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Sai Europa, entra Ásia: o que levou o continente europeu à decadência econômica?
Sai Europa, entra Ásia: o que levou o continente europeu à decadência econômica?
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Ao podcast Mundioka, da Sputnik Brasil, analistas explicam por que projeções apontam que a Europa, antes símbolo de prosperidade, não terá mais nenhum país... 19.02.2025, Sputnik Brasil
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A economia da Europa está em decadência, e com a perda de sua influência desaparecerá também o altíssimo padrão de vida europeu. A afirmação foi feita pelo diplomata espanhol Jorge Dezcallar de Mazarredo, embaixador e ex-diretor dos serviços de inteligência da Espanha.Autor do livro "O fim de uma era: Ucrânia: a guerra que acelerou tudo", Mazarredo afirma que em 2050 não haverá mais nenhuma economia europeia entre as dez maiores do planeta, e que o mundo vive um período de transição, com o centro de gravidade econômica se deslocando da Europa para o Indo-Pacífico. As previsões estão alinhadas com projeções anteriores de relatórios do Banco Mundial e da Goldman Sachs, que apontaram a ascensão econômica da Ásia em comparação com a Europa.Em entrevista ao podcast Mundioka, da Sputnik Brasil, analistas explicam como o continente, que antes era símbolo de prosperidade, entrou em uma espiral decadente.Eden Pereira, professor de história e pesquisador do Núcleo Interdisciplinar de Estudos sobre a África, Ásia e as Relações Sul-Sul (NIEAAS), da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), explica que um dos fatores que levaram ao declínio e à estagnação econômica da Europa foi a perda de suas colônias.Ele afirma que, no caso da Ásia, o crescimento da China é um elemento "central" do processo que levou à expansão econômica do continente."A China, em alguma medida, foi um dos processos históricos mais marcantes do continente asiático, porque ela passou pelas Guerras do Ópio, no século XIX; ela passou pelo processo da Revolução Chinesa, no século XX… Então a China acaba meio que sendo uma face desse processo de transformação no continente asiático", afirma o especialista.Pereira aponta que a China se tornou a principal potência econômica asiática e "indubitavelmente caminha para se tornar a principal potência econômica mundial".Ele acrescenta que a Europa também foi mais afetada economicamente pela pandemia do que países asiáticos, entre eles China e Índia, por conta de seu modelo neoliberal adotado desde a década de 1970 em várias esferas do Estado."Isso faz com que os países europeus, eles passem, em alguma medida, por uma grande restrição da sua própria capacidade de crescimento econômico desde lá para cá. Por quê? Porque o Estado neoliberal que se encontra na Europa, que se coloca nos EUA e também no resto do mundo, mas principalmente nessas duas regiões, privilegia determinados setores da economia que não são produtivos em detrimento de outros. Por exemplo, os setores financeiro e bancário da economia são muito mais privilegiados na Europa e nos EUA em detrimento do setor produtivo."Carolina Pavese, doutora em relações internacionais pela London School of Economics e professora na Fundação Instituto de Administração (FIA), afirma que a Europa, nos últimos anos, vinha perdendo competitividade para a Ásia e para os EUA.Segundo ela, a ascensão da China tem deixado os EUA "comendo poeira em vários indicadores", e, embora ainda sejam a maior economia do mundo, já não são "a bola da vez"."Isso tem sido provocado por esse crescimento da China e, principalmente nos últimos anos, da Índia, que tem sido a grande aposta do mercado asiático."Em contraponto, no recorte europeu, há uma sequência de recessões econômicas, iniciadas em 2008, com a crise do mercado imobiliário norte-americano, que abalou o euro. Somado a isso, ela aponta que o conflito ucraniano gerou instabilidade sobretudo no setor de fornecimento energético, pressionado desde a crise na Crimeia, em 2014."Agora a gente vê novamente essa guerra, que já está entrando no seu terceiro ano novamente com esses impactos criando uma pressão, principalmente no setor energético. Há um alto custo da energia que tem um impacto muito ruim para a economia."Pavese afirma ainda que houve um erro de cálculo europeu ao acreditar que o continente seria capaz de estrangular a economia russa por meio de medidas como sanções econômicas, retirada de empresas europeias e estadunidenses do território russo e congelamento de ativos de Moscou no exterior. Segundo ela, essa estratégia não apenas fracassou, como contribuiu para fortalecer a economia asiática.
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Sai Europa, entra Ásia: o que levou o continente europeu à decadência econômica?
15:40 19.02.2025 (atualizado: 16:17 19.02.2025) Especiais
Ao podcast Mundioka, da Sputnik Brasil, analistas explicam por que projeções apontam que a Europa, antes símbolo de prosperidade, não terá mais nenhum país entre as maiores economias do mundo em 2050, enquanto países asiáticos seguem em expansão econômica.
A economia da Europa está em decadência, e com a perda de sua influência desaparecerá também o altíssimo padrão de vida europeu. A afirmação foi feita pelo diplomata espanhol Jorge Dezcallar de Mazarredo, embaixador e ex-diretor dos serviços de inteligência da Espanha.
Autor do livro "O fim de uma era: Ucrânia: a guerra que acelerou tudo", Mazarredo afirma que
em 2050 não haverá mais nenhuma economia europeia entre as dez maiores do planeta, e que o mundo vive um período de transição, com o centro de gravidade econômica se deslocando da Europa para o Indo-Pacífico. As previsões estão alinhadas com projeções anteriores de
relatórios do Banco Mundial e da Goldman Sachs, que apontaram a ascensão econômica da Ásia em comparação com a Europa.
Em entrevista ao
podcast Mundioka, da
Sputnik Brasil, analistas explicam como o continente, que antes era símbolo de prosperidade,
entrou em uma espiral decadente.
Eden Pereira, professor de história e pesquisador do Núcleo Interdisciplinar de Estudos sobre a África, Ásia e as Relações Sul-Sul (NIEAAS), da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), explica que um dos fatores que levaram ao declínio e à estagnação econômica da Europa foi a perda de suas colônias.
"A Europa sempre foi muito dependente de suas colônias, diferentemente dos países asiáticos, que foram países colonizados. Então é muito interessante, porque a gente vê também um novo tipo de dinâmica de crescimento que ditam os países asiáticos, diferentemente do que ditou o crescimento da Europa no passado", explica.
Ele afirma que, no caso da Ásia, o crescimento da China é um elemento "central" do processo que levou à expansão econômica do continente.
"A China, em alguma medida, foi um dos processos históricos mais marcantes do continente asiático, porque ela passou pelas Guerras do Ópio, no século XIX; ela passou pelo processo da Revolução Chinesa, no século XX… Então a China acaba meio que sendo uma face desse processo de transformação no continente asiático", afirma o especialista.
Pereira aponta que a China se tornou a principal potência econômica asiática e "indubitavelmente caminha para se tornar a principal potência econômica mundial".
Ele acrescenta que a Europa também foi mais afetada economicamente pela pandemia do que países asiáticos, entre eles China e Índia, por conta de seu modelo neoliberal adotado desde a década de 1970 em várias esferas do Estado.
"Isso faz com que os países europeus, eles passem, em alguma medida, por uma grande restrição da sua própria capacidade de crescimento econômico desde lá para cá. Por quê? Porque o Estado neoliberal que se encontra na Europa, que se coloca nos EUA e também no resto do mundo, mas principalmente nessas duas regiões, privilegia determinados setores da economia que não são produtivos em detrimento de outros. Por exemplo, os setores financeiro e bancário da economia são muito mais privilegiados na Europa e nos EUA em detrimento do setor produtivo."
Carolina Pavese, doutora em relações internacionais pela London School of Economics e professora na Fundação Instituto de Administração (FIA), afirma que a Europa, nos últimos anos, vinha perdendo competitividade para a Ásia e para os EUA.
"A Europa tem crescido, mas tem ficado para trás. Então não sei o quanto isso é passado, mas ela está já descendo do pódio ou, pelo menos ali, num terceiro lugar pelo momento. E ao mesmo tempo a gente vê um movimento contrário de ascensão já há algum tempo aí da Ásia, principalmente impulsionada pelas três maiores economias da região, a China, o Japão e a Índia", observa a especialista.
Segundo ela, a ascensão da China tem deixado os EUA "comendo poeira em vários indicadores", e, embora ainda sejam a maior economia do mundo, já não são "a bola da vez".
"Isso tem sido provocado por esse crescimento da China e, principalmente nos últimos anos, da Índia, que tem sido a grande aposta do mercado asiático."
Em contraponto, no recorte europeu, há uma sequência de recessões econômicas, iniciadas em 2008, com a crise do mercado imobiliário norte-americano, que abalou o euro. Somado a isso, ela aponta que o
conflito ucraniano gerou instabilidade sobretudo no setor de fornecimento energético, pressionado desde a crise na Crimeia, em 2014.
"Agora a gente vê novamente essa guerra, que já está entrando no seu terceiro ano novamente com esses impactos criando uma pressão, principalmente no setor energético. Há um alto custo da energia que tem um impacto muito ruim para a economia."
Pavese afirma ainda que houve um erro de cálculo europeu ao acreditar que o continente seria capaz de estrangular a economia russa por meio de medidas como sanções econômicas, retirada de empresas europeias e estadunidenses do território russo e congelamento de ativos de Moscou no exterior. Segundo ela, essa estratégia não apenas fracassou, como contribuiu para fortalecer a economia asiática.
"Toda essa tentativa de fechar a torneira [de ativos] da Rússia fez com que a Rússia só explorasse mais outros mercados […], até porque commodities são um produto relativamente fácil de você deslocar. Por exemplo, a Índia foi uma grande beneficiária dessas medidas porque passou a comprar a um preço mais baixo do que o do mercado, porque foi o que a Rússia ofereceu. Então essa medida mostrou que a Rússia não depende tanto assim economicamente da Europa quanto a Europa imaginava", afirma a especialista.
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