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Acordos de Abraão por energia nuclear: o que esperar da ida de Trump ao Oriente Médio?
Acordos de Abraão por energia nuclear: o que esperar da ida de Trump ao Oriente Médio?
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O presidente dos EUA, Donald Trump, viaja para o Oriente Médio na próxima semana. O que esperar da visita do líder norte-americano à Arábia Saudita, ao Catar e... 08.05.2025, Sputnik Brasil
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A ida de Trump a três dos países que compõem o Conselho de Cooperação do Golfo (CCG), no próximo dia 13, será a primeira viagem internacional do segundo mandato do presidente, após a passagem em Roma para o funeral do papa Francisco. Em jogo, segundo analistas ouvidos pela Sputnik Brasil, estão questões que podem soar como vitórias para Trump, como os Acordos de Abraão.Segundo Isabela Agostinelli, professora de relações internacionais da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) e da Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado (FECAP), uma das pautas a serem tratadas no encontro de Trump com lideranças do Oriente Médio é a inclusão da Arábia Saudita nos Acordos de Abraão, os quais Bahrein e Emirados Árabes Unidos já são signatários.O intuito do mandatário da Casa Branca com o acordo é "garantir que Israel seja, a partir de então, o responsável pela articulação com as monarquias árabes do Golfo, consideradas regimes mais moderados aos olhos dos Estados Unidos", explica Agostinelli.A Arábia Saudita, no entanto, mostra-se reticente à adesão e, desde a escalada do conflito na Faixa de Gaza em outubro de 2023, já sinalizou que não normalizaria as relações com Israel enquanto não houvesse um plano factível para a criação de um Estado palestino.Além disso, o fortalecimento das relações norte-americanas com esses países do Golfo deve estar na ordem do dia da visita de Trump ao Oriente Médio.Conforme explica a professora da PUC-SP, na última década, Arábia Saudita, Catar e Emirados Árabes Unidos têm adotado uma postura mais "balanceada", não estando completamente alinhados com os EUA.Jorge Mortean, mestre em estudos regionais do Oriente Médio pela Escola Internacional de Relações Exteriores da República Islâmica do Irã e doutor em geopolítica do oceano Índico na Universidade de São Paulo (USP)., aponta que a visita aos "grandes amigos árabes", além de um alívio diplomático a Israel, também levará investimentos aos fornecedores de petróleo dos EUA."A economia norte-americana dá solavancos e se mostra cada vez mais dependente do petróleo", afirma. Nesse sentido, segundo o pesquisador, os Estados Unidos vão tentar contemplar seus aliados com investimentos diretos e tecnologia.Por outro lado, a busca da Arábia Saudita em fazer uma transição energética e ficar menos dependente do petróleo é um terceiro ponto que pode ser levado em conta nos encontros vindouros. Para tal, segundo explica Agostinelli, os sauditas dependem de investimentos e apoio dos EUA para desenvolver um programa nuclear. "Talvez seja esse o ponto que mais será discutido na visita de Trump ao país", aponta.Os sauditas já obtiveram concessão dos EUA na área nuclear e têm planos para estabelecer uma usina de energia nuclear civil no país. Segundo o The New York Times, Trump fala, inclusive, sobre transferir tecnologia nuclear de enriquecimento de urânio para a Arábia Saudita.Mortean relembra as negociações que os Estados Unidos mantêm com o Irã em relação a acordos nucleares. Além disso, "estima-se que Israel tem entre 80 e 90 ogivas nucleares, sem a capacidade teoricamente de desenvolver tecnologia nuclear".Dessa forma, a estratégia estadunidense para estreitar vínculos com os árabes e criar um acordo diplomático para Israel, no entanto, é vista de forma crítica pelos analistas, uma vez que, a princípio, as três nações são rivais no Oriente Médio."Deixar que haja um desenvolvimento nuclear — ainda que, teoricamente, com fins pacíficos aconteça entre países que são historicamente rivais dentro de uma arena diplomática regional — é complicado", alerta.Ao conduzir dessa forma a política externa na região, o analista atenta que os EUA podem provocar desequilíbrios geopolíticos.Para Agostinelli, a postura do Irã e da Arábia Saudita mostram o protagonismo de ambos em buscar seus próprios interesses, "articulando-se inclusive com países sancionados pelos EUA e que são uma direta ameaça à sua hegemonia", como o caso de Rússia e China."Isso tem surtido efeitos e incomodado os americanos", finaliza.
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Acordos de Abraão por energia nuclear: o que esperar da ida de Trump ao Oriente Médio?
17:08 08.05.2025 (atualizado: 21:08 08.05.2025) Especiais
O presidente dos EUA, Donald Trump, viaja para o Oriente Médio na próxima semana. O que esperar da visita do líder norte-americano à Arábia Saudita, ao Catar e aos Emirados Árabes Unidos?
A ida de Trump a três dos países que compõem o Conselho de Cooperação do Golfo (CCG), no próximo dia 13, será a primeira viagem internacional do segundo mandato do presidente, após a passagem em Roma para o funeral do papa Francisco. Em jogo, segundo analistas ouvidos pela Sputnik Brasil, estão questões que podem soar como vitórias para Trump, como os Acordos de Abraão.
Segundo
Isabela Agostinelli, professora de relações internacionais da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) e da Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado (FECAP), uma das pautas a serem tratadas no encontro de Trump com lideranças do Oriente Médio é a
inclusão da Arábia Saudita nos Acordos de Abraão, os quais Bahrein e Emirados Árabes Unidos já são signatários.
Propostos por Donald Trump em seu primeiro mandato, os Acordos de Abraão têm como objetivo consolidar as relações diplomáticas e as parcerias bilaterais entre as nações árabes signatárias e Israel.
O intuito do mandatário da Casa Branca com o acordo é "garantir que Israel seja, a partir de então, o responsável pela articulação com as monarquias árabes do Golfo, consideradas regimes mais moderados aos olhos dos Estados Unidos", explica Agostinelli.
A Arábia Saudita, no entanto, mostra-se reticente à adesão e, desde a escalada do conflito na Faixa de Gaza em outubro de 2023, já sinalizou que
não normalizaria as relações com Israel enquanto não houvesse um plano factível para a criação de um Estado palestino.
Além disso, o fortalecimento das relações norte-americanas com esses países do Golfo deve estar na ordem do dia da visita de Trump ao Oriente Médio.
Conforme explica a professora da PUC-SP, na última década, Arábia Saudita, Catar e Emirados Árabes Unidos têm adotado uma postura mais "balanceada", não estando completamente alinhados com os EUA.
"Os países do Conselho de Cooperação do Golfo (CCG), por exemplo, não aderiram à campanha de sanções econômicas dos Estados Unidos e da União Europeia contra a Rússia por conta da guerra na Ucrânia. Além disso, a presença chinesa no Golfo tem sido fortalecida por meio da Nova Rota da Seda da China."
Jorge Mortean, mestre em estudos regionais do Oriente Médio pela Escola Internacional de Relações Exteriores da República Islâmica do Irã e doutor em geopolítica do oceano Índico na Universidade de São Paulo (USP)., aponta que a visita aos "grandes amigos árabes", além de um alívio diplomático a Israel, também levará investimentos aos fornecedores de petróleo dos EUA.
"A economia norte-americana dá solavancos e se mostra cada vez mais dependente do petróleo", afirma. Nesse sentido, segundo o pesquisador, os Estados Unidos vão tentar contemplar seus aliados com investimentos diretos e tecnologia.
"Em troca do petróleo sempre cru, barato, que os árabes há décadas vêm vendendo para Washington."
Por outro lado, a busca da Arábia Saudita em fazer uma transição energética e ficar menos
dependente do petróleo é um terceiro ponto que pode ser levado em conta nos encontros vindouros. Para tal, segundo explica Agostinelli, os sauditas dependem de investimentos e apoio dos EUA para desenvolver um programa nuclear.
"Talvez seja esse o ponto que mais será discutido na visita de Trump ao país", aponta.
Os sauditas já obtiveram concessão dos EUA na área nuclear e têm planos para estabelecer uma
usina de energia nuclear civil no país. Segundo o The New York Times, Trump fala, inclusive, sobre
transferir tecnologia nuclear de enriquecimento de urânio para a Arábia Saudita.
Mortean relembra as negociações que os Estados Unidos mantêm com o Irã em relação a acordos nucleares. Além disso, "estima-se que Israel tem entre 80 e 90 ogivas nucleares, sem a capacidade teoricamente de desenvolver tecnologia nuclear".
Dessa forma, a estratégia estadunidense para estreitar vínculos com os árabes e criar um acordo diplomático para Israel, no entanto, é vista de forma crítica pelos analistas, uma vez que, a princípio, as três nações são rivais no Oriente Médio.
"Deixar que haja um desenvolvimento nuclear — ainda que, teoricamente, com fins pacíficos aconteça entre países que são historicamente rivais dentro de uma arena diplomática regional — é complicado", alerta.
Ao conduzir dessa forma a política externa na região, o analista atenta que os EUA podem
provocar desequilíbrios geopolíticos.
"Os Estados Unidos agem mais como um ator provocador na região do que, de fato, como um país que está ali para zelar pelas relações estáveis e pacíficas entre as potências daquela região. Onde eles puderem levar conflito, eles vão levando."
Para Agostinelli, a postura do Irã e da Arábia Saudita mostram o protagonismo de ambos em buscar seus próprios interesses, "articulando-se inclusive com países sancionados pelos EUA e que são uma direta ameaça à sua hegemonia", como o caso de Rússia e China.
"Isso tem surtido efeitos e incomodado os americanos", finaliza.
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