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Analista: se Marinha dos EUA passa aperto para lidar com houthis, imagina com a 'jaganata' da China
Analista: se Marinha dos EUA passa aperto para lidar com houthis, imagina com a 'jaganata' da China
Sputnik Brasil
Sem sucesso e atolada no mar Vermelho, a Marinha dos Estados Unidos despende seu segundo grupo de ataque liderado por um porta-aviões nos combates aos houthis... 15.04.2025, Sputnik Brasil
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Nos últimos dias, o porta-aviões USS Carl Vinson e seu grupo de escolta e ataque finalmente chegaram ao mar Arábico. Com isso, os navios se unem ao grupo liderado pelo porta-aviões USS Harry S. Truman e está em alcance para lutar contra o movimento iemenita Ansar Allah, também conhecido como houthis.Nas redes sociais, o Comando Central das Forças Armadas norte-americanas propagandeia a campanha incessante contra alvos das forças iemenitas. Até mesmo o capitão do USS Harry S. Truman, Christ "Chowdah" Hill, divulga cenas das ações.No entanto, a operação norte-americana não parece ter tido efeito algum no grupo. Na segunda-feira (14), Ali Al-Qahoum, membro do comitê político do Ansar Allah, afirmou à Sputnik que os quase mil bombardeios estadunidenses lançados contra o território do Iêmen no último mês não tiveram impacto na capacidade militar do movimento.Já na última sexta-feira (11), Yahya Saree, porta-voz do governo iemenita, informou que os militares do país revidam os ataques estadunidenses com mísseis de cruzeiro e drones. "Cedo ou tarde, o inimigo perceberá que o povo do Iêmen não se submeterá", afirmou.'Uma revolução em assuntos militares'Se por um lado os Estados Unidos falharam em atingir alvos vitais do Ansar Allah, por outro o grupo já causou alguns danos significativos, pelo menos financeiramente, aos norte-americanos.Só nas duas últimas semanas, os houthis derrubaram quatro drones de combate MQ-9 Reaper. Considerado um dos mais poderosos — capazes de atingir 15 quilômetros de altitude e lançar mísseis Hellfire —, ao todo 19 unidades desse veículo aéreo não tripulado foram destruídas. Estima-se que cada uma tenha um valor de US$ 56,5 milhões.Para Francisco Carlos Teixeira, professor titular da cadeira de história moderna e contemporânea da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), a efetividade do Ansar Allah em se manter ativo, seus contra-ataques e o fato de terem feito a Marinha dos Estados Unidos terem despedindo dois porta-aviões em seu combate evidencia uma "revolução em assuntos militares".Diferentemente do caso do Vietnã — outro atoleiro em que as Forças Armadas norte-americanas se meteram —, desta vez não é apenas a mobilização popular que se sobrepõe à superioridade tecnológica norte-americana. Os houthis, diz, não contam com meios "quase artesanais de luta"; pelo contrário.Supostamente fornecidos pelo Irã, esses mísseis e drones possuem "mecanismos de navegação e de direção de rumo muito sofisticados", afirma Teixeira. Além disso, trata-se de "uma balística barata e de grande mobilidade, por vezes disparada de pequenos veículos utilitários 4x4 de grande movimento, o que torna a represália muito difícil", diz à Sputnik Brasil.Vergonha para a Marinha dos EUA?Em entrevista à Sputnik Brasil, o especialista militar e oficial da reserva da Marinha do Brasil comandante Robinson Farinazzo destaca que esses resultados infrutíferos eram vistos por oficiais da Marinha norte-americana como consequência das restrições impostas por Joe Biden, ex-presidente dos Estados Unidos."Agora Trump soltou a mão da Marinha", comenta Farinazzo. "Mas aí eu te pergunto: os resultados estão aparecendo? Se não aparecerem resultados dentro de alguns meses, isso vai provar que essa visão da Marinha estava equivocada."Desde que assumiu, o atual mandante da Casa Branca, Donald Trump, reforçou a retórica militar norte-americana no teatro asiático — seja no Oriente Médio com o maior belicismo contra os houthis e atritos com o Irã, seja na escolha direta da China, como principal oponente geopolítico dos Estados Unidos.Nesse último embate, Trump iniciou uma guerra tarifária contra a China, mas até agora se recusa a comentar se suas forças agiriam caso haja problemas em Taiwan.À reportagem, Farinazzo compara ambas as situações. "Os houthis têm uma capacidade bélica bastante razoável, mas eles não têm a massa de drones e mísseis para fazer uma saturação na Marinha norte-americana, nem a capacidade de aquisição de alvos para garantir os acertos. A China tem."Diferentemente dos houthis, que lançam alguns mísseis por vez, a China tem capacidade de lançar "uma centena de vetores" até esgotar as defesas dos navios estadunidenses. Conforme explica o especialista militar, a defesa da frota é feita por lançadores verticais que, uma vez esgotadas, só conseguem ser repostas no porto."Então, vamos supor que há cinco cruzadores defendendo um porta-aviões. São 450 mísseis de defesa. Se a China lançar 600 drones — que não é nada —, acabou a defesa. Aí começam a vir os mísseis. E 600 drones para a China é a produção de alguns minutos de uma fábrica."
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Analista: se Marinha dos EUA passa aperto para lidar com houthis, imagina com a 'jaganata' da China
15:25 15.04.2025 (atualizado: 16:22 15.04.2025) Especiais
Sem sucesso e atolada no mar Vermelho, a Marinha dos Estados Unidos despende seu segundo grupo de ataque liderado por um porta-aviões nos combates aos houthis. É essa a grande força naval que se pressupõe contrapor a China no Pacífico?
Nos últimos dias, o porta-aviões USS Carl Vinson e seu grupo de escolta e ataque finalmente chegaram ao mar Arábico. Com isso, os navios se unem ao grupo liderado pelo porta-aviões USS Harry S. Truman e está em alcance para lutar contra o movimento iemenita Ansar Allah, também conhecido como houthis.
Nas redes sociais, o Comando Central das Forças Armadas norte-americanas
propagandeia a campanha incessante contra alvos das forças iemenitas. Até mesmo o capitão do USS Harry S. Truman, Christ "Chowdah" Hill,
divulga cenas das ações.
Os ataques dos Estados Unidos contra o Ansar Allah ocorrem desde janeiro de 2024, quando o Ansar Allah anunciou um bloqueio naval no mar Vermelho em uma campanha de solidariedade aos palestinos da Faixa de Gaza. Os houthis também têm lançado ataques de drones e mísseis contra Israel.
No entanto, a operação norte-americana não parece ter tido efeito algum no grupo. Na segunda-feira (14), Ali Al-Qahoum, membro do comitê político do Ansar Allah, afirmou à Sputnik que os quase mil bombardeios estadunidenses lançados contra o território do Iêmen no último mês não tiveram impacto na capacidade militar do movimento.
Já na última sexta-feira (11), Yahya Saree, porta-voz do governo iemenita, informou que os militares do país
revidam os ataques estadunidenses com mísseis de cruzeiro e drones. "Cedo ou tarde, o inimigo perceberá que o povo do Iêmen não se submeterá", afirmou.
'Uma revolução em assuntos militares'
Se por um lado os Estados Unidos falharam em atingir alvos vitais do Ansar Allah, por outro o grupo já causou alguns danos significativos, pelo menos financeiramente, aos norte-americanos.
Só nas duas últimas semanas, os houthis
derrubaram quatro drones de combate MQ-9 Reaper. Considerado um dos mais poderosos — capazes de atingir 15 quilômetros de altitude e lançar mísseis Hellfire —,
ao todo 19 unidades desse veículo aéreo não tripulado foram destruídas. Estima-se que cada uma tenha um valor de
US$ 56,5 milhões.

13 de dezembro 2024, 16:55
Para Francisco Carlos Teixeira, professor titular da cadeira de história moderna e contemporânea da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), a efetividade do Ansar Allah em se manter ativo, seus contra-ataques e o fato de terem feito a Marinha dos Estados Unidos terem despedindo dois porta-aviões em seu combate evidencia uma "revolução em assuntos militares".
"Essa é uma expressão técnica que tenta marcar o momento onde alguns avanços tecnológicos, doutrina e de tática podem mudar claramente o equilíbrio de forças."
Diferentemente do caso do Vietnã — outro atoleiro em que as Forças Armadas norte-americanas se meteram —, desta vez não é apenas a mobilização popular que se sobrepõe à superioridade tecnológica norte-americana. Os houthis, diz, não contam com meios "quase artesanais de luta"; pelo contrário.
Supostamente fornecidos pelo Irã, esses mísseis e drones possuem "mecanismos de navegação e de direção de rumo muito sofisticados", afirma Teixeira. Além disso, trata-se de "uma balística barata e de grande mobilidade, por vezes disparada de pequenos veículos utilitários 4x4 de grande movimento, o que torna a represália muito difícil", diz à Sputnik Brasil.
"O uso de foguetes, mísseis e drones tem transformado a arte da guerra. É uma vitória da tecnologia contra meios financeiros abundantes."
Vergonha para a Marinha dos EUA?
Em entrevista à Sputnik Brasil, o especialista militar e oficial da reserva da Marinha do Brasil comandante Robinson Farinazzo destaca que esses resultados infrutíferos eram vistos por oficiais da Marinha norte-americana como consequência das restrições impostas por Joe Biden, ex-presidente dos Estados Unidos.
"Agora Trump soltou a mão da Marinha", comenta Farinazzo. "Mas aí eu te pergunto: os resultados estão aparecendo? Se não aparecerem resultados dentro de alguns meses, isso vai provar que essa visão da Marinha estava equivocada."
Desde que assumiu, o atual mandante da Casa Branca, Donald Trump, reforçou a retórica militar norte-americana no teatro asiático — seja no Oriente Médio com o maior belicismo contra os houthis e atritos com o Irã, seja na escolha direta da China, como principal oponente geopolítico dos Estados Unidos.
Nesse último embate, Trump iniciou uma guerra tarifária contra a China,
mas até agora se recusa a comentar se suas forças
agiriam caso haja problemas em Taiwan.
À reportagem, Farinazzo compara ambas as situações. "Os houthis têm uma capacidade bélica bastante razoável, mas eles não têm a massa de drones e mísseis para fazer uma saturação na Marinha norte-americana, nem a capacidade de aquisição de alvos para garantir os acertos. A China tem."
"Não é difícil de aprender que se você não consegue enfrentar um exército semirregular sem a logística adequada, que sem as plenas condições técnicas já há toda essa angústia, imagina enfrentar uma 'jaganata' que nem a Marinha e Força Aérea chinesa. Lembrando que a China tem satélites à sua disposição, muitos."
Diferentemente dos houthis, que lançam alguns mísseis por vez, a China tem capacidade de lançar "uma centena de vetores" até esgotar as defesas dos navios estadunidenses. Conforme explica o especialista militar, a defesa da frota é feita por lançadores verticais que, uma vez esgotadas, só conseguem ser repostas no porto.
"Então, vamos supor que há cinco cruzadores defendendo um porta-aviões. São 450 mísseis de defesa. Se a China lançar 600 drones — que não é nada —, acabou a defesa. Aí começam a vir os mísseis. E 600 drones para a China é a produção de alguns minutos de uma fábrica."
"Quer dizer, a chance de a China afundar um porta-aviões americano, um navio capital, é bastante grande."
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