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Ex-presidente argentino Alberto Fernández vira réu por violência de gênero

© AP Photo / Natacha PisarenkoAlberto Fernández, então presidente argentino, chega à casa do governo antes de empossar sua nova ministra da Economia, Silvina Batakis, em Buenos Aires. Argentina, 4 de julho de 2022
Alberto Fernández, então presidente argentino, chega à casa do governo antes de empossar sua nova ministra da Economia, Silvina Batakis, em Buenos Aires. Argentina, 4 de julho de 2022 - Sputnik Brasil, 1920, 17.02.2025
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O ex-presidente argentino Alberto Fernández foi acusado pela Justiça de violência de gênero contra a ex-primeira-dama Fabiola Yáñez, violência que ele supostamente exerceu por oito anos, inclusive durante a gravidez do filho do casal.
O juiz Julián Ercolini acusou o ex-presidente "como criminalmente responsável pelos crimes de lesões leves, agravadas por terem sido cometidas em um contexto de violência de gênero e contra sua companheira, reiterados em duas ocasiões", segundo a resolução à qual a Associated Press (AP) teve acesso.
Ercolini apreendeu 10 milhões de pesos (cerca de R$ 40 mil) de Fernández. Após a denúncia da vítima, a promotoria abriu investigação e entrou com uma ação contra Fernández. O juiz Ercolini decidiu agora que há provas para aceitar a acusação da promotoria e que o ex-presidente continua sendo investigado com acusações formais.
Fernández pode recorrer da medida, e, uma vez que haja uma decisão dos tribunais superiores — o que pode levar vários anos —, o caso irá a julgamento.

"Em um contexto de violência de gênero marcado pela particular relação assimétrica de poder, o acusado teria se aproveitado da situação especial de vulnerabilidade preexistente em que a referida mulher estava imersa e exercido habitual e continuamente violência psicológica contra Yáñez nas formas de assédio, perseguição, controle, indiferença, insultos, culpabilização, maus-tratos, retirada de palavra, desprezo e hostilidade", afirmou o juiz.

Alberto Fernández, ex-presidente argentino, acena ao chegar à sessão de abertura do Congresso em Buenos Aires. Argentina, 1º de março de 2023 - Sputnik Brasil, 1920, 02.01.2025
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Ex-presidente argentino Alberto Fernández é intimado em investigação de violência contra ex-mulher
Fernández, o primeiro presidente na história do país sul-americano a ser formalmente acusado de violência de gênero, negou publicamente os incidentes que Yáñez relatou em agosto de 2024.

Após ser eleito presidente em 2019, "a violência física teria continuado e se intensificado, mais precisamente depois que ela engravidou (no final de julho, início de agosto de 2021), no pescoço, com sacudidelas, tapas e golpes com as mãos abertas que causaram ferimentos no corpo da referida mulher", estabeleceu Ercolini.

As provas levadas em consideração pelo juiz para tomar sua decisão incluíram conversas de WhatsApp que Yáñez teve com a secretária particular do então presidente, com fotos de seus ferimentos, o depoimento da ex-primeira-dama, atestados médicos dos ferimentos e depoimentos de familiares e amigos que corroboraram os abusos, entre outros.
Segundo o juiz, oito anos de "agressão psicológica e física" deixaram Yáñez com "danos psicológicos, causando uma deterioração permanente de sua saúde".
O ex-presidente pode pegar até 18 anos de prisão se for considerado culpado em um julgamento.
"Nunca usei violência física contra Fabiola Yáñez", declarou Fernández no início de fevereiro, quando apresentou uma declaração por escrito ao juiz. O ex-presidente também afirmou que, se alguém do casal tinha sido atacado, tinha sido ele, e pediu ao juiz que se afastasse do caso por suposta animosidade contra ele.
Alberto Fernández, que deixou a presidência da Argentina em dezembro de 2023, após a vitória do atual presidente, Javier Milei, é investigado em outro processo, sobre supostas irregularidades na contratação de seguros por órgãos públicos durante sua gestão.
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