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Missões rabinas no Nordeste contribuem para nova visão sobre o judaísmo, dizem analistas

© AP Photo / Sebastian ScheinerJudeu ultraortodoxo em frente a uma menorá na terceira véspera do Chanucá, no Muro das Lamentações, o local mais sagrado do judaísmo, na Cidade Velha de Jerusalém, em 13 de dezembro de 2009
Judeu ultraortodoxo em frente a uma menorá na terceira véspera do Chanucá, no Muro das Lamentações, o local mais sagrado do judaísmo, na Cidade Velha de Jerusalém, em 13 de dezembro de 2009 - Sputnik Brasil, 1920, 25.09.2025
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Em entrevista ao podcast Mundioka, da Sputnik Brasil, analistas destacam que há uma confusão entre a população judaica e o Estado Israelense, e que muitos judeus não apoiam o genocídio em Gaza.
Desde a década de 1960, descendentes dos judeus no Nordeste brasileiro que foram obrigados a renunciar à sua fé graças à imposição dos impérios português e espanhol têm buscado resgatar as suas raízes. Atualmente, rabinos israelenses na região atuam como missionários, buscando quem possam converter.
Ao podcast Mundioka, da Sputnik Brasil, Karina Calandrin, professora de relações internacionais do Ibmec São Paulo, afirma que o aumento no número de sinagogas observado no Nordeste não é uma estratégia de soft power de Israel, mas sim de um programa de resgate cultural.

"Esses programas, eles visam esse tipo de judeu, principalmente — o judeu que não é, a gente fala, institucionalizado. Então ele não vai em uma sinagoga, ele não estudou em colégio judaico, ele não fez parte de movimento juvenil judaico. Esses programas são uma forma de integrar esse judeu à comunidade, não necessariamente a Israel."

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Porém, ela acrescenta que essas missões rabinas poderiam substituir o papel do Estado como uma espécie de diplomacia cultural, sobretudo no momento atual da ofensiva israelense na Faixa de Gaza, que faz muitos generalizarem a todos os judeus a culpa pelo massacre palestino.
"Os judeus, inclusive os judeus brasileiros, têm sido culpabilizados pelo que acontece na Faixa de Gaza, e isso é muito grave, porque tem muitos judeus […] que são contra o que está acontecendo na Faixa de Gaza."
Ela pontua que é importante que a população brasileira saiba disso e entenda também que os judeus brasileiros "são de outra religião e têm sua própria cultura, mas são tão brasileiros quanto o restante da população".

"O Brasil sempre foi um país em que a coexistência existiu entre as diferentes religiões e culturas, então que a população brasileira conheça mais da cultura judaica e saiba que os judeus brasileiros são pessoas de bem, são pessoas da paz e que não estão interessados no mal das pessoas, […] não estão apoiando o que acontece na Faixa de Gaza."

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Ao podcast Mundioka, Ali Ramos, cientista político, filósofo e criador do canal Vento Leste, afirma que a expansão simbólica do judaísmo para regiões periféricas do mundo reflete o problema da perda de legitimidade de Israel nos fóruns internacionais.
"Israel tem um problema demográfico muito grande. Israel sabe que não vai resolver esse problema pelas vias normais, institucionais, até porque a taxa de natalidade israelense é baixíssima. Então Israel precisa apelar para isso", afirma.
Ele acrescenta que a atuação do governo israelense em Gaza vai contra os próprios interesses estratégicos de Israel e do povo israelense.
"Não é do interesse, digamos assim, do povo israelense, que, creio eu, só quer viver a vida de forma comum e normal, sem problemas, mas está em um território constantemente conflagrado, que está constantemente entrando em guerra com seus vizinhos, se expandindo."
Ramos considera que há espaço dentro do judaísmo latino-americano para um posicionamento crítico às ações do Estado de Israel, solidário aos palestinos e com outra visão de mundo.

"Diria até que é um trajeto natural. As pessoas tendem, por exemplo, a generalizar o sionismo, a colocar todo o sionismo no mesmo bloco, mas não é [assim]", afirma.

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