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Não cabe nos subordinarmos ao que é produzido em poucos países, diz reitor da UFRJ em Fórum do BRICS

© Ludmila Zeger/Sputnik BrasilReitores e representantes de universidades do BRICS participam de fórum que discute a integração das instituições. Rio de Janeiro, 6 de junho de 2025
Reitores e representantes de universidades do BRICS participam de fórum que discute a integração das instituições. Rio de Janeiro, 6 de junho de 2025 - Sputnik Brasil, 1920, 06.06.2025
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Desde a última quinta-feira (5), o Rio de Janeiro sedia o Fórum de Reitores das Universidades do BRICS+, iniciativa que acontece em meio à presidência brasileira do grupo. Com o objetivo de fortalecer o vínculo científico e cultural entre as instituições, o evento ainda consolida a capital carioca como polo internacional de conhecimento.
Uso da educação, ciência, tecnologia e inovação para um mundo cada vez mais justo e multilateral. Assim resumiu o reitor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Roberto Medronho, durante o evento nesta sexta-feira (6).
A instituição brasileira sedia o encontro no Museu do Amanhã, que terá o encerramento no sábado (7), com participação de outras entidades do país, além de representantes de universidades de países como Rússia, Índia, África do Sul, Indonésia, Irã, Belarus e Etiópia.
Autoridades dos países-membros do BRICS e de países parceiros participam do 11º Fórum Parlamentar do BRICS, em Brasília. Brasil, 5 de maio de 2025 - Sputnik Brasil, 1920, 05.06.2025
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O primeiro fórum universitário do tipo ocorreu no ano passado em Moscou, na Universidade Estatal de Moscou Lomonosov, quando a Rússia presidiu o grupo. "Para nós, o intercâmbio com as universidades e a produção de conhecimento conjunto com todos os outros países serão de grande contribuição para este mundo tão conturbado", destaca o reitor.
"A educação e a ciência são dois pilares da soberania dos povos", crava Medronho.

"Hoje, não cabe mais estarmos subordinados ao que é produzido em alguns poucos países. Nós temos que produzir nosso próprio conhecimento, as nossas próprias inovações para resolver os nossos problemas. E esse é um dos pilares dos reitores e das reitoras das universidades do BRICS."

O evento também ajuda a superar uma deficiência histórica no intercâmbio entre os dois países, afirma o acadêmico. "É impressionante como o Ocidente muitas vezes desconhece grandes pensadores e grandes pesquisadores", afirma.

"Vou dar um exemplo, Mikhail Lomonosov, que é um dos cientistas mais importantes do mundo, e nós, do Ocidente, conhecemos muito pouco. Então é fundamental essa interação entre os países em desenvolvimento do BRICS, especialmente com a Eurásia, com os países do Oriente, o que trará um novo patamar de conhecimento, beneficiando o bem-estar desses povos", pontua.

Rede de universidades do BRICS alcança 140 instituições

O ministro da Educação, Camilo Santana (PT), também participou do evento e destacou a necessidade de fortalecer a integração e mobilidade acadêmica entre as instituições do BRICS. Segundo o ministro, a rede de universidades conectadas já contabiliza 140 instituições.
Segundo Santana, a troca de conhecimentos será extremamente benéfica, uma vez que mais de 90% da pesquisa realizada pelo país é feita nas instituições públicas nacionais de ensino superior.
"Então é cada vez mais importante fortalecer essa arco de alianças do Sul Global e da defesa do multilateralismo, além de apoiar as nossas instituições, que são responsáveis pela pesquisa e inovação no país e no mundo", acrescenta.
Santana ainda destacou a reunião que ocorreu na quinta-feira (5) em Brasília entre ministros da Educação dos países-membros e parceiros do grupo — ocasião em que as autoridades defenderam o investimento no ensino técnico e profissionalizante.

"Definimos uma aliança global para ampliar a oportunidade dos jovens nesses países, principalmente aqui no Brasil. Isso comunga um pouco com a articulação do governo, que é ampliar a educação técnica para os jovens que estão no ensino médio."

Um terço da população sem concluir a educação básica

Durante o fórum, o ministro brasileiro enfatizou que, no Brasil, pelo menos um terço da população sequer concluiu a educação básica. "Essa também é uma realidade e um desafio de muitos países, inclusive do próprio BRICS", explica Santana.
"Quando implementamos uma política de escola em tempo integral, é exatamente porque esse modelo tem mostrado que garante a permanência do jovem na escola, a qualidade da aprendizagem, e isso é importante para o futuro das nossas gerações no Brasil".
Outras estratégias destacadas pelo ministro são o Programa Pé-de-Meia Licenciaturas e o Mais Professores. De um lado, o problema é enfrentado na permanência do estudante na escola, sem que tenha de sair para ajudar no orçamento familiar. Do outro, na melhoria da qualidade dos professores.
"E as universidades têm um papel muito importante, porque além de formar os nossos professores, capacita os educadores que vão para as escolas de educação básica."
Por fim, Santana lembrou da necessidade de oferecer oportunidades para o letramento digital dos professores, ampliando o acesso das tecnologias nas salas de aula. "Sabemos da importância da inteligência artificial para a qualificação. Não há mais retorno no mundo para as tecnologias digitais, inclusive na gestão e governança das próprias escolas."
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