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Ameaça militar dos EUA no Caribe: 'A periculosidade é máxima e as consequências, imprevisíveis'
Ameaça militar dos EUA no Caribe: 'A periculosidade é máxima e as consequências, imprevisíveis'
Sputnik Brasil
A presença de forças militares dos Estados Unidos na região do Caribe, próxima às costas da Venezuela, representa, na visão de Caracas, grave ameaça à... 28.08.2025, Sputnik Brasil
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Em declarações à Sputnik, o doutor em Ciências Econômicas Luis René Fernández Tabío afirmou que essa operação militar, somada aos instrumentos de propaganda e às ações subversivas internas na nação sul-americana, "constitui um enorme risco para a paz não apenas regional, mas também mundial, qualquer que seja seu desfecho".Washington intensificou sua política de intervenção para derrubar o governo de Caracas e realizar a chamada mudança de regime, afirmou o estudioso. Com isso, argumentou, os EUA buscam recuperar o controle sobre os imensos recursos desse país, com destaque para o petróleo, mas também outras riquezas naturais e minerais importantes.Durante uma recente reunião entre o chanceler venezuelano, Yván Gil, e o coordenador residente da Organização das Nações Unidas no país, Gianluca Rampolla, foi abordada a situação criada após o deslocamento de forças militares dos Estados Unidos no Caribe, incluindo navios de guerra e um submarino nuclear.Segundo o especialista caribenho, o contexto atual revela mais um capítulo da chamada guerra híbrida que, sob o pretexto do combate ao narcotráfico e outras falsas acusações contra líderes de governos não alinhados com os Estados Unidos, se estende por diversos países da América Latina e do Caribe.Violações a acordos internacionaisPara Fernández Tabío, "as ações de ameaça de uso da força contra um país soberano não são respaldadas por nenhum instrumento das relações internacionais". Ele acrescentou ainda que a Carta das Nações Unidas e a Proclamação da América Latina como Zona de Paz estão entre os principais acordos que proíbem o uso da força.Em sua opinião, prevalecerá a rejeição majoritária — regional e global — a tais práticas, embora existam governos na região favoráveis ao "imperialismo", que "apoiarão os falsos argumentos e tentarão justificá-los".Entretanto, ponderou, apesar dos enormes riscos, a diplomacia eficaz de grandes potências como China e Rússia atua como contrapeso em um multipolarismo em formação, ao repudiarem tais políticas imperialistas.Uma prática nova?Por sua vez, Pavel Alemán, professor e pesquisador da Faculdade de Filosofia e História da Universidade de Havana, em Cuba, lembrou à Sputnik que as águas do mar do Caribe têm sido utilizadas, nos últimos anos, para atividades de tráfico ilegal de armas, pessoas e drogas e lavagem de dinheiro.Ele destacou que, apesar de haver cooperação entre as agências encarregadas de combater essas redes criminosas, atualmente o uso das forças armadas ocorre para pressionar politicamente a Venezuela, ou seja, "o uso coercitivo do instrumento militar para exercer pressão sobre outro Estado".Da mesma forma, advertiu que Washington não costuma participar desse tipo de operação sozinho. Em sua opinião, não seria surpreendente se outras potências europeias com interesses nessa sub-região — como os Países Baixos ou o Reino Unido — se juntassem à iniciativa. "Há países receptores no Caribe que, de certa forma, estão se envolvendo mais, como é o caso de Trinidad e Tobago e da Guiana, que tem um litígio territorial com a Venezuela".Ele também pontuou que, em um passado recente, os Estados Unidos utilizaram pretextos como o narcotráfico ou a suposta posse de armas de destruição em massa para lançar operações militares punitivas contra Estados soberanos, com o propósito de provocar mudanças de governo e eliminar adversários.Foi o caso do Panamá, com relevância no comércio internacional e nas comunicações marítimas devido à presença do canal interoceânico, destacou. Em dezembro de 1989, a perseguição contra o então presidente e general Manuel Noriega, acusado de envolvimento com o narcotráfico, resultou na destruição das forças de defesa locais.Sobre o tema, o professor titular do Centro de Estudos Hemisféricos e sobre os Estados Unidos da Universidade de Havana e doutor em Ciências Históricas Ernesto Domínguez comentou à Sputnik que, embora o tráfico de drogas exista na região, um dos fatores-chave é o papel desempenhado pelos Estados Unidos como principal mercado consumidor.Ele afirmou que a atual incursão representa a continuidade de uma longa trajetória e está alinhada com o discurso desta administração norte-americana sobre a América Latina. Além da intenção declarada de retomar o controle do Canal do Panamá, também já foi cogitado o uso da força contra o México, sob o pretexto do combate aos cartéis de drogas.Outros antecedentes recentes incluem o Plano Colômbia, na década de 1990, e a reativação da Quarta Frota, em 2008 — episódios que demonstram o aumento da presença militar dos Estados Unidos na região.
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Ameaça militar dos EUA no Caribe: 'A periculosidade é máxima e as consequências, imprevisíveis'
01:52 28.08.2025 (atualizado: 05:50 28.08.2025) A presença de forças militares dos Estados Unidos na região do Caribe, próxima às costas da Venezuela, representa, na visão de Caracas, grave ameaça à segurança regional e clara violação dos compromissos internacionais assumidos com o objetivo de manter a área como uma zona de paz.
Em declarações à Sputnik, o doutor em Ciências Econômicas Luis René Fernández Tabío afirmou que essa operação militar, somada aos instrumentos de propaganda e às ações subversivas internas na nação sul-americana, "constitui um enorme risco para a paz não apenas regional, mas também mundial, qualquer que seja seu desfecho".
"A periculosidade é máxima e as consequências, imprevisíveis", frisou o professor titular e pesquisador cubano do Centro de Pesquisas de Economia Internacional da Universidade de Havana.
Washington intensificou sua política de intervenção para derrubar o governo de Caracas e realizar a chamada mudança de regime, afirmou o estudioso. Com isso, argumentou, os EUA buscam recuperar o controle sobre os imensos recursos desse país, com destaque para o petróleo, mas também outras riquezas naturais e minerais importantes.
Durante uma recente reunião entre o chanceler venezuelano, Yván Gil, e o coordenador residente da Organização das Nações Unidas no país, Gianluca Rampolla, foi abordada a situação criada após o deslocamento de
forças militares dos Estados Unidos no Caribe, incluindo n
avios de guerra e um submarino nuclear.
Segundo o especialista caribenho, o contexto atual revela mais um capítulo da chamada guerra híbrida que, sob o pretexto do combate ao narcotráfico e outras falsas acusações contra líderes de
governos não alinhados com os Estados Unidos, se estende por diversos países da América Latina e do Caribe.
Violações a acordos internacionais
Para Fernández Tabío, "as ações de ameaça de uso da força contra um país soberano não são respaldadas por nenhum instrumento das relações internacionais". Ele acrescentou ainda que a Carta das Nações Unidas e a Proclamação da América Latina como Zona de Paz estão entre os principais acordos que proíbem o uso da força.
No entanto, os EUA "têm uma longa história de agressões e intervenções de todo tipo, especialmente em nossa região; não são respaldadas pelas normas do direito internacional, mas têm sido executadas dentro dos marcos do unilateralismo imperialista e de diferentes interpretações do chamado Destino Manifesto e da Doutrina Monroe".
Em sua opinião, prevalecerá a rejeição majoritária — regional e global — a tais práticas, embora existam governos na
região favoráveis ao "imperialismo", que "apoiarão os falsos argumentos e tentarão justificá-los".
Entretanto, ponderou, apesar dos enormes riscos, a diplomacia eficaz de grandes potências como China e Rússia atua como contrapeso em um multipolarismo em formação, ao repudiarem tais políticas imperialistas.
Por sua vez, Pavel Alemán, professor e pesquisador da Faculdade de Filosofia e História da Universidade de Havana, em Cuba, lembrou à Sputnik que as águas do mar do Caribe têm sido utilizadas, nos últimos anos, para atividades de tráfico ilegal de armas, pessoas e drogas e lavagem de dinheiro.
Ele destacou que, apesar de haver cooperação entre as agências encarregadas de combater essas redes criminosas, atualmente o uso das forças armadas ocorre para pressionar politicamente a Venezuela, ou seja, "o uso coercitivo do instrumento militar para exercer pressão sobre outro Estado".
Da mesma forma, advertiu que Washington não costuma participar desse tipo de operação sozinho.
"Geralmente tenta legitimar, entre aspas, essa presença com a participação de outros atores que o apoiam. Já soubemos que o governo da França decidiu mobilizar alguns ativos de sua marinha para apoiar essa espécie de operação internacional".
Em sua opinião, não seria surpreendente se outras potências europeias com interesses nessa sub-região — como os Países Baixos ou o Reino Unido — se juntassem à iniciativa.
"Há países receptores no Caribe que, de certa forma, estão se envolvendo mais, como é o caso de Trinidad e Tobago e da Guiana, que tem um litígio territorial com a Venezuela".
Ele também pontuou que, em um passado recente, os Estados Unidos utilizaram pretextos como o narcotráfico ou a suposta posse de armas de destruição em massa para lançar operações militares punitivas contra Estados soberanos, com o propósito de provocar mudanças de governo e eliminar adversários.
Foi o caso do Panamá, com relevância no comércio internacional e nas comunicações marítimas devido à presença do canal interoceânico, destacou. Em dezembro de 1989, a perseguição contra o então presidente e general Manuel Noriega, acusado de envolvimento com o narcotráfico, resultou na destruição das forças de defesa locais.
Sobre o tema, o professor titular do Centro de Estudos Hemisféricos e sobre os Estados Unidos da Universidade de Havana e doutor em Ciências Históricas Ernesto Domínguez comentou à Sputnik que, embora o tráfico de drogas exista na região, um dos fatores-chave é o papel desempenhado pelos Estados Unidos como principal mercado consumidor.
Ele afirmou que a atual incursão representa a continuidade de uma longa trajetória e está alinhada com o discurso desta
administração norte-americana sobre a América Latina. Além da intenção declarada de retomar o
controle do Canal do Panamá, também já foi cogitado o uso da força contra o México, sob o pretexto do combate aos cartéis de drogas.
Outros antecedentes recentes incluem o Plano Colômbia, na década de 1990, e a reativação da Quarta Frota, em 2008 — episódios que demonstram o aumento da presença militar dos Estados Unidos na região.
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