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Fórum Parlamentar do BRICS termina com críticas ao protecionismo e defesa da multipolaridade (VÍDEOS)

© Sputnik / Sputnik Brasil / Guilherme CorreiaAutoridades dos países-membros do BRICS e de países parceiros participam do 11º Fórum Parlamentar do BRICS, em Brasília. Brasil, 5 de maio de 2025
Autoridades dos países-membros do BRICS e de países parceiros participam do 11º Fórum Parlamentar do BRICS, em Brasília. Brasil, 5 de maio de 2025 - Sputnik Brasil, 1920, 05.06.2025
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Com críticas veladas à política externa dos Estados Unidos, defesa da soberania energética e discussões sobre a criação de uma moeda própria, o 11º Fórum Parlamentar do BRICS terminou nesta quinta-feira (5), em Brasília, com a aprovação de uma declaração conjunta em favor de uma governança global mais inclusiva e sustentável.
O evento, que começou na última terça (3), reuniu 16 delegações e teve como tema central "O Papel dos Parlamentos do BRICS na Construção de uma Governança Global mais Inclusiva e Sustentável". Entre os assuntos debatidos, estiveram inteligência artificial, sustentabilidade, segurança, paz, direitos das mulheres, saúde e cooperação interparlamentar.
Durante a cerimônia de encerramento, os parlamentares aprovaram uma declaração conjunta que será enviada à 17ª cúpula de líderes do BRICS, que acontece em julho, na cidade do Rio de Janeiro.
O documento, com 36 parágrafos, aborda seis eixos principais: saúde global; desenvolvimento econômico; sustentabilidade climática; governança da inteligência artificial; reforma da arquitetura multilateral de paz; e cooperação interparlamentar duradoura.

"É uma mensagem clara em favor da cooperação, do multilateralismo, da inclusão e do desenvolvimento sustentável para todos", afirmou o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta.

No documento, os parlamentares condenaram "medidas coercitivas unilaterais", como sanções e bloqueios econômicos, que afetam diretamente comércio, segurança alimentar e desenvolvimento de países do Sul Global. A referência, ainda que indireta, aponta para práticas adotadas por países como Estados Unidos e os da União Europeia nos últimos anos.
"Reiteramos nossa preocupação com o uso de medidas coercitivas unilaterais, incluindo sanções ilegais, que são incompatíveis com os princípios da Carta da ONU e do direito internacional", afirma a declaração aprovada.
A crítica vem em um contexto de crescente insatisfação entre países do Sul Global, diante do protecionismo de potências ocidentais, a exemplo dos recentes aumentos das tarifas sobre aço e alumínio impostos pelos Estados Unidos, o que impacta diretamente as exportações de países emergentes.

Interferência dos EUA na gestão paraguaia de Itaipu

O presidente do Senado, Davi Alcolumbre, também comentou à imprensa a possível interferência norte-americana na gestão energética do Paraguai para impulsionar a indústria de inteligência artificial. Alcolumbre alertou sobre os impactos para o Brasil, que depende do excedente de energia gerado por Itaipu.

"[A fonte] […] de energia renovável, feita 50 anos atrás, de termos um problema gravíssimo de falta de energia no Brasil, é porque os Estados Unidos vão fazer a inteligência artificial no Paraguai. Temos que debater todos os aspectos da inteligência artificial — […] na prática, as nossas preocupações com o ser humano, mas no mundo real a preocupação também é econômica", afirmou.

Outro tema levantado por Alcolumbre foi a criação de uma moeda comum entre os países do BRICS, após ser questionado pela Sputnik Brasil. O presidente do Senado reconheceu que a ideia ainda não avançou nas discussões formais, mas considerou o debate necessário.
"Não percebi essa preocupação […] nas agendas, até porque as nossas agendas que foram estabelecidas no programa como prioritárias, elas são muito densas em todos os aspectos", disse.
Sessão de abertura do Fórum Parlamentar do BRICS, com a participação de autoridades de diversos países. Brasília, Brasil, 4 de junho de 2025 - Sputnik Brasil, 1920, 04.06.2025
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Apesar disso, Alcolumbre defendeu que o bloco deve iniciar o debate com seriedade e estratégia. "Acho que, do ponto de vista internacional, competir com o dólar é muito difícil. Mas acho também que é um debate a se iniciar", acrescentou.
Na declaração final, os países do BRICS também incentivaram o uso de moedas locais nas transações comerciais entre os membros, sinalizando uma tentativa de reduzir a dependência do dólar.

"Destacamos a importância do uso ampliado de moedas locais no comércio e nas compensações financeiras entre os países do BRICS e seus parceiros comerciais", diz o texto.

A próxima edição do Fórum Parlamentar do BRICS será sediada pela Índia, em 2026. A delegação indiana apresentou um vídeo sobre o país e reforçou a visão do parlamento como "voz da democracia".
A presidência do fórum foi simbolicamente transferida ao presidente da câmara baixa da Índia, Om Birla, que exaltou a trajetória do bloco. "O BRICS se tornou um símbolo de uma jornada inspiradora e tem crescido em influência, amplificando a voz do Sul Global", afirmou.
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