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Análise: com adesão à OPEP+, Brasil se coloca à disposição para cooperar e mantém margem de manobra
Análise: com adesão à OPEP+, Brasil se coloca à disposição para cooperar e mantém margem de manobra
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O governo brasileiro anunciou, nesta terça-feira (18), sua adesão ao fórum da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (OPEP+), que dialoga... 18.02.2025, Sputnik Brasil
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Contudo, a decisão não implica um ingresso formal na organização, mas sim uma participação no espaço de discussões promovido, sem compromissos obrigatórios de cortes ou ajustes na produção do combustível.O fórum da OPEP+ reúne países produtores de petróleo e tem como principal objetivo a troca de informações e o estabelecimento de parâmetros para o mercado global da commodity. No entanto o Brasil, que já figura como uma nação petroleira, optou por não se comprometer com a política de controle de produção imposta pelo grupo de países. Brasília tem se mostrado reticente a firmar alianças rígidas que possam prejudicar sua autonomia nas relações comerciais.À Sputnik Brasil, Elton Gomes, doutor em ciência política e professor da Universidade Federal do Piauí (UFPI), destacou que essa adesão ao fórum não representa uma mudança na política externa brasileira, que historicamente busca manter sua margem de manobra e relações comerciais diversificadas.Segundo ele, a adesão pode trazer benefícios como a estabilidade dos preços do petróleo e acesso a mercados internacionais, além de uma maior cooperação técnica com outros países produtores.Diga-se de passagem, prossegue o especialista, o Brasil é sócio fundador e membro dos principais regimes de organizações internacionais em funcionamento do mundo. "A diferença é que são mecanismos multilaterais [mais] extensos."Dúvidas e críticas sobre promessas dúbiasPor outro lado, a adesão ao fórum da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados também levanta questões internas e externas sobre os rumos da política energética do Brasil. O governo federal, que recentemente tem demonstrado interesse em utilizar os recursos do petróleo para acelerar a transição energética global, enfrenta críticas e divergências internas sobre o impacto ambiental dessa estratégia."Existem divergências sobre a adesão do Brasil à OPEP+ que são significativas, que poderiam representar, de alguma maneira, uma queda de braço dentro do governo Lula. […] Aí é questão de ideologia do partido do governo, do Partido dos Trabalhadores. Uma parte importante do Partido dos Trabalhadores se coloca do ponto de vista do ambientalismo. Você tem a ministra Marina Silva, outros atores políticos importantes que poderiam perceber a adesão à OPEP+ como um contrassenso à agenda do governo", comentou.Segundo Gomes, uma das plataformas que ajudaram o governo atual a voltar ao poder foi justamente mostrar as dificuldades, as falhas na gestão ambiental do governo anterior, do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL)."A adesão do Brasil a qualquer instância da OPEP é mais um sinal de retrocesso do governo. Continuar a abrir novas áreas de exploração de [combustíveis] fósseis em meio ao calorão que estamos sentindo, ao aumento de eventos extremos em toda parte do planeta, denota negacionismo e indica que escolhemos soluções do passado frente a um enorme desafio do presente e do futuro", disparou a coordenadora de políticas públicas do Observatório do Clima, Suely Araújo.A questão da transição energética no Brasil, que ainda enfrenta desafios tecnológicos e culturais, é vista com ceticismo por muitos, relembrou o analista. A transição para fontes de energia mais sustentáveis, como solar e eólica, é um objetivo, ainda distante de ser uma realidade em grande escala no país, principalmente devido a questões econômicas e de infraestrutura, ponderou.
https://noticiabrasil.net.br/20250203/opep-mantem-aumento-gradativo-na-producao-de-petroleo-e-rompe-com-dados-do-governo-dos-eua-38365593.html
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Análise: com adesão à OPEP+, Brasil se coloca à disposição para cooperar e mantém margem de manobra
17:00 18.02.2025 (atualizado: 19:38 18.02.2025) Especiais
O governo brasileiro anunciou, nesta terça-feira (18), sua adesão ao fórum da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (OPEP+), que dialoga sobre questões relacionadas à produção e comercialização do petróleo no mundo.
Contudo, a decisão
não implica um ingresso formal na organização, mas sim uma participação no espaço de discussões promovido, sem compromissos obrigatórios de cortes ou ajustes na produção do combustível.
O fórum da OPEP+ reúne países produtores de petróleo e tem como principal objetivo a troca de informações e o estabelecimento de parâmetros para o mercado global da commodity. No entanto o Brasil, que já figura como uma nação petroleira, optou por não se comprometer com a política de controle de produção imposta pelo grupo de países. Brasília tem se mostrado reticente a firmar alianças rígidas que possam prejudicar sua autonomia nas relações comerciais.
À Sputnik Brasil, Elton Gomes, doutor em ciência política e professor da Universidade Federal do Piauí (UFPI), destacou que essa adesão ao fórum não representa uma mudança na política externa brasileira, que historicamente busca manter sua margem de manobra e relações comerciais diversificadas.
"Não significa que o Brasil vai integrar a organização. Não é do histórico da política externa brasileira fazer comprometimentos muito severos, alianças que impliquem você ter um lado muito claro e reduzam sua margem de manobra em termos de política comercial", sublinhou.
Segundo ele, a adesão pode trazer benefícios como a estabilidade dos preços do petróleo e acesso a mercados internacionais, além de uma maior cooperação técnica com outros países produtores.
"Fazer parte do fórum é dizer que é amigo. Dizer que é amigo, se colocar à disposição para cooperar, participar de reuniões, se apresentar como membro observador, se oferecer bons ofícios diplomáticos… Isso, sim, é coerente com a política externa brasileira, que está presente em um sem número de organizações."
Diga-se de passagem, prossegue o especialista, o Brasil é sócio fundador e membro dos principais regimes de organizações internacionais em funcionamento do mundo. "A diferença é que são mecanismos multilaterais [mais] extensos."
Dúvidas e críticas sobre promessas dúbias
Por outro lado, a adesão ao fórum da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados também levanta questões internas e externas sobre os rumos da política energética do Brasil. O governo federal, que recentemente tem demonstrado interesse em utilizar os recursos do petróleo para acelerar a transição energética global, enfrenta críticas e divergências internas sobre o impacto ambiental dessa estratégia.
"Existem divergências sobre a adesão do Brasil à OPEP+ que são significativas, que poderiam representar, de alguma maneira, uma queda de braço dentro do governo Lula. […] Aí é questão de ideologia do partido do governo,
do Partido dos Trabalhadores.
Uma parte importante do Partido dos Trabalhadores se coloca do ponto de vista do ambientalismo. Você tem a ministra Marina Silva, outros atores políticos importantes que poderiam perceber a adesão à OPEP+ como um contrassenso à agenda do governo", comentou.
Segundo Gomes, uma das plataformas que ajudaram o governo atual a voltar ao poder foi justamente mostrar as dificuldades, as falhas na gestão ambiental do governo anterior, do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
"Se você, enquanto governo, se associa com uma organização que está comprometida com a produção de combustível poluente, isso pode trazer um demérito", argumentou.

4 de dezembro 2024, 07:00
"A adesão do Brasil a qualquer instância da OPEP é mais um sinal de retrocesso do governo. Continuar a abrir novas áreas de exploração de [combustíveis] fósseis em meio ao calorão que estamos sentindo, ao aumento de eventos extremos em toda parte do planeta, denota negacionismo e indica que escolhemos soluções do passado frente a um enorme desafio do presente e do futuro", disparou a coordenadora de políticas públicas do Observatório do Clima, Suely Araújo.
Segundo ela, usar recursos de plataformas já em operação para financiar a transição energética "faz todo sentido. Intensificar […] o uso de fósseis para uma demanda que precisa urgentemente cair é como fazer uma guerra alegando buscar a paz".
A questão da transição energética no Brasil, que ainda enfrenta desafios tecnológicos e culturais, é vista com ceticismo por muitos, relembrou o analista.
A transição para fontes de energia mais sustentáveis, como solar e eólica, é um objetivo, ainda distante de ser uma realidade em grande escala no país, principalmente devido a questões econômicas e de infraestrutura, ponderou.
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