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Violações de brasileiros em Israel: romper relações diplomáticas é 'necessidade civilizatória'?
Violações de brasileiros em Israel: romper relações diplomáticas é 'necessidade civilizatória'?
Sputnik Brasil
A pouca repercussão sobre a morte de um adolescente brasileiro e a existência de 11 cidadãos brasileiros em prisões israelenses na semana passada demonstra o... 02.04.2025, Sputnik Brasil
2025-04-02T21:28-0300
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É o que opinam os convidados do podcast Mundioka, da Sputnik Brasil, desta quarta-feira (2). Para o secretário de comunicação da Federação Árabe Palestina do Brasil (Fepal), Marcos Vinícius Férez, a morte de Walid Khaled Abdullah Ahmed, de 17 anos, deveria ter sido a gota d'água para que o governo brasileiro tomasse medidas enérgicas, o que não ocorreu.Mais de uma semana após o caso vir a público, as circunstâncias da morte de Ahmed não foram esclarecidas e o corpo ainda não foi devolvido à família. O rapaz, que não poderia estar preso no Brasil por ser menor de idade, foi levado da Cisjordânia ocupada para Israel e estava detido desde 30 de setembro, sem acusação formal.Segundo ele, os próprios soldados e carcereiros filmam o interior das prisões, sendo a tortura de palestinos produto de consumo interno da sociedade israelense.Na terça-feira da semana passada (25), o Itamaraty demandou a apuração da morte do adolescente e acusou Israel de manter detidos 11 cidadãos brasileiros, a maioria deles sem acusação formal. O secretário da Fepal frisou que o tom da carta foi duro, mas permanece no nível simbólico, sem efeito."É um tom um pouco mais acima do que a gente está acostumado a ver nas notas do Itamaraty, mas ela ainda assim é muito diplomática, e ela não dá nenhum tipo de sinalização sobre uma medida mais dura da diplomacia brasileira em relação a Israel".Para ele, a ruptura das relações diplomáticas é uma necessidade civilizatória:Escritor e professor de relações internacionais, Bruno Lima Rocha também comentou ao Mundioka a indiferença da sociedade brasileira como um todo frente à situação de calamidade em Gaza, que se agrava com a perseguição dos trabalhadores humanitários. Sobre a morte do adolescente Ahmed e as acusações de Israel de que os brasileiros presos são terroristas, o escritor fez uma comparação com a época da Alemanhã nazista, quando opositores ao regime eram classificados assim:No caso do Brasil, o internacionalista também criticou o papel da sociedade e da mídia brasileira nesse processo, que, segundo ele, sofrem forte influência do sionismo pentecostal:Férez endossou as afirmações de Rocha ao ressaltar que, se a morte do adolescente tivesse ocorrido na Venezuela, na China ou no Irã, o caso teria rendido atenção e tempo por parte da imprensa brasileira.O representante da Fepal mencionou ainda o caso do diretor de cinema palestino que ganhou um Oscar recentemente, Hamdan Ballal, levado para um local desconhecido por policiais israelenses e liberado horas depois após repercussão internacional. Férez argumentou que se não fosse uma pessoa conhecida internacionalmente, provavelmente teria ficado muito mais tempo sequestrado e poderia mesmo ter morrido como o adolescente brasileiro:
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Violações de brasileiros em Israel: romper relações diplomáticas é 'necessidade civilizatória'?
21:28 02.04.2025 (atualizado: 01:42 03.04.2025) Redação
Equipe da Sputnik Brasil
Especiais
A pouca repercussão sobre a morte de um adolescente brasileiro e a existência de 11 cidadãos brasileiros em prisões israelenses na semana passada demonstra o poder da retórica sionista sobre a mídia e a sociedade, que justifica violações brutais de direitos humanos.
É o que opinam os convidados do
podcast Mundioka, da Sputnik Brasil, desta quarta-feira (2). Para o secretário de comunicação da Federação Árabe Palestina do Brasil (Fepal),
Marcos Vinícius Férez, a
morte de Walid Khaled Abdullah Ahmed, de 17 anos, deveria ter sido a gota d'água para que o governo brasileiro tomasse medidas enérgicas, o que não ocorreu.
"Como é que a gente mantém o laço diplomático com um país que tortura cidadãos brasileiros menores de idade em um campo de concentração? É uma situação inacreditável, para além do quão inacreditável é tudo que a gente está testemunhando na Palestina há mais de 530 dias", comenta o representante da Fepal.
Mais de uma semana após o caso vir a público, as circunstâncias da morte de Ahmed não foram esclarecidas e o corpo ainda não foi devolvido à família. O rapaz, que não poderia estar preso no Brasil por ser menor de idade, foi levado da Cisjordânia ocupada para Israel e estava detido desde 30 de setembro, sem acusação formal.
"Isso em si já incorre em crime de guerra. Essa prisão, de acordo com a própria imprensa israelense, é uma prisão em que há privação de comida, espancamentos e até o uso de cachorros para torturar palestinos", comentou ele, ao destacar que Israel é o único país do mundo que prende e julga crianças a partir de 12 anos, todas palestinas e com taxa de condenação superior aos 99%.
Segundo ele, os próprios soldados e carcereiros filmam o interior das prisões,
sendo a tortura de palestinos produto de consumo interno da
sociedade israelense.
Na terça-feira da semana passada (25), o Itamaraty demandou a apuração da morte do adolescente e acusou Israel de manter detidos 11 cidadãos brasileiros, a maioria deles sem acusação formal. O secretário da Fepal frisou que o tom da carta foi duro, mas permanece no nível simbólico, sem efeito.
"É um tom um pouco mais acima do que a gente está acostumado a ver nas notas do Itamaraty, mas ela ainda assim é muito diplomática, e ela não dá nenhum tipo de sinalização sobre uma medida mais dura da diplomacia brasileira em relação a Israel".
Para ele, a ruptura das relações diplomáticas é uma necessidade civilizatória:
"Nós consideramos uma necessidade civilizatória romper laços diplomáticos com Israel. […] se não foi suficiente tudo que a gente já testemunhou e que estamos acompanhando em Gaza, na Palestina, o assassinato de um cidadão brasileiro menor de idade em um campo de tortura, pelo menos, deve provocar algum tipo de mudança", comentou ele.
Escritor e professor de relações internacionais, Bruno Lima Rocha também comentou ao Mundioka a indiferença da sociedade brasileira como um todo frente à situação de calamidade em Gaza, que se agrava com a perseguição dos trabalhadores humanitários.
Sobre a morte do adolescente Ahmed e as acusações de Israel de que os brasileiros presos são terroristas, o escritor fez uma comparação com a época da Alemanhã nazista, quando opositores ao regime eram classificados assim:
"Quando a Alemanha nazista ocupou a França, quem era […] resistente também era chamado de terrorista pela Gestapo [polícia secreta do regime]. Então ser xingado por um inimigo ocupante ilegítimo é uma forma de elogio, embora eu não aceite o conceito, porque terrorismo é um conceito bem-definido e a resistência palestina não pratica, nem a libanesa."
No caso do Brasil, o internacionalista também
criticou o papel da sociedade e da mídia brasileira nesse processo, que, segundo ele, sofrem forte influência do
sionismo pentecostal:
"[…] não quero responsabilizar a vítima, mas a primeira responsabilidade é nossa. Essa gigantesca colônia descendente de árabe no Brasil que fica culturada, pintada de branco, disfarçada de ocidental, que não faz a pressão necessária."
Férez endossou as afirmações de Rocha ao ressaltar que, se a morte do adolescente tivesse ocorrido na Venezuela, na China ou no Irã, o caso teria rendido atenção e tempo por parte da imprensa brasileira.
"A gente viu duas, três reportagens saindo em um ou outro lugar. Nem sei se passou em jornais televisivos majoritários. Então acho que faz pensar. Faz pensar não só o quão absurda é a situação em si, mas o quanto a nossa imprensa é hegemônica."
O representante da Fepal mencionou ainda o caso do diretor de cinema palestino que ganhou um Oscar recentemente, Hamdan Ballal, levado para um local desconhecido por policiais israelenses e liberado horas depois após repercussão internacional. Férez argumentou que se não fosse uma pessoa conhecida internacionalmente, provavelmente teria ficado muito mais tempo sequestrado e poderia mesmo ter morrido como o adolescente brasileiro:
"Esse caso é muito emblemático para mostrar a realidade da ocupação há mais de seis décadas na Palestina. E as pessoas ficam chocadas porque essa informação não chega a elas", comentou. "Ele é só a pontinha do iceberg do que é a brutalização a que palestinos estão submetidos nas mãos de Israel."
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