https://noticiabrasil.net.br/20250214/trump-vs-panama-o-retorno-da-politica-do-big-stick-na-america-latina-38529334.html
Trump vs. Panamá: o retorno da política do Big Stick na América Latina
Trump vs. Panamá: o retorno da política do Big Stick na América Latina
Sputnik Brasil
O retorno de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos revive a política do Big Stick e as imposições contra o Panamá, afirmou à Sputnik o diplomata... 14.02.2025, Sputnik Brasil
2025-02-14T20:42-0300
2025-02-14T20:42-0300
2025-02-15T05:33-0300
panorama internacional
américas
donald trump
marco rubio
washington
china
panamá
departamento de estado dos eua
canal do panamá
estados unidos
https://cdn.noticiabrasil.net.br/img/07e8/0c/18/37854166_0:160:3072:1888_1920x0_80_0_0_05aa3c2f9ecf64952598db51b545a0ee.jpg
O especialista destacou ainda que Trump tenta forçar o pequeno país, por meio do medo e da chantagem, a ceder aos EUA o controle do canal do Panamá, que liga os oceanos Atlântico e Pacífico. Desde dezembro de 1999, a estrutura é gerida localmente por conta dos Tratados Torrijos-Carter.Os acordos, assinados em 7 de setembro de 1977 pelos presidentes Omar Torrijos e Jimmy Carter, garantiram também a devolução da faixa de território ao longo da via, então ocupada pelos EUA desde 1904, e a retirada das 14 bases militares que o país norte-americano mantinha na antiga Zona do Canal do Panamá.Para Rivera, Trump representa interesses que desejam não apenas retomar o controle do canal, mas também reinstalar a presença militar no Panamá, começando pela província de Darién, na fronteira com a Colômbia.O presidente panamenho, José Raúl Mulino, já ofereceu um aeroporto na região à Força Aérea dos EUA para ser usado como escala para a deportação de migrantes não panamenhos. A decisão foi anunciada em 3 de fevereiro, após visita do secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio."Hoje querem uma base, mas não apenas para a questão migratória. Querem uma base que possa, potencialmente, ser usada para atacar outros países", alertou Rivera, que é ex-embaixador do Panamá em Cuba e Nicarágua.Além disso, o especialista afirmou que teme que os EUA planejem, no futuro, dar ao canal do Panamá um uso militar. "Sempre usaram o canal para a sua estratégia geopolítica e geoestratégica de dominação. Um ponto tão singularmente estratégico, onde um navio pode atravessar do Atlântico ao Pacífico, e vice-versa, em menos de oito horas."O ex-ministro do Trabalho e Desenvolvimento Social sugeriu que Washington se prepara para um confronto com um país asiático e, nesse contexto, precisa novamente de um "canal para a guerra, não um canal para a paz e o comércio, mas para a mobilização rápida de suas forças militares".No início do mês, o Departamento de Estado dos EUA chegou a anunciar que navios norte-americanos teriam passagem gratuita pelo canal, informação negada no mesmo dia pelo presidente panamenho.China na mira de TrumpRivera também apontou que a administração de Trump busca revogar concessões do Panamá a empresas chinesas, especialmente em portos estratégicos nas entradas do canal. Após sua visita ao país, neste mês, Marco Rubio declarou na rede social X que Washington não tolerará um suposto "controle" chinês sobre as operações no canal.Para Rivera, as alegações de Trump e seus aliados carecem de lógica, já que a China, depois dos EUA, é o segundo maior usuário do canal. "A China não está envolvida em guerras. Seu desenvolvimento econômico e potencial financeiro se devem, entre outras coisas, ao fato de que não entra em conflitos militares há 50 anos", afirmou o diplomata.O especialista destacou também que "os recursos que os EUA gastam em guerras e com seus aliados são proporcionalmente os que a China investiu no desenvolvimento, beneficiando não apenas o comércio, mas também as condições sociais do seu povo".'Política agressiva não poupa sequer aliados'Ativo há seis décadas nos movimentos patrióticos do Panamá, Rivera alertou que o mundo atravessa um período difícil devido à política agressiva de Trump, que não poupa nem mesmo aliados, como demonstram suas tentativas de se apropriar da Groenlândia e os atritos com o Canadá.Por fim, o especialista afirmou que a resistência às pressões norte-americanas é compartilhada pela maioria dos panamenhos. "O Panamá é um país pequeno, mas tem dignidade, honra e orgulho nacional. Por isso é hora de reafirmarmos nossos princípios: uma única bandeira, um único território. Tenho certeza de que nosso povo saberá se posicionar", concluiu.
https://noticiabrasil.net.br/20250121/panama-na-berlinda-manobra-de-controle-do-canal-pode-se-voltar-contra-trump-argumentam-estudiosos-38197280.html
https://noticiabrasil.net.br/20250212/trump-esta-levando-relacoes-entre-china-e-america-do-sul-ao-seu-melhor-momento-diz-midia-38487440.html
washington
china
panamá
estados unidos
darién
Sputnik Brasil
contato.br@sputniknews.com
+74956456601
MIA „Rossiya Segodnya“
2025
Sputnik Brasil
contato.br@sputniknews.com
+74956456601
MIA „Rossiya Segodnya“
notícias
br_BR
Sputnik Brasil
contato.br@sputniknews.com
+74956456601
MIA „Rossiya Segodnya“
https://cdn.noticiabrasil.net.br/img/07e8/0c/18/37854166_171:0:2902:2048_1920x0_80_0_0_f1f17badcfa77a00b9239f4af3514c58.jpgSputnik Brasil
contato.br@sputniknews.com
+74956456601
MIA „Rossiya Segodnya“
américas, donald trump, marco rubio, washington, china, panamá, departamento de estado dos eua, canal do panamá, estados unidos, eua, política externa, soberania, tensão geopolítica, darién, josé raúl mulino
américas, donald trump, marco rubio, washington, china, panamá, departamento de estado dos eua, canal do panamá, estados unidos, eua, política externa, soberania, tensão geopolítica, darién, josé raúl mulino
Trump vs. Panamá: o retorno da política do Big Stick na América Latina
20:42 14.02.2025 (atualizado: 05:33 15.02.2025) O retorno de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos revive a política do Big Stick e as imposições contra o Panamá, afirmou à Sputnik o diplomata Reinaldo Rivera, ex-ministro do Trabalho e Desenvolvimento Social do país centro-americano.
"A estratégia que Trump está elaborando, especialmente contra o Panamá e outros povos da América e do mundo, busca reeditar a política do Big Stick, de imposição, ultraje e humilhação", declarou Rivera, referindo-se à doutrina que marcou a política externa de Washington desde o início do século XX.
O especialista destacou ainda que Trump tenta forçar o pequeno país, por meio do medo e da chantagem, a ceder aos EUA o
controle do canal do Panamá, que liga os oceanos Atlântico e Pacífico. Desde dezembro de 1999, a estrutura é gerida localmente por conta dos Tratados Torrijos-Carter.
Os acordos, assinados em 7 de setembro de 1977 pelos presidentes Omar Torrijos e Jimmy Carter, garantiram também a devolução da faixa de território ao longo da via, então ocupada pelos EUA desde 1904, e a retirada das 14 bases militares que o país norte-americano mantinha na antiga Zona do Canal do Panamá.
Para Rivera,
Trump representa interesses que desejam não apenas retomar o controle do canal, mas também
reinstalar a presença militar no Panamá, começando pela província de Darién, na fronteira com a Colômbia.
"Querem uma base militar em Darién não apenas para tentar regular o fluxo de milhares de migrantes que cruzam o Panamá diariamente rumo ao norte, mas também para outros propósitos", afirmou.
O presidente panamenho, José Raúl Mulino, já ofereceu um aeroporto na região à Força Aérea dos EUA para ser usado como escala para a deportação de migrantes não panamenhos. A decisão foi anunciada em 3 de fevereiro, após visita do
secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio.
"Hoje querem uma base, mas não apenas para a questão migratória. Querem uma base que possa, potencialmente, ser usada para atacar outros países", alertou Rivera, que é ex-embaixador do Panamá em Cuba e Nicarágua.
Além disso, o especialista afirmou que teme que os EUA planejem, no futuro, dar ao canal do Panamá um uso militar. "Sempre usaram o canal para a sua estratégia geopolítica e geoestratégica de dominação. Um ponto tão singularmente estratégico, onde um navio pode atravessar do Atlântico ao Pacífico, e vice-versa, em menos de oito horas."
O ex-ministro do Trabalho e Desenvolvimento Social sugeriu que
Washington se prepara para um confronto com um país asiático e, nesse contexto, precisa novamente de um "canal para a guerra, não um canal para a paz e o comércio, mas para a mobilização rápida de suas forças militares".
"Além disso, não me surpreenderia se tentassem forçar o Panamá, por meio da Comissão do Canal, a conceder tarifas especiais as embarcações dos EUA, que, na verdade, transportam mercadorias para e dos Estados Unidos."
No início do mês, o Departamento de Estado dos EUA chegou a anunciar que navios norte-americanos teriam passagem gratuita pelo canal, informação negada no mesmo dia pelo presidente panamenho.
Rivera também apontou que a administração de Trump busca revogar concessões do Panamá a empresas chinesas, especialmente em portos estratégicos nas entradas do canal. Após sua visita ao país, neste mês, Marco Rubio declarou na rede social X que Washington não tolerará um suposto "controle" chinês sobre as operações no canal.
Para Rivera, as alegações de Trump e seus aliados carecem de lógica, já que a China, depois dos EUA, é o segundo maior usuário do canal. "A China
não está envolvida em guerras. Seu desenvolvimento econômico e potencial financeiro se devem, entre outras coisas, ao fato de que não entra em conflitos militares há 50 anos", afirmou o diplomata.
O especialista destacou também que "os recursos que os EUA gastam em guerras e com seus aliados são proporcionalmente os que a China investiu no desenvolvimento, beneficiando não apenas o comércio, mas também as condições sociais do seu povo".
'Política agressiva não poupa sequer aliados'
Ativo há seis décadas nos movimentos patrióticos do Panamá, Rivera alertou que o mundo atravessa um período difícil devido à política agressiva de Trump, que não poupa nem mesmo aliados, como demonstram suas tentativas de se apropriar da Groenlândia e os atritos com o Canadá.
"Desde que Trump tomou posse, ele imediatamente mudou o nome do golfo do México. Isso não deve ser visto com leveza ou pouca preocupação. Certamente há algum interesse militar ali", advertiu.
Por fim, o especialista afirmou que a resistência às pressões norte-americanas é compartilhada pela maioria dos panamenhos. "O Panamá é um país pequeno, mas tem dignidade, honra e orgulho nacional. Por isso é hora de reafirmarmos nossos princípios: uma única bandeira, um único território. Tenho certeza de que nosso povo saberá se posicionar", concluiu.
Acompanhe as notícias que a grande mídia não mostra!
Siga a Sputnik Brasil e tenha acesso a conteúdos exclusivos no nosso canal no Telegram.
Já que a Sputnik está bloqueada em alguns países, por aqui você consegue baixar o nosso aplicativo para celular (somente para Android).