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Provocação para atrapalhar encontro Putin-Trump teria 'alto custo' para Zelensky, avaliam analistas

© AP Photo / LibkosMilitar ucraniano da 10ª Brigada de Assalto Edelweiss dispara canhão D-30 contra posições russas no front, perto de Artyomovsk (Bakhmut, em ucraniano), em 5 de julho de 2023
Militar ucraniano da 10ª Brigada de Assalto Edelweiss dispara canhão D-30 contra posições russas no front, perto de Artyomovsk (Bakhmut, em ucraniano), em 5 de julho de 2023 - Sputnik Brasil, 1920, 13.08.2025
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O ataque de bandeira falsa planejado pelas forças ucranianas e revelado pelo Ministério da Defesa russo teria altos custos ao comando do regime de Kiev, sobretudo com aliados da Europa.
À Sputnik Brasil, Maria Eduarda Carvalho de Araújo, mestre pelo Programa de Pós-Graduação em Relações Internacionais San Tiago Dantas e membro fundadora do Centro de Investigação em Rússia, Eurásia e Espaço Pós-Soviético (CIRE), afirma que a Ucrânia pensa que não recebe a atenção necessária nas mesas de negociação.
Dessa forma, "apesar do alto custo", as dificuldades militares e diplomáticas poderiam ser os principais motivadores para partir para uma provocação neste momento, dias antes do encontro entre os presidentes Vladimir Putin e Donald Trump no Alasca.

"O cenário mais amplo, de rigidez de [Vladimir] Zelensky em eventuais negociações e de um ofuscamento da Europa, expressa alta imprevisibilidade e desconfiança em relação ao encontro entre Trump e Putin. Nesse contexto muito complexo e incerto, se um ataque ocorrer, tende a gerar mais prejuízos do que ganhos para a Ucrânia", avalia.

A situação piora uma vez que a probabilidade de um ato de sabotagem da cúpula foi divulgada. O ataque poderia ter efeitos domésticos graves a Vladimir Zelensky.
Ainda assim, caso o plano de Kiev seja levado a cabo, ela não crê que o apoio do Ocidente vai se esvair. Na ofensiva de Kursk, por exemplo, "os EUA […] eventualmente apoiaram a ação, o que evidencia que o respaldo ocidental à Ucrânia é robusto e que ainda é incerto até onde vai esse apoio", recorda a pesquisadora.
Konstantin Zhidkov (no centro), comandante de batalhão ucraniano, mostra sua área operacional para Sergei Melnik (à esquerda), general do Exército ucraniano, e Dyadya Roma (à direita), comandante de brigada, na linha de frente na região de Carcóvia. Ucrânia, 24 de dezembro de 2022 - Sputnik Brasil, 1920, 12.08.2025
Panorama internacional
Descontente com aproximação de Trump a Putin, deep state poderia auxiliar Kiev em falso ataque?
Conforme Guilherme Conceição, doutorando do Programa de Pós-Graduação em Relações Internacionais San Tiago Dantas e pesquisador do CIRE, o ucraniano vinha ganhando pontos no cenário interno, mas já está se enfraquecendo novamente.

"O último mês, de julho, está aí para provar a série intensa de manifestações e de demonstrações públicas que cada vez mais deixam claro o desgaste enfrentado por Zelensky no plano doméstico", diz.

Em sua análise, também, o ataque de bandeira falsa poderia acarretar ainda mais prejuízos à popularidade do ucraniano. Assim, a manobra pode ser lida como um desespero de Kiev, "no sentido de manter a guerra na agenda internacional e evitar que se estabeleça um status favorável à Rússia e à sua posição", acrescenta.

Ucrânia tem capacidade de realizar o ataque sem ajuda?

Cada vez mais acuado na linha frente, o Exército ucraniano teria capacidade militar para cumprir sua ameaça de realizar um grande ataque maciço contra sua própria população, creem os analistas. O que falta é outra coisa.
Como explica Conceição, as forças ucranianas possuem autonomia, mas grande parte da inteligência, do armamento e do apoio logístico vem de parceiros ocidentais.
Nesse sentido, do ponto de vista diplomático, realizar uma provocação de grande escala, especialmente nesse contexto, exigiria maior coordenação ou, no mínimo, o conhecimento prévio dos seus aliados.
Diante disso, para o analista, a Europa declinaria formalmente de qualquer envolvimento.

"Politicamente seria arriscado, porque poderia prejudicar a imagem do bloco como um mediador, embora segmentos mais duros contra a Rússia pudessem ver uma vantagem direta na interrupção de um acordo percebido como favorável a Moscou."

Militar da 288ª Brigada de Artilharia da Guarda das Forças Armadas da Rússia em Lugansk, em 10 de agosto de 2025 - Sputnik Brasil, 1920, 12.08.2025
Panorama internacional
Ucrânia está 'desesperada': por que Kiev planeja um ataque contra sua própria população?
Na terça-feira (12), o Ministério da Defesa da Rússia revelou planos do regime de Kiev para um ataque de bandeira falsa, com o intuito de atrapalhar a cúpula entre Putin e Trump.
De acordo com a pasta, o serviço secreto da Ucrânia deslocou um grupo de jornalistas estrangeiros para Chuguev, na região de Carcóvia, com o suposto objetivo de mostrar a vida de moradores em uma cidade na linha de frente do conflito.
Com a presença da imprensa no local, o governo ucraniano atacaria alvos civis de sua própria população, como hospitais ou áreas residenciais, com drones e mísseis, com o intuito de culpar Moscou pelo ato.
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