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Europa prolonga conflito ucraniano para pressionar Rússia e deixar segurança para EUA, diz analista

© AP Photo / LibkosSoldados ucranianos preparam suas munições nas posições da linha de frente perto de Ugledar, República Popular de Donetsk, 1º de maio de 2023.
Soldados ucranianos preparam suas munições nas posições da linha de frente perto de Ugledar, República Popular de Donetsk, 1º de maio de 2023.  - Sputnik Brasil, 1920, 19.09.2025
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A Europa vê no prolongamento do conflito na Ucrânia uma forma de manter a Rússia pressionada e, ao mesmo tempo, garantir que os Estados Unidos continuem arcando com a responsabilidade pela segurança europeia, afirmou Dmitry Stefanovich, pesquisador do Centro de Segurança Internacional da Academia de Ciências da Rússia, em entrevista à Sputnik.
O analista acredita que ocorreu uma espécie de "rotinização" do conflito ucraniano.
"A ausência de guerras nas fronteiras das grandes potências é, na realidade, uma exceção na história, e não a regra. Durante a maior parte do tempo, em algum ponto das fronteiras sempre houve confrontos", destacou Stefanovich.
O especialista lembrou que, embora a Ucrânia seja uma questão central para a Rússia, outros países também enfrentam tensões regionais.

"Para nós, a Ucrânia é um tema muito mais importante. Mas a China, por exemplo, tem conflitos periódicos na fronteira com a Índia, além da questão de Taiwan. Os EUA lidam com enormes problemas em sua fronteira sul. Já a Europa, além da crise ucraniana, ainda não enfrenta novos focos de instabilidade, mas acredito que esse é apenas um momento de calmaria. No Oriente Médio e na África, a situação também é bastante clara", afirmou.

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Segundo Stefanovich, a comunidade internacional busca alternativas para criar mecanismos de segurança global, mas o cenário atual aponta na direção contrária.
"É bastante triste, porque muitas iniciativas, inclusive de nossos amigos chineses, têm como objetivo evitar esses conflitos. No entanto, vemos uma tendência de normalização dos confrontos armados, o que é negativo. Esses embates consomem recursos enormes que poderiam ser destinados a problemas globais mais relevantes", explicou.
O pesquisador ressaltou ainda que existem grupos interessados na manutenção e no prolongamento de guerras.

"Está claro que, no contexto do conflito ucraniano, para a Europa não se trata de uma questão vital, mas sim extremamente importante que o conflito dure mais tempo. Assim, ele continuará sendo um problema para a Rússia e, ao mesmo tempo, forçará os EUA a assumir a responsabilidade pela segurança do continente europeu", afirmou.

Stefanovich acrescentou que, mesmo dentro do establishment dos países ocidentais, não há consenso sobre essa estratégia.
"Tais círculos existem, mas esses interesses nem sempre são compartilhados entre os países como um todo; mesmo dentro do establishment de um país específico, pode haver opiniões diferentes", observou.
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O analista também criticou a postura diplomática de alguns países europeus.

"De repente, a diplomacia na Europa é percebida como uma espécie de presente para aqueles com quem você se envolve em diplomacia. Bem, isso não é absolutamente verdade, porque a diplomacia, assim como o controle de armas, não é algo bom para o benefício de toda a humanidade; é um instrumento normal de segurança nacional. E o fato de a Europa ter decidido repentinamente que não precisa de diplomacia é um problema dela mesma", concluiu.

Anteriormente, a representante oficial do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, já havia afirmado que qualquer assistência à Ucrânia apenas prolonga a agonia do regime ucraniano, trazendo sérios riscos de uma escalada incontrolável, e ameaça a estabilidade global.
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