayib] Bukele. Temos governos como da Venezuela, Nicarágua e Cuba e temos governos mais de centro-esquerda. Então obviamente que a posição desses governos não vai ser a mesma."
No entanto, uma coordenação diplomática é a única saída que os governos latino-americanos têm frente às ameaças de Trump. "Estamos em uma posição de desvantagem do ponto de vista comercial, então temos que ter cautela e a gente precisa reforçar onde temos mais força, que é na diplomacia", declarou Flávia Loss.
De acordo com a professora, embora Trump seja chefe do Executivo norte-americano e responsável pela política externa, há uma série de canais diplomáticos nos bastidores que ajudam a lubricar as relações.
"A diplomacia brasileira tem muita tradição nisso. Conseguimos reverter tarifas no nosso aço e alumínio que foram efetivadas na primeira gestão Trump através do diálogo com o corpo diplomático."
É o que anda fazendo também Claudia Sheinbaum. "Ela tem sido muito cautelosa, firme nas palavras, mas não entra nos jogos de acusações e ameaças", disse a professora da FESP. "A postura dela é muito da diplomacia de vários países aqui da América Latina."
"Então, essa é a nossa hora também de brilhar através da diplomacia", diz Loss.
"Eu falo pelo Brasil, mas também pelos outros países latino-americanos. E eu espero que México e Brasil, dentro dessa situação, se aproximem também, são as duas maiores economias, e faz sentido que a gente pense no diálogo entre nós."
Acompanhe as notícias que a grande mídia não mostra!
Siga a Sputnik Brasil e tenha acesso a conteúdos exclusivos no nosso canal no Telegram.
Já que a Sputnik está bloqueada em alguns países, por aqui você consegue baixar o nosso aplicativo para celular (somente para Android).