Entregadores de aplicativos fazem paralisação nacional por melhores condições de trabalho (VÍDEOS)
16:32 31.03.2025 (atualizado: 16:52 31.03.2025)
© Sputnik / Guilherme CorreiaMotociclistas partem da praça Charles Miller, no bairro do Pacaembu, em São Paulo, em direção à avenida Paulista. São Paulo, 31 de março de 2025

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Entregadores de aplicativos em todo o Brasil iniciaram, nesta segunda-feira (31), uma paralisação nacional para reivindicar reajustes nas tarifas e melhores condições de trabalho.
O movimento, conhecido como "Breque dos apps", ocorre em diversas cidades e, em São Paulo, incluiu um ato que partiu da praça Charles Miller, no Pacaembu, rumo à sede do iFood, em Osasco.
As principais demandas da categoria incluem: elevação da tarifa mínima para R$ 10 por entrega; aumento do valor por quilômetro rodado para R$ 2,50; limitação de distância para entregadores de bicicleta em 3 km; e fim das rotas duplas, que exigem que os trabalhadores façam mais de uma entrega no mesmo percurso.
© Sputnik / Guilherme CorreiaParalisação nacional realizada por entregadores de aplicativos em São Paulo

Paralisação nacional realizada por entregadores de aplicativos em São Paulo
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Diego Cardoso Leite, motoentregador e um dos participantes da mobilização, explicou à Sputnik Brasil a situação da categoria. "A reivindicação, na verdade, é as taxas. Pra dar uma melhorada, né? Porque sobe gasolina, sobe várias coisas, óleo sobe."
Trabalhando como entregador desde a pandemia, Diego relata que sua rotina exige jornadas extensas para conseguir uma renda minimamente viável. "Eu preciso fazer um dia de pelo menos 12 horas na rua. Se ficar menos que 12 horas, não faz muito verão não, né?", disse.
Ele também destacou a dificuldade de obter um rendimento justo, comparando os valores pagos pelas principais plataformas. "Você vai trampar por R$ 6,50, mano. Aí a Rappi paga R$ 7, a Uber chega a pagar R$ 4,40. Você anda 7, 8 km por muito pouco, né?", completou.
Sobre a adesão ao movimento, Diego reconhece que a paralisação ainda encontra resistência entre alguns profissionais. "Se todos aderissem, sim [teria mais força]. Mas, na maior parte, só quem para realmente é a minoria, né?", afirmou.
O motofretista também deixou um recado para os clientes que usam os serviços de entrega: "Só ser mais educado com o entregador. A gente vai no prédio, leva o pedido e fica 25 minutos esperando, meia hora. Isso faz a gente perder tempo ali e perder o tempo do cliente também", ressaltou.
📌🇧🇷📍Motoristas de aplicativo fazem motociata em protesto por melhores condições de trabalho
— Sputnik Brasil (@sputnik_brasil) March 31, 2025
Trabalhadores de aplicativos como iFood, 99 e Uber iniciaram uma paralisação nacional nesta segunda (31) e terça-feira (1°), reivindicando um reajuste na taxa mínima para R$ 10 e um… pic.twitter.com/lGr7eDNYed
Em resposta à mobilização, a Associação Brasileira de Mobilidade e Tecnologia (Amobitec), que representa empresas como iFood, Uber e 99, declarou que "respeita o direito de manifestação e informa que suas empresas associadas mantêm canais de diálogo contínuo com os entregadores".
A entidade também destacou o apoio à regulação do setor para garantir proteção social aos trabalhadores e segurança jurídica para as atividades.
A paralisação está prevista para continuar até terça-feira (1º), e os organizadores esperam que seja a maior mobilização da história da categoria, superando o movimento ocorrido em 2020.