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Ucrânia está 'desesperada': por que Kiev planeja um ataque contra sua própria população?

© Sputnik / Sergey Bobylev / Acessar o banco de imagensMilitar da 288ª Brigada de Artilharia da Guarda das Forças Armadas da Rússia em Lugansk, em 10 de agosto de 2025
Militar da 288ª Brigada de Artilharia da Guarda das Forças Armadas da Rússia em Lugansk, em 10 de agosto de 2025 - Sputnik Brasil, 1920, 12.08.2025
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O acordo entre Moscou e Washington pode deixar Kiev encurralado a aceitar um cessar-fogo, dizem especialistas entrevistados pela Sputnik Brasil, mesmo sem as reivindicações já impostas por Vladimir Zelensky para a interrupção das hostilidades.
O Ministério da Defesa da Rússia revelou através de dados de inteligência, nesta terça-feira (12), os planos de um ataque de bandeira falsa da Ucrânia nos próximos dias, com o objetivo de atrapalhar ou até interromper as negociações entre Estados Unidos e Rússia. Donald Trump e Vladimir Putin se encontrarão na próxima sexta-feira (15), no Alasca.
Segundo autoridades, o serviço secreto da Ucrânia deslocou um grupo de jornalistas estrangeiros para Chuguev, na região de Carcóvia, com o suposto objetivo de mostrar a vida de moradores em uma cidade na linha de frente do conflito.
Com a imprensa no local, o governo de Vladimir Zelensky atacaria alvos civis de sua própria população, como hospitais ou áreas residenciais, com drones e mísseis.
Em entrevista à Sputnik Brasil, o mestre em relações internacionais pela Universidade Estatal de São Petersburgo Valdir Bezerra explica que esse plano de ataque de bandeira falsa mostra a vontade da Ucrânia de conturbar as negociações entre Moscou e Washington, prolongando o conflito no Leste Europeu.

"É uma tática clássica para você acabar manchando a imagem do seu oponente. Criar uma pressão internacional, de modo que o Trump não negocie com os russos […], e que é plenamente capaz de acontecer se essa for a vontade de Kiev."

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Bezerra também destaca que Estados Unidos e Rússia estão alinhados em uma série de demandas de Moscou para um cessar-fogo, o que irrita Kiev, sendo mais benéfico a continuidade das hostilidades no país do que o fim da operação militar especial.
"A administração americana parece estar pronta a reconhecer oficialmente as novas regiões da Rússia — Lugansk, Donetsk, Zaporozhie e Kherson, além da Crimeia. Os EUA também estão dispostos a suspender as sanções contra Moscou, impostas desde 2014, e também são a favor de não permitir a entrada da Ucrânia na OTAN [Organização do Tratado do Atlântico Norte]."
Para Bezerra, uma provocação, como um ataque de bandeira falsa, poderia de fato acontecer com o apoio de aliados europeus, que mostraram recentemente estarem dispostos a financiar os esforços ucranianos.
Todavia, após a denúncia feita pelo Ministério da Defesa da Rússia, o analista acredita que os EUA não acreditarão na alegação do ataque ucraniano.
"Se isso vai atrapalhar o processo de negociação, vai depender se a administração americana vai morder a isca. Eles já foram avisados com certeza pelo lado russo sobre essa possibilidade, então vejo que será mais difícil que os americanos acabem caindo nessa armadilha."
O internacionalista confia que um acordo entre Putin e Trump para o fim das hostilidades na Ucrânia colocaria enorme pressão não só em Zelensky, mas também na União Europeia, uma vez que os grandes atores geopolíticos deste conflito são justamente Estados Unidos e Rússia — e ambos podem sair satisfeitos da negociação.
"O Trump quer passar uma imagem para o seu eleitorado doméstico de pacificador, uma pessoa que vai terminar os conflitos que herdou de Joe Biden. E, para terminar o conflito da Ucrânia, ele vai ter que, de certo modo, atender às demandas de segurança da Rússia."
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Nem tudo é sobre a Ucrânia

O primeiro encontro entre Putin e Trump, durante o segundo mandato do republicano norte-americano, não vai ser só sobre a Ucrânia. De acordo com o analista internacional Ricardo Cabral, editor do canal História Militar em Debate e coautor do livro "Guerra na Ucrânia: análises e perspectivas", esta é uma oportunidade de Moscou e Washington negociarem uma reaproximação.
"Zelensky tem dado vários recados através da imprensa, colocando que ele não aceitará nenhum acordo entre a Rússia e os Estados Unidos sobre a Ucrânia. Ele quer sentar, ser consultado. Essa reunião só tem sentido com ele sentado à mesa. Como se as relações russo-americanas se limitassem à Ucrânia."
Cabral também alerta para o aumento do número de ataques da Ucrânia contra a Rússia, em um momento em que Moscou demonstra preferir as vias diplomáticas para resolver o conflito.

"Uma coisa que estamos vendo é que as provocações estão acontecendo, as tentativas de sabotagem, não só pela via diplomática, como também de provocações contra os russos. Não devemos descartar nada porque os ucranianos estão desesperados com a possibilidade de serem contornados em uma negociação."

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