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De terras raras à Ucrânia: o que Putin e Trump discutirão em encontro? (VÍDEOS)

© Sputnik / Aleksei Nikolsky / Acessar o banco de imagensPresidente da Rússia, Vladimir Putin, entrega bola ao homólogo dos EUA, Donald Trump, durante coletiva de imprensa conjunta após cúpula em Helsinque, na Finlândia, em 2018
Presidente da Rússia, Vladimir Putin, entrega bola ao homólogo dos EUA, Donald Trump, durante coletiva de imprensa conjunta após cúpula em Helsinque, na Finlândia, em 2018 - Sputnik Brasil, 1920, 07.08.2025
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A reunião entre o presidente da Rússia, Vladimir Putin, e seu homólogo americano, Donald Trump, foi confirmada pelo Kremlin e pode acontecer já nos próximos dias. À Sputnik Brasil, especialistas avaliaram o que esperar do encontro e quais acordos podem ser alcançados.
Na quarta-feira (6), Putin se reuniu com o enviado especial dos EUA Steve Witkoff, um encontro caracterizado como construtivo e que pode ter chancelado a conversa de alto nível que deve acontecer.
Para Héctor Luis Saint-Pierre, professor titular de segurança internacional da Universidade Estadual Paulista (Unesp) e no Programa de Pós-Graduação em Relações Internacionais San Tiago Dantas, e líder do Grupo de Estudos de Defesa e Segurança Internacional (Gedes), o grande resultado da reunião Putin-Witkoff é justamente o encontro entre os líderes das duas potências.
De acordo com ele, pela característica de Trump de "pressionar muito para depois negociar outras condições", podem faltar garantias que indiquem a possibilidade de avanços entre os países.
Diante desse contexto, Ana Prestes, doutora em ciência política pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e analista de relações internacionais, avalia que o encontro é fruto de negociações que foram muito bem preparadas.

"A diplomacia russa não toparia um encontro que não houvesse sido bem preparado. Eles não me parecem sujeitos ou suscetíveis a surpresas e constrangimentos", analisa.

Segundo os especialistas, que não enxergam a possibilidade de muitos avanços, a pauta comercial é o ponto fora da curva onde as conversas podem progredir.
Um exemplo, diz Saint-Pierre, são as negociações comerciais com relação às terras raras. "Uma operação cooperativa de mineração em terras ucranianas, coisas que interessam comercialmente ao Trump."
Prestes, por sua vez, acrescenta que a questão do Irã pode aparecer com destaque na mesa de negociações, com a Rússia reticente aos últimos ataques americanos a Teerã.

"A Rússia tem uma boa relação com o Irã, e eu penso que pode ser que paute isso com os Estados Unidos, no sentido de não aceitar ataques ao Irã."

Como deve ficar o conflito ucraniano?

Evidentemente, a crise de Kiev também será um assunto, mas de maneira diferente à do último encontro de Putin e Trump, em 2019.
É preciso considerar as várias nuances da abordagem do conflito desde que o republicano voltou à Casa Branca. Em um primeiro momento, ele "se apresentou muito amigável, inclusive isolando muito o [Vladimir] Zelensky das conversas", recorda Prestes. Foram realizadas conversas telefônicas com Putin e, em seguida, aconteceu uma reunião importante entre as diplomacias russa e americana, sem a participação de outros atores, como a União Europeia.
"Depois esse processo acabou se perdendo", diz a analista. Para ela, a relação pode ter esfriado por resistências da Europa e também por Trump ficar desconfortável ao sentir que não tinha "o controle da situação".
Por outro lado, a Rússia tenta articular a resolução do conflito diretamente com os ucranianos. Nesse sentido, três encontros já foram realizados na Turquia.
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Saint-Pierre ressalta, ainda, que as negociações sobre a Ucrânia têm um patamar complexo, dado o nível de envolvimento que a Europa e a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) passaram a ter com o conflito, por obra dos EUA.

"A OTAN e a União Europeia decidiram repassar 5% do PIB para a defesa, o que significa gastos extraordinários nacionais para países com dificuldades econômicas e sociais. Esses 5% vão ser destinados, em grande parte, ao complexo industrial militar norte-americano", salienta.

Portanto, diante desse cenário, "qualquer negociação que tenha com Putin vai diminuir a credibilidade de Trump com a Europa, porque ele se comprometeu a continuar apoiando [a Ucrânia]. Então os limites das negociações são muito estreitos".
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