Marinha dos EUA pede por frota de 381 navios para revitalizar construção naval, diz mídia
© Foto / Twitter / Marinha dos EUA / 7ª FrotaMarinheiros a bordo do USS Milius da Marinha dos EUA no mar do Sul da China

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Na última quarta-feira (9), o presidente norte-americano Donald Trump sancionou uma nova política que visa revitalizar a indústria de construção naval dos EUA, que está abaixo dos níveis de produção de seus rivais da República Popular da China.
A ordem executiva que cita a necessidade de fortalecer a "capacidade de construção naval comercial e a força de trabalho marítima" reflete preocupações da indústria de defesa dos EUA quando, na audiência do dia 8 de abril, autoridades da Marinha expressaram preocupações com a estagnação da construção naval e seu impacto em conflitos entre grandes potências.
Em março de 2024, a Marinha estabeleceu a meta de aumentar sua frota de navios de força de batalha para 381 nos próximos 30 anos, exigindo um investimento de pelo menos US$ 40 bilhões (cerca de R$ 234,2 bilhões) por ano. Atualmente, a frota tem menos de 300 navios de guerra, e esse número deve cair, com mais navios sendo aposentados do que comissionados até 2027.
A Liga da Marinha reiterou a necessidade de expandir a frota e pediu ao Congresso que aumentasse o financiamento para estaleiros públicos e quebra-gelos da Guarda Costeira. Estima-se que 250.000 trabalhadores qualificados precisem ser contratados na próxima década para atingir as metas de construção e manutenção de embarcações.
De acordo com o Defense News, o gerente do programa de subordinação direta da base industrial marítima da Marinha, Matthew Sermon, destacou a necessidade de expandir a capacidade da cadeia de suprimentos e enfrentar os desafios da força de trabalho. Para o secretário adjunto interino da Marinha, Brett Seidle, a necessidade de entregar mais navios dentro do prazo e do orçamento, apesar dos custos crescentes e atrasos nos cronogramas, era o maior gargalo do ramo.
O Escritório de Prestação de Contas do Governo (GAO, na sigla em inglês) divulgou um relatório solicitando mudanças radicais na construção naval dos EUA para alcançar a meta de 381 navios. A Marinha não conseguiu aumentar sua frota nos últimos 20 anos, apesar do aumento do orçamento, e enfrenta atrasos significativos em programas como o de fragatas.
A construção naval dos EUA está impactando a entrega de embarcações norte-americanas e a demanda por submarinos da classe Virginia pela Austrália, como parte do acordo AUKUS. A produção do futuro USS District of Columbia, o primeiro submarino da classe Columbia, está atrasada em até 18 meses, gerando preocupações sobre a capacidade dos EUA de substituir navios em um conflito.
A colaboração regional entre China e Rússia no Ártico está aumentando a urgência de dedicar mais recursos ao ambiente ártico. A Estratégia para o Ártico de 2024 do Pentágono destaca a região como um palco para competição estratégica, e os EUA devem estar prontos para enfrentar o desafio ao lado de aliados e parceiros.