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'Tentativa de politizar decisões judiciais', diz Brasil após EUA criticarem bloqueio de rede social

© Twitter / ReproduçãoPalácio do Itamaraty, em Brasília (DF)
Palácio do Itamaraty, em Brasília (DF) - Sputnik Brasil, 1920, 26.02.2025
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Mais cedo, a Embaixada dos Estados Unidos no Brasil compartilhou a crítica feita pelo Departamento de Estado dos EUA sobre decisões judiciais no país que determinaram o bloqueio de redes sociais norte-americanas. Na sequência, o Ministério das Relações Exteriores reagiu.
Após o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes determinar o bloqueio da rede social norte-americana Rumble no Brasil, na última semana, por conta do descumprimento de decisões judiciais, um órgão ligado ao Departamento de Estado dos EUA criticou a medida nesta quarta-feira (26), a qual afirmou ser "antidemocrática". O texto também foi compartilhado nas redes sociais da Embaixada dos EUA no país.

"O respeito à soberania é uma via de mão dupla com todos os parceiros dos EUA, incluindo o Brasil. Bloquear o acesso à informação e impor multas a empresas sediadas nos EUA por se recusarem a censurar indivíduos que lá vivem é incompatível com os valores democráticos, incluindo a liberdade de expressão", destacou a publicação, que não faz menção direta ao caso que envolve a Rumble.

Na sequência, o Ministério das Relações Exteriores declarou que recebeu com surpresa a manifestação, que também ocorreu após a Justiça norte-americana rejeitar uma liminar da rede social e da Trump Media que pedia que a plataforma não fosse obrigada a cumprir a decisão do STF. "O governo brasileiro rejeita, com firmeza, qualquer tentativa de politizar decisões judiciais e ressalta a importância do respeito ao princípio republicano da independência dos Poderes, contemplado na Constituição Federal brasileira de 1988", destacou a nota.
Além disso, a pasta enfatizou que o Departamento de Estado "distorce o sentido das decisões do STF, cujos efeitos destinam-se a assegurar a aplicação, no território nacional, da legislação brasileira pertinente, inclusive a exigência da constituição de representantes legais a todas as empresas que atuam no Brasil".

"O Estado brasileiro e suas instituições republicanas foram alvo de uma orquestração antidemocrática baseada na desinformação em massa, divulgada em mídias sociais. Os fatos envolvendo a tentativa de golpe contra a soberania popular, após as eleições presidenciais de 2022, são objeto de ação em curso no Poder Judiciário brasileiro", acrescenta.

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Bloqueio da rede social Rumble no Brasil

Na última semana, Moraes determinou o bloqueio da rede social Rumble no Brasil por conta do descumprimento de decisões judiciais no país. Criada nos Estados Unidos, a Rumble é uma plataforma de vídeos similar ao YouTube, defende a "Internet livre" e é popular entre conservadores.
Segundo a decisão de Moraes, a plataforma é responsável por criar um "ambiente de total impunidade e 'terra sem lei' nas redes sociais brasileiras", além de realizar "reiterados, conscientes e voluntários descumprimentos" de ordens judiciais. Entre os casos está o bloqueio do canal do blogueiro Allan dos Santos, que não foi feito pela companhia.
"Determino a suspensão imediata, completa e integral do funcionamento da Rumble em território nacional, até que todas as ordens judiciais proferidas nos presentes autos — inclusive com o pagamento das multas — sejam cumpridas e seja indicada, em juízo, a pessoa física ou jurídica representante em território nacional", definiu o ministro na última sexta (21). Em 2023, as atividades da rede social também chegaram a ser interrompidas no país após a empresa não remover conteúdos determinados pela Justiça.
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