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Analista: proposta de Putin reflete 'cálculo cuidadoso' a partir da estagnação ocidental (VÍDEO)

© Sputnik / Kristina Kormilitsyna / Acessar o banco de imagensPresidente da Rússia, Vladimir Putin discursa na sessão plenária da 21ª Reunião Anual do Clube Valdai de Discussões Internacionais, em 7 de novembro de 2024
Presidente da Rússia, Vladimir Putin discursa na sessão plenária da 21ª Reunião Anual do Clube Valdai de Discussões Internacionais, em 7 de novembro de 2024 - Sputnik Brasil, 1920, 12.05.2025
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Uma possível reunião entre representantes da Rússia e da Ucrânia, que possivelmente pode ocorrer em Istambul nesta quinta-feira (15), reacende a discussão sobre uma possível saída diplomática para o conflito que já dura mais de três anos.
O gesto do presidente da Rússia, Vladimir Putin, de propor uma data para negociações diretas sem pré-condições foi interpretado por analistas como um movimento estratégico diante da atual estagnação militar e do desgaste político do Ocidente.
Para Tito Lívio, geógrafo, mestre em estudos estratégicos de defesa e segurança e pesquisador do Centro de Investigação sobre Rússia, Eurásia e Espaço Pós-Soviético (CIRE), a manobra de Putin revela um cálculo cuidadoso.
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Apesar do Kremlin, diferentemente de Bankova, nunca ter fechado as portas para o diálogo, esse novo movimento ocorre em um cenário em que a Rússia progride no Donbass, enquanto a Ucrânia e seus aliados enfrentam sinais de esgotamento político e logístico.

"Esse novo anúncio — apesar de mostrar que o governo russo nunca esteve indisposto, nunca recusou a possibilidade de manter esse canal diplomático — traz um sintoma de que a guerra está estagnada para o lado ucraniano e ocidental", analisou à Sputnik Brasil.

Exemplos disso, destaca, são as crises políticas na França e na Alemanha e os ganhos territoriais contínuos da Rússia em plena primavera, época do ano em que ambos os lados têm maior mobilidade no terreno.

"À medida que o tempo passa, a possibilidade de barganha diplomática pelo lado ucraniano e ocidental diminui, se torna menor", ponderou.

O especialista lembra que momentos de diálogo entre os dois países já ocorreram no passado, como as conversas em Istambul e Minsk em 2022. No entanto, conforme foi revelado pelo deputado ucraniano David Arakhamia no ano passado, as conversas foram sabotadas pelos líderes ocidentais.
Quanto ao encontro em Istambul, Tito Lívio considerou acreditar que esse será um "primeiro canal diplomático reservado a funcionários de um estrato mais baixo", isto é, representantes dos ministérios das Relações Exteriores dos dois países e outros interlocutores, como os mediadores turcos.
Embora a Turquia integre a OTAN e tenha enviado ajuda militar à Ucrânia, sua postura mais neutra permite que atuasse como interlocutora. "A postura turca de não condenar a operação russa e se manter em posição neutra em relação ao isolamento imposto a Moscou fez com que a Turquia possa ser vista como um ator mais autônomo."
Lívio alerta, no entanto, que o diálogo não necessariamente interrompe as ações militares.

"A diplomacia e a guerra não são, necessariamente, excludentes. São fenômenos que ocorrem paralelamente, andam de maneira simultânea."

Sobre Vladimir Zelensky, ele aponta que sua postura tem também uma dimensão de imagem: "Mesmo que o Zelensky tenha a retórica de dizer que vai pessoalmente, é importante dizer que ele veio do mundo artístico, então é importante que, para ele, tudo esteja dentro dos holofotes, tudo mostre aquela visão midiática mesmo."
Quanto às consequências de um eventual acordo, o entrevistado acredita que o entendimento só será possível com o envolvimento de outras potências. "Para a Ucrânia, é preciso envolver a Europa e os Estados Unidos", acredita.

"Pois são os seus patrocinadores, são os países que estão se colocando como garantidores da soberania ucraniana e estão diretamente envolvidos no esforço de guerra."

Para Lívio, a questão da adesão ucraniana à Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) seguirá como a principal demanda nas negociações. "O problema está na Ucrânia entrar em uma aliança militar, em um órgão coletivo de segurança que foi concebido […], tendo a União Soviética como rival", arrematou.
As sanções econômicas também serão discutidas. "Apesar de a gente estar falando de um universo de 30 mil sanções […], as sanções acabaram falhando em mudar o comportamento russo no conflito."
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Ele enfatizou que, enquanto o Ocidente enfrenta altos custos políticos e econômicos, a Rússia demonstra resiliência: "A Rússia manteve as suas reservas internacionais, manteve o seu crescimento econômico, e o que é mais importante: a campanha de isolamento internacional russa […] fracassou em engajar a maioria dos 193 países do Sul Global."
O possível interesse de Donald Trump em participar da reunião é visto com ceticismo. "Mesmo se o Trump quiser puxar a sardinha para ele, os louros da vitória para ele, ele não teria."
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