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Análise: ataque contra estação de petróleo de consórcio internacional revela 'desespero' de Zelensky

© AP Photo / Geert Vanden WijngaertVladimir Zelensky discursa em uma entrevista coletiva durante uma cúpula da UE em Bruxelas. Bélgica, 19 de dezembro de 2024
Vladimir Zelensky discursa em uma entrevista coletiva durante uma cúpula da UE em Bruxelas. Bélgica, 19 de dezembro de 2024 - Sputnik Brasil, 1920, 17.02.2025
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No último fim de semana, drones ucranianos voltaram a atacar a infraestrutura energética russa, mas dessa vez com um fator a mais: uma estação de petróleo atingida que pertence a um consórcio internacional não sancionado com participação norte-americana e europeia. Estratégia é uma "cartada final" de Zelensky em meio à iminente derrota da Ucrânia?
Um ataque ucraniano com drones no último domingo (16) afetou drasticamente as operações da estação de bombeamento de petróleo da Caspian Pipeline Consortium (CPC) na Rússia. A empresa, que não é sancionada e tem participação societária significativa de europeus e norte-americanos, teve que interromper o fornecimento de petróleo e, apesar de ainda não ter causado impactos significativos sobre o preço do combustível, há temores de prejuízos. Aliado a isso, a situação ocorre em meio à proximidade do encontro do ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, e do assessor do presidente russo para Assuntos Internacionais, Yuri Ushakov, com uma delegação norte-americana composta por Marco Rubio, secretário de Estado, Mike Waltz, conselheiro de Segurança Nacional, e Steve Witkoff, enviado da Casa Branca para o Oriente Médio.
O pesquisador do NuBRICS da Universidade Federal Fluminense (UFF) e PhD em direito Lier Pires Ferreira pontuou à Sputnik Brasil que a estratégia adotada por Kier mostra o "desespero" do ucraniano Vladimir Zelensky em meio à iminente derrota final no conflito com a Rússia.
"Ele sabe que o tempo de conflito está acabando, e que as condições para negociar a paz serão desinteressantes para a Ucrânia [...]. Em uma metáfora futebolística, é como se a partida estivesse acabando, e como o time da Ucrânia está perdendo de 4 a 0 para a Rússia, ele se lança desesperadamente ao ataque na tentativa de fazer pelo menos um gol de honra", comparou.
Para o especialista, o objetivo de atacar as estruturas de uma empresa com investimento ocidental é também fazer com que Kiev possa se sentar à mesa de negociação de "forma minimamente efetiva", como se esta fosse uma cartada final. "É mostrar que as forças ucranianas, em que pese as deserções que têm aumentado, as derrotas concretas no campo de batalha, além da perda de territórios importantes no conflito que já se aproxima de três anos, podem, sim, provocar danos maiores às infraestruturas de interesse, principalmente russo", acrescentou.

Preço do apoio ocidental a Ucrânia

Além de pagar com a vida de milhares de ucranianos os quase três anos de conflito com a Rússia que poderia ter sido evitado ainda em 2022, o especialista lembra ainda que Kiev vai arcar com "uma dependência política e econômica cada vez maior ante as potências estrangeiras" da Europa e os Estados Unidos.

"O conflito já não interessa mais aos Estados Unidos, que têm todas as condições de exercer controle sobre o que lhe interessa dentro do território ucraniano, que são as jazidas de terras raras e o processo de reconstrução do país liderado por empresas dos EUA (vamos lembrar que o presidente Donald Trump é um magnata do setor imobiliário). E a Ucrânia está literalmente falida, dependendo de recursos que venham do exterior para que ela possa se bancar minimamente", enfatizou.

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Ataque tenta pressionar o presidente Trump?

Ainda durante a campanha presidencial, o republicano Donald Trump já prometia atuar pelo fim do conflito ucraniano, que, durante o mandato do ex-presidente Joe Biden, consumiu bilhões de dólares do governo. Em meio à aproximação do líder norte-americano com a Rússia, o ataque ucraniano é uma tentativa de Zelensky de também pressionar Trump, avalia à Sputnik Brasil a mestre pelo Programa de Pós-Graduação em Relações Internacionais da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (PPGRI/UERJ) Larissa Caroline Souza.
"E não vem só para chamar a atenção e pressionar o Trump, mas acaba também de certa forma pressionando a Europa, principalmente a parte que apoia Kiev, de que Zelensky quer fazer parte da negociação. Então, é um acontecimento que pode sim afetar a relação ucraniana com esses aliados, principalmente EUA [...]. O timing desse ataque também chama a atenção, já que inclusive na última semana houve notícias de que a Ucrânia está disposta a conversar com a Rússia para negociar", finaliza.
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