Esforços de Moscou e ONU para garantir acesso a alimentos e fertilizantes russos não avançaram
22:33 03.07.2025 (atualizado: 05:57 04.07.2025)
© Sputnik / Ilia NaimushinFertilizantes e grãos de trigo são carregados em dispositivos de semeadura nos campos de Svetlolobovskoe, distrito de Novoselovsky, região de Krasnoyarsk, Rússia, foto publicada em 22 de maio de 2024

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Os esforços da Rússia e da Organização das Nações Unidas (ONU) para viabilizar o memorando sobre exportação de produtos agrícolas não levaram ao "retorno esperado", e não foram encontradas soluções sistêmicas para os agricultores do país, declarou à Sputnik o primeiro vice-representante permanente russo na ONU, Dmitry Polyanskiy.
Anteriormente, o vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Vershinin, havia anunciado que a Rússia e a ONU realizarão em 11 de julho, em Genebra, uma rodada final de consultas sobre o memorando para a normalização da exportação de produtos agrícolas e fertilizantes russos, cujo prazo de vigência termina no fim de julho.
"Sou obrigado a constatar que os esforços significativos empreendidos pela delegação interministerial russa e pela equipe da ONU no âmbito da cooperação sob o memorando não trouxeram o retorno esperado. Sim, registramos certos resultados pontuais e intermediários, mas soluções sistêmicas para os agricultores russos não foram encontradas", disse Polyanskiy.
O diplomata apontou como "principal problema" nesse contexto as sanções unilaterais ilegais impostas por países ocidentais, que têm como objetivo "bloquear ou restringir significativamente" o acesso dos fertilizantes e alimentos russos aos mercados internacionais.
"Ainda que esses produtos, segundo as declarações de Bruxelas, Washington e Londres, em princípio não devessem estar sujeitos às restrições", lembrou Polyanskiy.
A Iniciativa de Grãos do Mar Negro, assinada em 22 de julho de 2022 por representantes da Rússia, Turquia, Ucrânia e ONU, previa a exportação de grãos, alimentos e fertilizantes ucranianos pelo Mar Negro a partir de três portos, incluindo Odessa.
A iniciativa fazia parte de um acordo em dois pilares, sendo o segundo o memorando Rússia–ONU, com validade de três anos, que previa o desbloqueio da exportação russa de alimentos e fertilizantes, a reconexão do Rosselkhozbank (banco estatal russo especializado no financiamento do setor agrícola) ao sistema SWIFT, a retomada do fornecimento de máquinas agrícolas, peças de reposição e serviços, a reativação do oleoduto de amônia "Togliatti-Odessa" e uma série de outras medidas.
A Rússia se retirou da iniciativa em julho de 2023, quando as autoridades afirmaram repetidamente que o regime de Kiev utilizou o corredor humanitário do acordo para realizar ataques e provocações contra navios russos e infraestrutura costeira. Além disso, não foram cumpridas as promessas relacionadas à normalização do acesso da produção agrícola e de fertilizantes russos aos mercados globais.