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Participar do BRICS e do NBD já beneficiou milhões de brasileiros, destacam analistas

© AP Photo / Eraldo PeresUm membro da delegação sul-africana participa da sessão de abertura da Primeira Reunião de Sherpas, em preparação para a reunião de julho do BRICS no Brasil, no Palácio do Itamaraty. Brasília (DF), 26 de fevereiro de 2025
Um membro da delegação sul-africana participa da sessão de abertura da Primeira Reunião de Sherpas, em preparação para a reunião de julho do BRICS no Brasil, no Palácio do Itamaraty. Brasília (DF), 26 de fevereiro de 2025 - Sputnik Brasil, 1920, 15.04.2025
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Muitos questionam quais benefícios tangíveis o Brasil tem ao participar do BRICS e de seu banco, o Novo Banco de Desenvolvimento (NBD). Neste aniversário de 15 anos da primeira Cúpula de Chefes de Estado, sediada no Brasil, o Mundioka, podcast da Sputnik Brasil apresentado pelos jornalistas Melina Saad e Marcelo Castilho, abordou o tema.
Para algumas pessoas, as vantagens de estar no BRICS podem parecer poucas, ou até nulas, caso a situação seja vista apenas a partir das ameaças do presidente norte-americano, Donald Trump, que disse que taxaria os países-membros do grupo caso decidam destronar o dólar como moeda global.
No entanto, entrevistados do programa destacaram os inúmeros proveitos que o Brasil ganha ao estar filiado ao BRICS e ao NBD, banco de desenvolvimento associado ao agrupamento.
#596 Mundioka - Sputnik Brasil, 1920, 15.04.2025
Mundioka
O Brasil poderia aproveitar melhor o BRICS?
Laerte Apolinário Júnior, professor de relações internacionais da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), afirma que uma das ações mais impactantes do NBD na vida dos cidadãos brasileiros foi o empréstimo concedido pelo banco durante a pandemia de COVID-19.
O dinheiro, disse Apolinário, ajudou a financiar o auxílio emergencial concedido pelo governo. "Esse recurso ajudou a garantir renda mínima para milhões de brasileiros em situação de vulnerabilidade, em um momento bastante crítico da crise sanitária e econômica."

"Essa instituição já aprovou mais de US$ 6 bilhões [cerca de R$ 35 bilhões] em financiamentos para o Brasil desde 2015, com foco em infraestrutura sustentável, transição energética e inclusão social."

 O presidente russo, Vladimir Putin, e a presidente do Novo Banco de Desenvolvimento do BRICS, Dilma Rousseff, durante reunião à margem da 16ª cúpula do BRICS, em Kazan. Rússia, 22 de outubro de 2024 - Sputnik Brasil, 1920, 24.03.2025
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Augusto Rinaldo, professor de relações internacionais na mesma instituição, ressaltou três investimentos feitos com aportes do banco que serão aproveitados por centenas de milhares de pessoas.
O primeiro é a expansão da Linha 6 do metrô de São Paulo, ainda em construção. Conhecida como linha das universidades, as obras abarcarão universidades importantes da cidade e estima-se que 600 mil passageiros usem o novo modal a cada dia.
O segundo é o empréstimo feito à CPFL Energia, empresa de eletricidade que atua em cidades no estado de São Paulo. Com o financiamento, diz Rinaldi, a companhia vai renovar e expandir suas linhas de transmissão para alcançar um número maior de moradias.
Por fim, há vários projetos de energia solar em estados do Nordeste que usaram recursos do NBD para as suas construções. "As grandes usinas de captação de energia solar têm uma potencialidade muito grande, promovendo não só energia limpa, mas também […] emprega muita gente para trabalhar nessas fazendas."

"Então, ainda que a sigla BRICS pareça abstrata para muitos, os seus efeitos são concretos quando pensamos em investimentos que geram empregos, melhoram serviços públicos e ampliam a resiliência social e ambiental do país", afirmou Apolinário.

Da esquerda para a direita, Masoud Pezeshkian, Abdel Fattah el-Sisi, Xi Jinping, Vladimir Putin, Cyril Ramaphosa, Abiy Ahmed e Mauro Vieira participam da Cúpula do BRICS em Kazan. Rússia, 24 de outubro de 2024 - Sputnik Brasil, 1920, 28.10.2024
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Brasil sedia Cúpula de Chefes de Estado

Neste ano, o Brasil completa 15 anos desde que sediou a sua primeira — e segunda geral — Cúpula de Chefes de Estado do BRICS, na época BRIC, pois a África do Sul só se uniu ao grupo em 2011.
Com a presidência pro tempore do grupo, os entrevistados afirmam que o Brasil tem a oportunidade de pautar temas alinhados e mobilizar apoio político, técnico e financeiro no desenvolvimento de suas prioridades nacionais — no caso, a transição energética e a reindustrialização verde.

"Uma proposta interessante seria a criação de uma agenda do BRICS para a ciência, tecnologia e bioeconomia na Amazônia", disse Laerte.

Rinaldi lembrou que a presença de uma cúpula do tipo é de grande honra para o país, uma vez que nem sempre nessas reuniões internacionais os líderes estão presentes. "E, no caso do BRICS, eles fazem um esforço muito grande para estarem. Dão uma prioridade para esse tipo de evento."
A declaração final, elaborada e divulgada no final do encontro, é também um importante sinalizador dos andamentos do grupo, demonstrando a convergência dos interesses geopolíticos, econômicos, diplomáticos e de segurança dos membros do BRICS.

"E o interessante da cúpula deste ano é a participação dos novos membros. Estou curioso para saber como é que vai ser. A expectativa é alta."

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