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Plano de Trump para Gaza guarda muitas armadilhas e não resolve o futuro do enclave, diz mídia

© AP Photo / Jehad AlshrafiPalestinos deslocados inspecionam suas tendas destruídas por bombardeio israelense em Rafah. Faixa de Gaza, 28 de maio de 2024
Palestinos deslocados inspecionam suas tendas destruídas por bombardeio israelense em Rafah. Faixa de Gaza, 28 de maio de 2024 - Sputnik Brasil, 1920, 06.02.2025
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A proposta do presidente Trump de "possuir" Gaza e transferir sua população para outro lugar gerou uma forte condenação da comunidade internacional, mas tem o potencial de perturbar um paradigma diplomático assumido como "cansado" por alguns analistas.
Segundo um artigo do The New York Times, o presidente dos EUA, Donald Trump, surpreendeu o mundo com sua declaração de que os Estados Unidos "possuiriam" Gaza e transfeririam os palestinos de lá para construir "a riviera do Oriente Médio". Apesar de irreal, sua proposta taxada de "fora da caixa" lança luz para uma questão urgente, que é o futuro de Gaza.
Gérard Araud, ex-embaixador francês em Washington, destacou o dilema da proposta de Trump para Gaza, que foi recebida com descrença e oposição, e questionou o que fazer com dois milhões de civis em um campo de ruínas.
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, evitou a questão sobre quem governará Gaza após o conflito, pois, segundo a mídia, se manifestar sobre essa questão prejudicaria sua coalizão de governo.
A proposta de Trump, embora impraticável, pode forçar uma reconsideração de posições de longa data sobre como resolver o problema do enclave palestino. Ao sugerir a realocação forçada de dois milhões de palestinos de Gaza para países como Egito e Jordânia, que se opõem à medida, o presidente norte-americano chamou a atenção para como o mundo árabe precisa se sentar à mesa.
Trump, no entanto, não discutiu o problema do Hamas, o grupo militante palestino que atacou Tel Aviv dando início à guerra desproporcional de Israel em Gaza. Israel, que declarou que não encerraria sua operação a menos que destruísse completamente o Hamas, falhou em seu objetivo e esse ponto pode ameaçar o cessar-fogo vigente uma vez que existem membros de sua coalizão que querem a continuação da guerra.
O presidente dos EUA, Donald Trump, se reúne com o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu no Salão Oval da Casa Branca. Washington, D.C., EUA, 15 setembro de 2020 - Sputnik Brasil, 1920, 05.02.2025
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Mídia: Washington pondera realocar moradores de Gaza na Somália e no Marrocos
Trump deixou claro que não quer que a luta recomece, mas não tem resposta sobre como desalojar o Hamas de Gaza — lugar de onde o grupo não pretende sair sem lutar. A ideia de tropas norte-americanas lutando em Gaza parece implausível, dado o desejo de Trump de retirar tropas de outros conflitos.
Michael Milshtein, analista israelense ouvido pela apuração, disse que nenhum país ou líder árabe está disposto a aceitar palestinos de Gaza e que a proposta de Trump ameaça a estabilidade da Jordânia e do Egito, aliados cruciais no Oriente Médio.
Christoph Heusgen, ex-embaixador alemão, lembrou que Jared Kushner sugeriu reassentar moradores de Gaza em Israel, mas os países árabes recusam a transferência populacional. A única alternativa seria a força militar, o que seria definitivamente genocídio.
Trump tem usado sua velha estratégia de negociação imobiliária que o fez um empresário e showman de sucesso, e sua declaração pode ter tentado definir uma posição favorável para iniciar negociações mais amplas. No entanto, há ceticismo sobre a capacidade de Washington de construir um Estado no Oriente Médio após fracassos anteriores que, quando associados à declaração da Casa Branca de que não há dinheiro destinado para a reconstrução de Gaza e que desconsideram a Autoridade Palestina, produzem caos e ruídos perigosos para o futuro da população palestina.
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