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Contra o 'colonialismo tecnológico': Rússia impulsiona uma nova era de energia nuclear pacífica

© Sputnik / Maksim Blinov / Acessar o banco de imagensUma bandeira nacional russa e bandeiras com o logotipo da Rosatom tremulam no canteiro de obras de uma torre de resfriamento na usina nuclear Kursk II, perto da vila de Makarovka, nos arredores de Kurchatov, região de Kursk
Uma bandeira nacional russa e bandeiras com o logotipo da Rosatom tremulam no canteiro de obras de uma torre de resfriamento na usina nuclear Kursk II, perto da vila de Makarovka, nos arredores de Kurchatov, região de Kursk - Sputnik Brasil, 1920, 29.09.2025
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Com 40 projetos em mais de dez países, a Rússia é a potência nuclear com o maior número de parcerias globais para a construção de usinas. Confira alguns dos principais planos em construção com auxílio de Moscou e sua estatal de energia nuclear, a Rosatom.
Em discurso no fórum internacional da Semana Atômica Mundial em Moscou, o presidente russo, Vladimir Putin, defendeu a expansão da energia nuclear pacífica por meio de um modelo de financiamento e acesso igualitário, de forma a combater o colonialismo tecnológico.

"Rejeitamos o chamado colonialismo tecnológico, o que significa que não tornamos nossos parceiros dependentes de soluções técnicas russas. Pelo contrário, os ajudamos a criar suas próprias indústrias atômicas nacionais soberanas, o que inclui treinamento de pessoal e o estabelecimento de centros de competência", disse o presidente russo.

Ele afirmou que cada vez mais países enxergam a energia nuclear como recurso importante para o desenvolvimento, acrescentou que uma nova ordem tecnológica está emergindo no mundo, e disse que a Rússia convida cientistas de diferentes países para cooperar em tecnologias que inauguram uma nova era na energia nuclear.
A Sputnik Brasil preparou uma lista de cooperações e projetos de vários países feitos em parceria com Moscou.
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Irã

Uma das maiores colaborações de energia nuclear de Moscou é Teerã. Em 2014, os governos russos e iranianos firmaram um contrato para a construção de oito usinas de alta potência no Irã.
Dessas, o maior projeto é a central nuclear de Busherhr, prevista para ser concluída até 2031 e que promete gerar 10% da eletricidade iraniana. A primeira unidade da usina, com capacidade de 1.000 MW, foi conectada à rede elétrica nacional do país pela primeira vez em 2011.
Somado a isso, na semana passada, os países assinaram um contrato, orçado em US$ 25 bilhões (R$ 134 bilhões), para a construção de quatro novas usinas nucleares na província iraniana de Hormozgan.
Além disso, os países também firmaram um acordo para a construção de uma série de reatores nucleares modulares no país persa, além do treinamento de cientistas nucleares iranianos.
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Turquia

Com a Turquia, a Rússia estabeleceu uma parceria para a construção da usina nuclear de Akkuyu, na província turca de Mersin. Com quatro reatores VVER-1200, com capacidade de 1200 MW cada, a central gerará cerca de 35 bilhões de kWh por ano e cobrirá até 10% das necessidades de eletricidade da Turquia.
A parceria foi iniciada na década de 1970, mas foi suspensa após o acidente de Chernobyl, em 1986. O trabalho conjunto só voltou a se intensificar na década de 1990. Em 2010, Moscou e Ancara assinaram um acordo de cooperação para a construção e operação das instalações. O comissionamento da primeira das quatro unidades do projeto foi realizado neste ano

África

A Rússia estabeleceu parcerias pra cooperação energética nucleara com vários países da África, como Marrocos, Argélia, Gana, Congo, Nigéria, Ruanda, África do Sul, Sudão, Tunísia, Uganda e Zâmbia, mas dois merecem destaque especial: Etiópia e Egito.
Durante a Semana Atômica Mundial, Vladimir Putin e o primeiro-ministro etíope, Abiy Ahmed, firmaram uma parceria para a construção de uma central nuclear no país africano, com um plano detalhado de implementação e a previsão de treinamento de equipes locais.
Já com o Egito, em 2015 a Federação da Rússia e o Egito concordaram em construir a primeira usina nuclear egípcia em El-Dabaa. As construções iniciaram em 2022 e a expectativa é que até 2028 a usina esteja comissionada.
O presidente egípcio, Abdel Fattah al-Sisi, à direita, aperta a mão do presidente russo, Vladimir Putin, no Cairo, em encontro para anunciar a parceria para a construção da primeira usina nuclear do Egito. Egito, 10 de fevereiro de 2015 - Sputnik Brasil, 1920, 26.02.2024
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Brasil

No final de 2024, o governo brasileiro iniciou uma parceria com a Rosatom para discutir a cooperação nuclear. A estatal oferece ao Brasil uma cooperação na construção de usinas nucleares de baixa capacidade. A tecnologia tem potencial para levar energia para regiões de difícil acesso, como a Amazônia.
O tema foi discutido na reunião bilateral entre Putin e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, durante a viagem do chefe de Estado brasileiro à Rússia em maio. Na ocasião, a ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, que integrou a comitiva do presidente, disse que uma das áreas de maior interesse na cooperação com a Rússia é justamente a nuclear.
"É natural que a Rússia tenha um histórico de domínio em ciências e tecnologias na área de defesa, até pela herança da Guerra Fria. Acabou que, objetivamente, os russos têm um domínio tecnológico elevado nessas áreas", afirmou a ministra.
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Índia

Em dezembro de 2023, Rússia e Índia assinaram acordos relativos à construção das futuras unidades da usina nuclear de Kudankulam.
O projeto envolve a construção de seis unidades, as duas primeiras começaram há quase duas décadas, como parte de um projeto assinado pelos dois países. Já concluídas, as unidades 1 e 2 foram conectadas à rede nacional da Índia em 2013 e 2016, e fornecem eletricidade para a região sul do país.

China

A parceria entre Rússia e China em energia nuclear já dura quatro décadas, com o projeto de Tianwan sendo seu principal destaque. Hoje, a Rosatom participa na construção das usinas 7 e 8 da central nuclear, cuja previsão de entrada de serviço é para 2026-2027.
Outro desenvolvimento conjunto é a central de Xudabao, cujos reatores 3 e 4 também estão sendo construídos com a ajuda russa. Estas devem ficar prontas entre 2027 e 2028.
Moscou e Pequim também trabalham em conjunto em um projeto para levar uma instalação nuclear à Lua, entre 2033 e 2035. Para analistas, a cooperação seria um avanço para a exploração de Marte, pois a usina tornaria a Lua uma espécie de base para missões ao planeta, que necessitam de fontes de energia que sejam potentes e confiáveis, como a nuclear.
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