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Papa Leão XIV deve consolidar 'discurso mais tolerante' adotado por Francisco, aponta analista
Papa Leão XIV deve consolidar 'discurso mais tolerante' adotado por Francisco, aponta analista
Sputnik Brasil
A escolha do novo papa aponta caminhos ainda desconhecidos: o que esperar do novo líder da Igreja Católica? A mobilização em torno do último conclave, há... 15.05.2025, Sputnik Brasil
2025-05-15T19:45-0300
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Nos últimos 30 dias, a palavra "papa" liderou o ranking de buscas no Brasil, segundo o Google Trends — ferramenta que mede as pesquisas feitas no buscador. A procura do termo atingiu seu pico nesse intervalo de tempo no dia 8 de maio, dia em que o cardeal americano Robert Prevost foi eleito líder da Igreja. Acontecia nesta data, portanto, um evento canônico e dos mais representativos de uma instituição longeva no curso dos séculos.A Igreja Católica é, há muitos anos, um ator político global importante, "um player global", como ressaltou Paulo Gracino, professor do Departamento de Sociologia da Universidade de Brasília (UnB), coordenador do Laboratório dos Imaginários e Conservadorismos (Laicos) e do comitê de pesquisa em sociologia das religiões da Sociedade Brasileira de Sociologia (SBS), em entrevista ao Mundioka, podcast da Sputnik Brasil.É inegável o poder de influência de uma instituição que conta com 1,4 bilhão de fiéis no mundo e, logicamente, eleva "seus representantes para outro nível de correlação de forças", explica o especialista, para descrever a mudança radical que acontece na vida de um religioso ao passo que é padre, bispo ou cardeal e se torna papa.Foi no mesmo ano de 2013, inclusive, que Bento XVI renunciou ao papado. Joseph Aloisius Ratzinger era considerado o teólogo mais importante do pontificado de João Paulo II, seu antecessor. Gracino recorda que, em 2005, quando o papa alemão foi escolhido no conclave, uma das principais preocupações da Igreja Católica não era o crescimento de outras religiões, mas o secularismo. Além disso, encarar os desvios no Banco do Vaticano e os acobertamentos de casos de pedofilia."Quando ele percebe que não consegue fazer isso tudo, ele articula a saída dele, quase como um 'autogolpe', vamos chamar assim, entre inúmeras aspas, e encaminha o segundo colocado, que tinha sido o Bergoglio, para ser papa. Ou seja, ele tira o centro de poder da Europa e joga o centro de poder para a América Latina", comenta o especialista sobre a mudança de paradigmas adotada pela instituição.A escolha por Prevost dá seguimento ao trabalho que vinha sendo feito por Bergoglio — ainda que o novo papa seja um norte-americano, ele serviu por muito tempo na América Latina, especialmente no Peru.Para Gracino, embora seja cedo para saber ao certo o que vai ser o pontificado de Leão XIV, ele acredita que o novo papa será um líder de consolidação, de transição. "A Igreja está tentando entender ainda, como todos nós, o que está acontecendo no mundo, todo mundo está querendo entender o que está acontecendo no mundo."O analista chama a atenção justamente para a fomentação de um certo humanismo, mas sem passar por cima de dogmas de uma instituição muito antiga, que é o caso da Igreja Católica.O próprio Francisco, relembra o professor, não abrangeu o sacerdócio feminino ou franqueou o sacramento à população LGBT+. "Se teve um discurso mais tolerante, acho que o Leão XIV vai permanecer nessa linha."Como player global, conforme já ressaltado pelo professor, a Igreja tem seu papel reservado nas relações internacionais, mas não dentro da ótica conservadores-progressistas ou esquerda-direita; "ela obedece a outra lógica", destaca Gracino.Entretanto o cenário político acaba figurando antônimos: Donald Trump não é o único líder nascido nos EUA com grande popularidade. Prevost também atinge esse lugar, embora em outra perspectiva de poder. Nessa situação, ou seja, "nesse jogo de narrativas, em que os sentidos são flutuantes, o papa é importante para fixar esse sentido", arremata o especialista.
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Papa Leão XIV deve consolidar 'discurso mais tolerante' adotado por Francisco, aponta analista
19:45 15.05.2025 (atualizado: 18:49 16.05.2025) Especiais
A escolha do novo papa aponta caminhos ainda desconhecidos: o que esperar do novo líder da Igreja Católica? A mobilização em torno do último conclave, há poucos dias, ressalta que a instituição milenar ainda desfruta de prestígio e importância no mundo.
Nos últimos 30 dias, a palavra "papa" liderou o ranking de buscas no Brasil, segundo o Google Trends — ferramenta que mede as pesquisas feitas no buscador.
A procura do termo atingiu seu pico nesse intervalo de tempo no dia 8 de maio, dia em que o
cardeal americano Robert Prevost foi eleito líder da Igreja. Acontecia nesta data, portanto, um evento canônico e dos mais representativos de uma instituição longeva no curso dos séculos.
A Igreja Católica é, há muitos anos, um
ator político global importante, "um player global", como ressaltou
Paulo Gracino, professor do Departamento de Sociologia da Universidade de Brasília (UnB), coordenador do Laboratório dos Imaginários e Conservadorismos (Laicos) e do comitê de pesquisa em sociologia das religiões da Sociedade Brasileira de Sociologia (SBS), em entrevista ao
Mundioka,
podcast da Sputnik Brasil.
É inegável o poder de influência de uma instituição que conta com 1,4 bilhão de fiéis no mundo e, logicamente, eleva "seus representantes para outro nível de correlação de forças", explica o especialista, para descrever a mudança radical que acontece na vida de um religioso ao passo que é padre, bispo ou cardeal e se torna papa.
"O Bergoglio estava no metrô lá de Buenos Aires um dia. No outro dia, ele já estava no papamóvel no Rio de Janeiro, cercado de seguranças. Nem ele mesmo estava entendendo o que estava acontecendo", exemplifica, ao relembrar a passagem de Francisco na capital carioca durante a Jornada Mundial da Juventude em 2013.
Foi no mesmo ano de 2013, inclusive, que
Bento XVI renunciou ao papado. Joseph Aloisius Ratzinger era considerado o teólogo mais importante do pontificado de João Paulo II, seu antecessor. Gracino recorda que, em 2005, quando o papa alemão foi
escolhido no conclave, uma das principais preocupações da Igreja Católica não era o crescimento de outras religiões, mas o secularismo. Além disso, encarar os desvios no Banco do Vaticano e os acobertamentos de casos de pedofilia.
"Quando ele percebe que não consegue fazer isso tudo, ele articula a saída dele, quase como um 'autogolpe', vamos chamar assim, entre inúmeras aspas, e encaminha o segundo colocado, que tinha sido o Bergoglio, para ser papa. Ou seja, ele tira o centro de poder da Europa e joga o centro de poder para a América Latina", comenta o especialista sobre a mudança de paradigmas adotada pela instituição.
A escolha por Prevost dá seguimento ao trabalho que vinha sendo feito por Bergoglio — ainda que o novo papa seja um norte-americano, ele serviu por muito tempo na América Latina, especialmente no Peru.
Para Gracino, embora seja cedo para saber ao certo o que vai ser o pontificado de Leão XIV,
ele acredita que o novo papa será um líder de consolidação, de transição. "
A Igreja está tentando entender ainda, como todos nós, o que está acontecendo no mundo, todo mundo está querendo entender o que está acontecendo no mundo."
"Esse papa, mantendo uma linha do que ele veio pregando até aqui, muito provavelmente vai consolidar algumas questões do papa Francisco. O papa Francisco, é bom a gente pensar que as performances públicas dele eram mais importantes do que de fato as mudanças que ele promoveu no seio da igreja", acrescenta.
O analista chama a atenção justamente para a
fomentação de um certo humanismo, mas sem passar por cima de dogmas de uma instituição muito antiga, que é o caso da Igreja Católica.
O
próprio Francisco, relembra o professor, não abrangeu o sacerdócio feminino ou franqueou o sacramento à população LGBT+.
"Se teve um discurso mais tolerante, acho que o Leão XIV vai permanecer nessa linha."Como player global, conforme já ressaltado pelo professor, a Igreja tem seu papel reservado nas relações internacionais, mas não dentro da ótica conservadores-progressistas ou esquerda-direita; "ela obedece a outra lógica", destaca Gracino.
"O papa é uma grande voz, como tenta ser o Lula, como tentam ser tantas outras lideranças globais que se opõem a essa ideia de corrosão do humanismo. O papa, talvez, seja a principal voz, porque a Igreja Católica se coloca acima das disputas políticas, acima das disputas comezinhas."
Entretanto o cenário político acaba figurando antônimos: Donald Trump
não é o único líder nascido nos EUA com grande popularidade.
Prevost também atinge esse lugar, embora em outra perspectiva de poder. Nessa situação, ou seja, "nesse jogo de narrativas, em que os sentidos são flutuantes, o papa é importante para fixar esse sentido", arremata o especialista.
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