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Te vira! 'Desprezo de Trump' força Europa a arcar com custos, embora continente já pague a conta
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Iniciando um novo momento nas relações entre os Estados Unidos e a Rússia, criando caminhos antes apagados e uma "repetição" do que foi o seu primeiro mandato... 17.02.2025, Sputnik Brasil
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Recentemente, o presidente dos EUA resolveu iniciar conversas com o líder russo, Vladimir Putin, para tentar chegar a uma solução política para o conflito ucraniano, alimentado por Washington e seus parceiros europeus desde o início da operação especial lançada pela Rússia em 2022.Com os avanços das conversas e com as ligações se tornando públicas, a Europa vive a expectativa de uma repetição do que viu no primeiro mandato de Trump na Casa Branca: uma postura supostamente mais isolacionista que impõe aos europeus mais responsabilidade pela defesa e segurança da sua própria região, arcando com seus próprios custos.Essa é a avaliação de Tito Livio Barcellos Pereira, mestre em estudos estratégicos de defesa e segurança e membro pesquisador do Centro de Investigação sobre Rússia, Eurásia e Espaço Pós-Soviético (CIRE), que, em entrevista à Sputnik Brasil, avaliou que os movimentos de Trump se dão no sentido de demonstrar que os EUA têm maior "responsabilidade e peso" na negociação do conflito ucraniano neste momento.Coesão deve pesar em decisões da UEA mestre em estudos estratégicos internacionais da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e especialista em geopolítica do Oriente Médio Tatiana Garcia sublinhou à reportagem que, já fragilizada pelos custos do apoio à Ucrânia e das sanções à Rússia, a Europa "enfrentará desafios para retaliar diretamente" os EUA por não ter sido incluída por Trump nas negociações.A resposta, segundo Tatiana, dependerá da coesão da União Europeia (UE), podendo haver dois cenários:"A longo prazo, o desprezo de Trump pode catalisar uma Europa mais independente, mas isso exigirá investimentos significativos e superação de divergências internas", arrematou a pesquisadora.Na análise de Garcia, a conta pelo apoio a Kiev já está sendo paga majoritariamente pelos europeus.Relação aquémPara Garcia, embora a desconfiança cresça, "a transição para uma Europa totalmente autônoma será lenta, dada a falta de infraestrutura de defesa unificada e divergências políticas internas". O retorno de Trump à presidência dos EUA, segundo avaliou a especialista, força a Europa a repensar sua dependência estratégica de Washington."A capacidade de resposta do bloco dependerá de sua união e investimento em autonomia, enquanto os custos do apoio à Ucrânia recairão principalmente sobre os europeus."Com clivagens sociais internas e um acúmulo de responsabilidades internacionais, os Estados Unidos passaram a exigir maior comprometimento de seus aliados. Segundo o pesquisador do CIRE, "seria preciso delegar mais responsabilidade aos aliados, delegar mais empenho e engajamento".No entanto a União Europeia, apesar de buscar maior autonomia, enfrenta dificuldades para concretizar uma estrutura de defesa independente. "O projeto é muito tímido e praticamente nunca saiu do papel", destacou."Os americanos não abrirão mão de sua presença militar no continente europeu, assim como os europeus não querem se desligar totalmente dessa segurança", disse o especialista, lembrando que "as relações internacionais não são baseadas em amizade, mas em interesses".
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Te vira! 'Desprezo de Trump' força Europa a arcar com custos, embora continente já pague a conta
17:55 17.02.2025 (atualizado: 18:37 17.02.2025) Especiais
Iniciando um novo momento nas relações entre os Estados Unidos e a Rússia, criando caminhos antes apagados e uma "repetição" do que foi o seu primeiro mandato, Donald Trump impõe à Europa o cumprimento do seu papel por anos posto no colo da nação norte-americana.
Recentemente, o presidente dos EUA resolveu iniciar conversas com o líder russo, Vladimir Putin, para tentar chegar a uma solução política para o conflito ucraniano, alimentado por Washington e seus parceiros europeus desde o início da operação especial lançada pela Rússia em 2022.
Com os avanços das conversas e com as ligações se tornando públicas, a Europa vive a expectativa de uma repetição do que viu no primeiro mandato de Trump na Casa Branca: uma postura supostamente mais isolacionista que impõe aos europeus mais responsabilidade pela defesa e segurança da sua própria região, arcando com seus próprios custos.
Essa é a avaliação de Tito Livio Barcellos Pereira, mestre em estudos estratégicos de defesa e segurança e membro pesquisador do Centro de Investigação sobre Rússia, Eurásia e Espaço Pós-Soviético (CIRE), que, em entrevista à Sputnik Brasil, avaliou que os movimentos de Trump se dão no sentido de demonstrar que os EUA têm maior "responsabilidade e peso" na negociação do conflito ucraniano neste momento.
A partir de agora, "os europeus terão o grande desafio de mostrar força e unidade para conseguir colocar à mesa as [suas] pretensões".
Coesão deve pesar em decisões da UE
A mestre em estudos estratégicos internacionais da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e especialista em geopolítica do Oriente Médio Tatiana Garcia sublinhou à reportagem que, já fragilizada pelos custos do apoio à Ucrânia e das sanções à Rússia, a Europa "enfrentará desafios para retaliar diretamente" os EUA por não ter sido incluída por Trump nas negociações.
A resposta, segundo Tatiana, dependerá da coesão da União Europeia (UE), podendo haver dois cenários:
um de fragmentação, com divisões internas que dificultariam uma ação unificada, enfraquecendo a posição do bloco;
outro de autonomia estratégica, em que a UE poderia acelerar projetos de defesa comum (como a Cooperação Estruturada Permanente, Pesco, na sigla em inglês) e reduzir a dependência dos EUA, buscando parcerias alternativas (ex.: reforço de laços com a Ásia ou atores regionais).
"A longo prazo, o desprezo de Trump pode catalisar uma Europa mais independente, mas isso exigirá investimentos significativos e superação de divergências internas", arrematou a pesquisadora.
Na análise de Garcia, a conta pelo apoio a Kiev já está sendo paga majoritariamente pelos europeus.
"Tanto em ajuda militar (R$ 196 bilhões da UE até 2024) quanto em impactos econômicos (como a crise energética pós-sanções à Rússia). Os EUA contribuíram substancialmente (R$ 375 bilhões até 2023), contudo, sob o novo governo Trump, tal apoio já não ocorre. Fala-se muito no uso de ativos russos congelados para amortizar os gastos da Europa, mas tal opção é juridicamente complexa", explicitou.
"Ao contrário do que se pensou em março de 2022, quando o conflito encontrou um momento mais intenso, é perceptível que a coesão da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) que se esperava dentro do conflito ucraniano, a visão de que o Putin tinha dado uma ressignificação à Aliança Atlântica [gerando maior unidade e mais eficiência], ela ocorreu de maneira aquém do resultado previsto", ponderou Pereira.
Para Garcia, embora a desconfiança cresça, "a transição para uma Europa totalmente autônoma será lenta, dada a falta de infraestrutura de defesa unificada e divergências políticas internas". O retorno de Trump à presidência dos EUA, segundo avaliou a especialista, força a Europa a repensar sua dependência estratégica de Washington.
"A capacidade de resposta do bloco dependerá de sua união e investimento em autonomia, enquanto os custos do apoio à Ucrânia recairão principalmente sobre os europeus."
Com clivagens sociais internas e um acúmulo de responsabilidades internacionais, os Estados Unidos passaram a exigir maior comprometimento de seus aliados. Segundo o pesquisador do CIRE, "seria preciso delegar mais responsabilidade aos aliados, delegar mais empenho e engajamento".
No entanto a União Europeia, apesar de buscar maior autonomia, enfrenta dificuldades para concretizar uma estrutura de defesa independente. "O projeto é muito tímido e praticamente nunca saiu do papel", destacou.
"Os americanos não abrirão mão de sua presença militar no continente europeu, assim como os europeus não querem se desligar totalmente dessa segurança", disse o especialista, lembrando que "as relações internacionais não são baseadas em amizade, mas em interesses".
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