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Redes sociais como armas geopolíticas: especialistas alertam para a nova face do 'poder global'
Redes sociais como armas geopolíticas: especialistas alertam para a nova face do 'poder global'
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As redes sociais deixaram de ser apenas espaços de socialização digital para se tornarem uma das armas mais sofisticadas da geopolítica contemporânea. Com base... 08.05.2025, Sputnik Brasil
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O professor Lucas Mendes, especialista em geopolítica pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC Minas) e fundador do projeto Geopolítica Hoje, disse durante entrevista ao podcast que o controle dos algoritmos que movem plataformas como TikTok, Instagram ou X (ex-Twitter) é, hoje, tão estratégico quanto o comando de exércitos."As redes sociais são armas no campo da geopolítica", afirmou Mendes. Mas não se trata de uma arma convencional, e sim de uma ferramenta multifuncional usada para a coleta de dados, a disseminação de desinformação e a manipulação de opiniões públicas.Na disputa global por influência, China e Estados Unidos dominam o cenário. Enquanto a China consolida sua presença com plataformas como o TikTok, os EUA mantêm sua hegemonia com gigantes como Meta (dona de Facebook, Instagram e WhatsApp, cujas atividades são proibidas na Rússia por serem consideradas extremistas) e X. Os EUA ainda lideram em termos de impacto global, mas a China avança com estratégias muito bem desenhadas para uso interno e externo das redes, observou o professor.Um exemplo dessa guerra silenciosa, conforme ressaltou ao podcast, é o TikTok, cuja presença dominante nos EUA levou o governo americano a restringir seu uso em dispositivos oficiais e a pressionar pela venda da operação americana da plataforma. Há um conflito entre a defesa da liberdade irrestrita de expressão, típica do discurso liberal dos Estados Unidos, e a preocupação com a soberania digital, explica Mendes."O TikTok é muito interessante porque se tornou a rede social mais usada nos EUA, que é o rival, que é o país no qual a disputa está ocorrendo", referenciou.Já a China investe em um modelo voltado ao controle interno e à proteção contra influências externas: "O governo chinês tem esse foco muito relacionado ao uso saudável interno para a sua população. Claro, para evitar que mecanismos estrangeiros de influência possam criar problemas sociais para o país."Adriana Borba Wannstock, psicóloga com pós-graduação em clínica pela PUC-Rio e mestre em psicanálise, saúde e sociedade refletiu ao podcast que estamos diante de uma era de superexposição digital. A construção da identidade individual passa por transformações profundas — e, sobretudo, preocupantes.Adriana é taxativa ao afirmar que as redes sociais afetam profundamente o modo como o sujeito se constitui. "A grande armadilha é que as relações ficam afetadas. Porque a informação é unilateral, né? Você tem uma troca que não é com o outro, é com o conhecimento", observou.Segundo ela, a tecnologia se tornou um "terceiro" constante na vida contemporânea, especialmente para as gerações que já nasceram imersas no universo digital.A psicóloga ainda alerta para o processo de empobrecimento emocional decorrente do excesso de estímulos e da falta de espaço para a introspecção. "Elas perdem o hiato de um ócio em que a gente se conecta com nós mesmos, e que é importante para a construção da identidade", afirmou. Nesse vazio que deveria ser fértil entra a resposta imediata: vídeos, músicas, curtidas, algoritmos. "Você está sempre podendo suplementar a angústia, que é estruturante."Para Adriana, esse preenchimento constante da angústia impede o desenvolvimento de recursos internos fundamentais para lidar com frustrações e dificuldades. "É como se ele [o sujeito] não tivesse treino, tônus para lidar com a vida, com os buracos, com as frustrações", disse. O resultado disso é o preocupante aumento nos quadros de ansiedade, depressão e outros transtornos emocionais.
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Redes sociais como armas geopolíticas: especialistas alertam para a nova face do 'poder global'
19:35 08.05.2025 (atualizado: 13:44 09.05.2025) Especiais
As redes sociais deixaram de ser apenas espaços de socialização digital para se tornarem uma das armas mais sofisticadas da geopolítica contemporânea. Com base nessa máxima, o podcast Mundioka, da Sputnik Brasil, ouviu especialistas no assunto.
O professor
Lucas Mendes, especialista em geopolítica pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC Minas) e fundador do projeto Geopolítica Hoje, disse durante entrevista ao podcast que o
controle dos algoritmos que movem plataformas como TikTok, Instagram ou X (ex-Twitter) é, hoje,
tão estratégico quanto o comando de exércitos.
"As redes sociais são armas no campo da geopolítica", afirmou Mendes. Mas não se trata de uma arma convencional, e sim de uma
ferramenta multifuncional usada para a coleta de dados, a disseminação de desinformação e a manipulação de opiniões públicas.
"Controlar os algoritmos é ter nas mãos um armamento extremamente eficaz", resumiu.
Na disputa global por influência, China e Estados Unidos dominam o cenário. Enquanto a China consolida sua presença com plataformas como o TikTok, os EUA mantêm sua hegemonia com gigantes como Meta (dona de Facebook, Instagram e WhatsApp, cujas atividades são proibidas na Rússia por serem consideradas extremistas) e X. Os EUA ainda lideram em termos de impacto global, mas a China avança com estratégias muito bem desenhadas para uso interno e externo das redes, observou o professor.
Um exemplo dessa guerra silenciosa, conforme ressaltou ao podcast, é o TikTok, cuja presença dominante nos EUA levou o governo americano a restringir seu uso em dispositivos oficiais e a pressionar pela venda da operação americana da plataforma. Há um conflito entre a defesa da liberdade irrestrita de expressão, típica do discurso liberal dos Estados Unidos, e a preocupação com a soberania digital, explica Mendes.
"O TikTok é muito interessante porque se tornou a rede social mais usada nos EUA, que é o rival, que é o país no qual a disputa está ocorrendo", referenciou.
Apesar dessas tensões, Mendes afirma que os EUA ainda lideram o impacto global das redes sociais: "Eu diria que hoje, na realidade, é o país que usa melhor as redes sociais. O impacto maior vem dos Estados Unidos."
Já a China investe em um modelo voltado ao controle interno e à proteção contra influências externas: "O governo chinês tem esse foco muito relacionado ao uso saudável interno para a sua população. Claro, para evitar que
mecanismos estrangeiros de influência possam criar problemas sociais para o país."
Para Mendes, é essencial entender que "o ciberespaço é também um território em disputa hoje. E saber utilizar isso, saber controlar isso, é muito importante".
Adriana Borba Wannstock, psicóloga com pós-graduação em clínica pela PUC-Rio e mestre em psicanálise, saúde e sociedade refletiu ao podcast que estamos diante de uma era de superexposição digital. A construção da identidade individual passa por transformações profundas — e, sobretudo, preocupantes.
Adriana é taxativa ao afirmar que as redes sociais afetam profundamente o modo como o sujeito se constitui. "A grande armadilha é que as relações ficam afetadas. Porque a informação é unilateral, né? Você tem uma troca que não é com o outro, é com o conhecimento", observou.
Segundo ela, a tecnologia se tornou um "terceiro" constante na vida contemporânea, especialmente para as gerações que já nasceram imersas no universo digital.
A psicóloga ainda alerta para o processo de empobrecimento emocional decorrente do excesso de estímulos e da falta de espaço para a introspecção. "Elas perdem o hiato de um ócio em que a gente se conecta com nós mesmos, e que é importante para a construção da identidade", afirmou. Nesse vazio que deveria ser fértil entra a resposta imediata: vídeos, músicas, curtidas, algoritmos. "Você está sempre podendo suplementar a angústia, que é estruturante."
Para Adriana, esse preenchimento constante da angústia impede o desenvolvimento de recursos internos fundamentais para lidar com frustrações e dificuldades. "É como se ele [o sujeito] não tivesse treino, tônus para lidar com a vida, com os buracos, com as frustrações", disse. O resultado disso é o preocupante aumento nos quadros de ansiedade, depressão e outros transtornos emocionais.
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