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Contradições no discurso podem afastar base do centrão fiel ao bolsonarismo?
Contradições no discurso podem afastar base do centrão fiel ao bolsonarismo?
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Faltando cerca de um ano para o início da campanha eleitoral, o momento político brasileiro apresenta deslocamentos e atritos em estruturas até então... 31.07.2025, Sputnik Brasil
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"É muito difícil hoje pensar em afastamento do bolsonarismo e do centrão, porque o centrão, em grande parte, é bolsonarista, ou pelo menos surfou muito no bolsonarismo nos últimos anos", diz André Luiz Coelho, professor da Escola de Ciência Política da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio).Como destaca o analista, é difícil separar os atores, ainda que as declarações públicas dos caciques de partidos que se aliaram a Bolsonaro estejam divididas. Por um lado, Ciro Nogueira, senador e presidente do Progressistas (PP), lamentou o fato de o ex-presidente Jair Bolsonaro ter de usar tornozeleira eletrônica.Por outro, não falou muito após isso e ele tampouco apoiou via redes sociais as ações de Eduardo Bolsonaro nos EUA, apesar de tecer várias críticas ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva.Em compensação, outros líderes como Gilberto Kassab, presidente do Partido Social Democrático (PSD); Antonio Rueda, presidente do União Brasil; Marcos Pereira, presidente do Republicanos; e Baleia Rossi, presidente do Movimento Democrático Brasileiro (MDB), não fizeram qualquer menção nas redes aos acontecimentos que envolvem o clã Bolsonaro nas últimas semanas.Inelegível, o ex-presidente vê, inclusive, que nomes como o do governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), e do governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), se colocam como pré-candidatos à presidência nas eleições de 2026.Alternativas dentro da própria família de Jair Bolsonaro também são citados como herdeiros do espólio do ex-presidente, que mantém um percentual importante de base fiel ao seu nome. Segundo Coelho, Eduardo, seu terceiro filho, tenta trabalhar essa viabilidade, mas há incerteza, inclusive, se ele volta para o Brasil. O analista aponta também o nome da esposa de Jair, Michelle Bolsonaro, como cotada.Apesar de faltar cerca de um ano para o início da campanha eleitoral, prevista para agosto do ano que vem, a cena política é dinâmica e, conforme ressalta Coelho, a análise é feita sobre o momento atual. Porém, em relação ao Legislativo, ele sugere que "olhar especialmente o Hugo Motta nos próximos meses e semanas pode ser um bom indicativo de onde o centrão vai se colocar".Prisão de Jair e Eduardo a favor de Trump pode gerar debandada de parlamentares?Dado o atual cenário, o professor do Programa de Pós-Graduação em Sociologia Política da Universidade Candido Mendes (Ucam) Theófilo Rodrigues ressalta que há efervescência de articulações no campo da direita, "pois o próprio campo bolsonarista não sabe quem lançar como candidato". Entretanto, "ainda é cedo para decretar o fim do bolsonarismo".Além do centrão, dentro do próprio bolsonarismo pode haver saídas.Por outro lado, em alguns casos, a saída pode acontecer até mesmo de maneira forçada, uma vez que a adoção de um discurso contrário ao levado a cabo pelos Bolsonaro seja empregado. O deputado Antonio Carlos Rodrigues (PL-SP), por exemplo, foi expulso do partido após pressão da bancada do partido.O parlamentar em questão elogiou publicamente Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), e criticou o presidente dos EUA, Donald Trump, mandando-o "cuidar dos EUA". Segundo Coelho, a decisão evidencia a "radicalização do PL na defesa do bolsonarismo".Já no que se notabilizou a ser chamado de centrão, "um bloco movido por acesso a recursos e cargos", diz Rodrigues, a desidratação pode ser significante, a depender do cenário.Nesse caso, com o possível isolamento de Bolsonaro e Lula com capital político e governabilidade, "lideranças do centrão podem apoiar Lula, mesmo que pontualmente", acrescenta Rodrigues.O resultado dessa possível desidratação da base bolsonarista, com ausência de membros de fora do PL, seria, portanto, extremamente negativa para o bolsonarismo, conforme os analistas."O bolsonarismo, apesar do discurso 'antissistema', dependia do centrão para se eleger e governar. Esse afastamento reduz o poder de articulação no Congresso, enfraquece a imagem de Bolsonaro como líder capaz de unir forças e dificulta alianças regionais para eleições legislativas e estaduais. Sem o apoio do centrão, Bolsonaro pode se isolar ainda mais, o que compromete sua viabilidade eleitoral e política", explica o professor da Ucam.
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Contradições no discurso podem afastar base do centrão fiel ao bolsonarismo?
18:55 31.07.2025 (atualizado: 20:00 31.07.2025) Especiais
Faltando cerca de um ano para o início da campanha eleitoral, o momento político brasileiro apresenta deslocamentos e atritos em estruturas até então consolidadas. Embora articulados, em alguns casos, o "bolsonarismo" e o "centrão" parecem não falar mais a mesma língua.
"É muito difícil hoje pensar em
afastamento do bolsonarismo e do centrão, porque
o centrão, em grande parte, é bolsonarista, ou pelo menos surfou muito no bolsonarismo nos últimos anos", diz
André Luiz Coelho, professor da Escola de Ciência Política da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio).
"A grande maioria do que é convencionado chamar de centrão, na verdade, são deputados e senadores de direita que estão muito mais ligados ao bolsonarismo do que ao campo progressista."
Como destaca o analista, é difícil separar os atores, ainda que as declarações públicas dos caciques de partidos que se aliaram a Bolsonaro estejam divididas. Por um lado,
Ciro Nogueira, senador e presidente do Progressistas (PP), lamentou o fato de o ex-presidente Jair Bolsonaro ter de usar
tornozeleira eletrônica.
Por outro, não falou muito após isso e ele tampouco apoiou via redes sociais as ações de Eduardo Bolsonaro nos EUA, apesar de tecer várias críticas ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Em compensação,
outros líderes como
Gilberto Kassab, presidente do Partido Social Democrático (PSD);
Antonio Rueda, presidente do União Brasil;
Marcos Pereira, presidente do Republicanos; e
Baleia Rossi, presidente do Movimento Democrático Brasileiro (MDB), não fizeram qualquer menção nas redes aos acontecimentos que envolvem o clã Bolsonaro nas últimas semanas.
Inelegível, o ex-presidente vê, inclusive, que nomes como o do governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), e do governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), se colocam como pré-candidatos à presidência nas eleições de 2026.
Alternativas dentro da própria família de Jair Bolsonaro também são citados como
herdeiros do espólio do ex-presidente, que mantém um percentual importante de base fiel ao seu nome. Segundo Coelho, Eduardo, seu terceiro filho,
tenta trabalhar essa viabilidade, mas há incerteza, inclusive,
se ele volta para o Brasil. O analista aponta também o nome da esposa de Jair,
Michelle Bolsonaro, como cotada.
"A Michelle assumiu algumas agendas dele. Isso pode significar maior visibilidade para ela, e é uma possibilidade bem concreta", afirma. Não tendo ninguém da família na disputa, o nome seria Tarcísio de Freitas, governador de São Paulo", nota o analista.
Apesar de faltar cerca de um ano para o início da campanha eleitoral, prevista para agosto do ano que vem, a cena política é dinâmica e, conforme ressalta Coelho, a análise é feita sobre o momento atual. Porém, em relação ao Legislativo, ele sugere que "olhar especialmente o Hugo Motta nos próximos meses e semanas pode ser um bom indicativo de onde o centrão vai se colocar".
Prisão de Jair e Eduardo a favor de Trump pode gerar debandada de parlamentares?
Dado o atual cenário, o professor do Programa de Pós-Graduação em Sociologia Política da Universidade Candido Mendes (Ucam) Theófilo Rodrigues ressalta que há efervescência de articulações no campo da direita, "pois o próprio campo bolsonarista não sabe quem lançar como candidato". Entretanto, "ainda é cedo para decretar o fim do bolsonarismo".
Além do centrão, dentro do próprio bolsonarismo pode haver saídas.
"A defesa dos EUA e o apoio ao tarifaço contradizem o suposto discurso patriótico e nacionalista do bolsonarismo. Isso cria contradições internas no discurso, pode afastar setores patrióticos e nacionalistas da base bolsonarista e gera desconfiança entre parlamentares que veem Eduardo mais comprometido com pautas ideológicas externas do que com interesses econômicos nacionais", avalia Rodrigues.
Por outro lado, em alguns casos, a saída pode acontecer até mesmo de maneira forçada, uma vez que a adoção de um discurso contrário ao levado a cabo pelos Bolsonaro seja empregado. O deputado Antonio Carlos Rodrigues (PL-SP), por exemplo, foi expulso do partido após pressão da bancada do partido.
O parlamentar em questão elogiou publicamente Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), e criticou o presidente dos EUA, Donald Trump, mandando-o "cuidar dos EUA". Segundo Coelho, a decisão evidencia a "radicalização do PL na defesa do bolsonarismo".
Já no que se notabilizou a ser
chamado de centrão, "um bloco movido por acesso a recursos e cargos", diz Rodrigues, a desidratação pode ser significante, a depender do cenário.
"Pode ser que isso aconteça nas próximas semanas, especialmente se o Brasil não entrar numa crise econômica tão séria como se esperava com o tarifaço", afirma Coelho.
Nesse caso, com o possível isolamento de Bolsonaro e
Lula com capital político e governabilidade,
"lideranças do centrão podem apoiar Lula, mesmo que pontualmente", acrescenta Rodrigues.
O resultado dessa possível desidratação da base bolsonarista, com ausência de membros de fora do PL, seria, portanto, extremamente negativa para o bolsonarismo, conforme os analistas.
"O bolsonarismo, apesar do discurso 'antissistema', dependia do centrão para se eleger e governar. Esse afastamento reduz o poder de articulação no Congresso, enfraquece a imagem de Bolsonaro como líder capaz de unir forças e dificulta alianças regionais para eleições legislativas e estaduais. Sem o apoio do centrão, Bolsonaro pode se isolar ainda mais, o que compromete sua viabilidade eleitoral e política", explica o professor da Ucam.
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