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Tarifas dos EUA e cortes na ajuda internacional ameaçam países pobres e metas da ONU, diz mídia

© AP Photo / Themba HadebeUma mulher passa por uma clínica do Instituto de Saúde Reprodutiva WITS (RHI, na sigla em inglês) fechada enquanto uma placa no portão diz: "A USAID enviou ao Programa de Populações-Chave do WITS RHI um aviso para suspender a implementação do programa. A partir de terça-feira, 28 de janeiro, não poderemos prestar serviços até novo aviso", em Hillbrow, Joanesburgo, África do Sul, 27 de fevereiro de 2025
Uma mulher passa por uma clínica do Instituto de Saúde Reprodutiva WITS (RHI, na sigla em inglês) fechada enquanto uma placa no portão diz: A USAID enviou ao Programa de Populações-Chave do WITS RHI um aviso para suspender a implementação do programa. A partir de terça-feira, 28 de janeiro, não poderemos prestar serviços até novo aviso, em Hillbrow, Joanesburgo, África do Sul, 27 de fevereiro de 2025 - Sputnik Brasil, 1920, 29.06.2025
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Os países pobres enfrentam uma crise dupla: as tarifas comerciais dos EUA e cortes na ajuda internacional ameaçam os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. Em uma cúpula crucial da ONU, especialistas alertam para retrocessos em meio a dívidas crescentes, investimentos escassos e ausência dos EUA.
De acordo com o Financial Times (FT), os países mais pobres do mundo estão enfrentando uma crise dupla e sem precedentes na presidência de Donald Trump. A combinação entre os cortes na ajuda internacional e a guerra tarifária ameaçam os esforços globais para erradicar a pobreza e combater as mudanças climáticas, especialmente em nações que ainda estão se recuperando da pandemia de COVID-19 e enfrentam altos custos devido ao grau de endividamento.
Segundo a apuração do FT, Pamela Coke-Hamilton, diretora do Centro de Comércio Internacional, alertou que essa "tempestade perfeita" é inédita, pois habitualmente o comércio compensava a redução da ajuda. Agora, com ambos os pilares enfraquecidos, países como Lesoto, Madagascar e Maurício estão sob risco, com possíveis tarifas de até 50% dos EUA.
A 4ª Conferência Internacional sobre Financiamento para o Desenvolvimento (FFD4) da ONU está sendo realizada em Sevilha, Espanha, de 30 de junho a 3 de julho de 2025 no intuito de renovar o compromisso com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) de 2030. Entretanto, os EUA se retiraram formalmente da cúpula, rejeitando os objetivos estabelecidos em 2015 e enfraquecendo ainda mais o apoio internacional à agenda.
Além disso, Washington anunciou cortes drásticos no orçamento da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID, na sigla em inglês), que deve cair pela metade até 2026. França, Alemanha e Reino Unido também reduziram suas contribuições, agravando a escassez de recursos para ajuda humanitária e dificultando a atração de investimentos para países em desenvolvimento.
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Especialistas alertam que a cúpula pode se tornar uma oportunidade perdida para reorientar a agenda global de desenvolvimento, uma vez que já há sinais de que seu comunicado final deve ter pontos centrais diluídos, como a eliminação dos combustíveis fósseis e a criação de um mecanismo da ONU para gerenciar dívidas.
O endividamento crescente dos países em desenvolvimento compromete serviços públicos essenciais. Segundo o Relatório Jubilee, 57% dos africanos vivem em países que gastam mais com o pagamento da dívida externa do que com saúde ou educação. Joseph Stiglitz criticou os juros cobrados por credores privados ao FT, considerando-os desproporcionais ao risco.
É neste sentido que a Câmara de Comércio Internacional propõe reformas para facilitar o financiamento de projetos em países de baixa renda, defendendo ajustes nas regras de Basileia III — conjunto de reformas regulatórias para gestão financeira internacional após a crise de 2008 — para liberar mais investimentos privados, argumentando que o modelo atual de assistência está esgotado e precisa ser substituído por um sistema mais sustentável e baseado no setor privado.
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