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Colômbia retira linha de crédito do FMI com melhora das condições econômicas
Colômbia retira linha de crédito do FMI com melhora das condições econômicas
Sputnik Brasil
Apesar dos questionamentos do FMI sobre a posição fiscal da Colômbia, o governo de Petro aproveitou o crescimento de suas reservas internacionais para cancelar... 04.10.2025, Sputnik Brasil
2025-10-04T07:18-0300
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Quase seis meses após o Fundo Monetário Internacional (FMI) decidir suspender o acesso da Colômbia à Linha de Crédito Flexível (LCF) que o país havia acordado em 2024, o governo de Gustavo Petro decidiu encerrar o instrumento e, a partir de 1º de janeiro de 2026, quitar sua dívida com a organização multilateral.A decisão foi anunciada conjuntamente pelo Ministério da Fazenda da Colômbia e pelo Banco da República, que observaram que a linha de crédito totalizava aproximadamente US$ 8,1 bilhões (mais de R$ 43,2 bilhões) e, embora tivesse sido renovada em 2024, havia sido inicialmente acordada pelo governo de Iván Duque (2018-2022).O ex-presidente apresentou a linha de crédito como uma ferramenta para enfrentar os desafios financeiros impostos pelas consequências econômicas da pandemia de COVID-19, decisão criticada por Petro. Após anunciar o cancelamento do instrumento, ele comemorou em sua conta nas redes sociais ter "cumprido o empréstimo que Duque irresponsavelmente tomou com o FMI".'A decisão é consistente'Em conversa com a Sputnik, o analista econômico colombiano Diego Cortés considerou que a decisão adotada pelo governo Petro pode ser entendida à luz das dificuldades que o governo colombiano tem enfrentado para utilizar esses recursos. "O FMI decidiu não permitir o desembolso dos recursos abertos sob esta linha de crédito", lembrou o analista.De fato, a organização começou a restringir o acesso da Colômbia à linha de crédito em abril de 2025, quando anunciou que a continuidade do programa estaria "condicionada ao resultado das consultas" programadas para o país sul-americano.A consulta foi concluída em 29 de setembro, e a visão da organização multilateral não foi mais auspiciosa, questionando os "repetidos desvios fiscais" do país e "a suspensão temporária da regra fiscal". O FMI alegou que "a política e o arcabouço fiscal enfraqueceram consideravelmente em comparação com a avaliação anterior de 'muito sólido', necessária para a manutenção da classificação na LCF".Para Cortés, essa postura do FMI foi o que, em última análise, levou o governo colombiano a cancelar o acordo, que, de qualquer forma, obrigava o Estado colombiano a arcar com o custo da linha de crédito, independentemente de sua utilização. Segundo o próprio Petro, a Colômbia já pagou aproximadamente US$ 5 bilhões (cerca de R$ 26,6 bilhões) por esse instrumento.Cortés acrescentou que, ao cancelar o acordo, a Colômbia recuperará o dinheiro pago pelo instrumento e também poderá desviar os recursos que havia reservado anteriormente para esses pagamentos para outras políticas públicas.Consultado pela Sputnik, o economista colombiano Christian Méndez observou que os juros da dívida são "despesas inflexíveis" que, juntamente com a própria dívida externa, consomem grande parte dos orçamentos. Dada a perspectiva para janeiro de 2026, o governo poderia desviar esses recursos "para investimentos voltados ao crescimento econômico".Para isso, esclareceu Méndez, o governo colombiano precisa consolidar sua capacidade de geração de receita. Nesse sentido, podem surgir "discussões de política econômica", como a possibilidade de uma reforma tributária, um dos objetivos do atual governo.'Recuperação econômica e de investimentos'No mesmo comunicado que anunciou o cancelamento da LCF, o Banco da República do país latino-americano buscou tranquilizar o país sobre as opções de financiamento emergencial, apesar de não dispor de uma ferramenta como a oferecida pelo FMI.Nesse sentido, a organização avaliou que o país vive um período em que "os níveis de liquidez são adequados" e as reservas internacionais atingiram US$ 65,5 bilhões (cerca de R$ 349,6 bilhões), resultado de um "programa de acumulação de reservas" implementado em 2024, que arrecadou US$ 1,5 bilhão (mais de R$ 8 bilhões), e da rentabilidade das carteiras, que contribuíram com US$ 4,5 bilhões (aproximadamente R$ 24,01 bilhões) entre 2024 e 2025.Ao mesmo tempo, comentou o analista, a Colômbia apresentou melhora nos índices que medem o risco em mercados emergentes, fazendo com que diferentes investidores vejam o país sul-americano como "menos arriscado" para investimentos. Para Cortés, há "confiança na região e na Colômbia em particular", o que pode servir para reduzir as taxas de juros de potenciais empréstimos e títulos emitidos no exterior, minimizando o risco de a Colômbia enfrentar problemas de liquidez em um futuro próximo.Para Cortés, após um 2023 marcado por "números ruins", a economia colombiana alcançou uma "recuperação econômica e de investimentos" como nunca havia visto antes, resultando, por exemplo, na queda do desemprego para 8,6%, o menor índice desde 2001.Méndez afirmou ainda que o governo colombiano mantém "metas de inflação confiáveis" (3% até 2025) e "crescimento econômico positivo" (2,1% do PIB após o primeiro semestre de 2025), o que permite ao governo Petro estar otimista quanto à "normalização da política fiscal" e ao "compromisso com transformações estruturais da economia colombiana".
https://noticiabrasil.net.br/20250927/presidente-da-colombia-reivindica-mudanca-da-sede-da-onu-apos-revogacao-de-seu-visto-pelos-eua-43690949.html
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Colômbia retira linha de crédito do FMI com melhora das condições econômicas
07:18 04.10.2025 (atualizado: 18:49 04.10.2025) Apesar dos questionamentos do FMI sobre a posição fiscal da Colômbia, o governo de Petro aproveitou o crescimento de suas reservas internacionais para cancelar uma Linha de Crédito Flexível com a organização. Analistas consultados pela Sputnik disseram que a posição do país latino-americano permite que ele considere outras formas de financiamento.
Quase seis meses após o Fundo Monetário Internacional (FMI) decidir suspender o acesso da Colômbia à Linha de Crédito Flexível (LCF) que o país havia acordado em 2024, o
governo de Gustavo Petro decidiu encerrar o instrumento e,
a partir de 1º de janeiro de 2026, quitar sua dívida com a organização multilateral.
A decisão foi anunciada conjuntamente pelo Ministério da Fazenda da Colômbia e pelo Banco da República, que observaram que a
linha de crédito totalizava aproximadamente US$ 8,1 bilhões (mais de R$ 43,2 bilhões) e,
embora tivesse sido renovada em 2024, havia sido inicialmente acordada pelo governo de Iván Duque (2018-2022).
O ex-presidente apresentou a linha de crédito como uma ferramenta para enfrentar os desafios financeiros impostos pelas consequências econômicas da pandemia de COVID-19, decisão criticada por Petro. Após anunciar o cancelamento do instrumento, ele comemorou em sua conta nas redes sociais ter "cumprido o empréstimo que Duque irresponsavelmente tomou com o FMI".
'A decisão é consistente'
Em conversa com a Sputnik, o analista econômico colombiano
Diego Cortés considerou que a decisão adotada pelo governo Petro
pode ser entendida à luz das dificuldades que o governo colombiano tem enfrentado para utilizar esses recursos.
"O FMI decidiu não permitir o desembolso dos recursos abertos sob esta linha de crédito", lembrou o analista.
De fato, a organização começou a restringir o acesso da Colômbia à linha de crédito em abril de 2025, quando anunciou que a continuidade do programa estaria "condicionada ao resultado das consultas" programadas para o país sul-americano.
A consulta foi concluída em 29 de setembro, e a visão da
organização multilateral não foi mais auspiciosa, questionando os "repetidos desvios fiscais" do país e "a
suspensão temporária da regra fiscal". O FMI alegou que "a política e o arcabouço fiscal enfraqueceram consideravelmente em comparação com a avaliação anterior de 'muito sólido', necessária para a manutenção da classificação na LCF".
Para Cortés, essa postura do FMI foi o que, em última análise, levou o governo colombiano a cancelar o acordo, que, de qualquer forma, obrigava o Estado colombiano a
arcar com o custo da linha de crédito, independentemente de sua utilização. Segundo o próprio Petro, a Colômbia já pagou
aproximadamente US$ 5 bilhões (cerca de R$ 26,6 bilhões) por esse instrumento.
"Se a linha de crédito não puder ser utilizada neste momento, não faz sentido continuar mantendo essa forma de financiamento aberta e os custos que dela decorrem. A decisão é consistente com a não alocação de mais recursos para uma linha de crédito que não pode ser utilizada neste momento", explicou o especialista.
Cortés acrescentou que, ao cancelar o acordo, a Colômbia recuperará o dinheiro pago pelo instrumento e também poderá desviar os recursos que
havia reservado anteriormente para esses
pagamentos para outras políticas públicas.
Consultado pela Sputnik, o economista colombiano Christian Méndez observou que os juros da dívida são "despesas inflexíveis" que, juntamente com a própria dívida externa, consomem grande parte dos orçamentos. Dada a perspectiva para janeiro de 2026, o governo poderia desviar esses recursos "para investimentos voltados ao crescimento econômico".
Para isso, esclareceu Méndez, o
governo colombiano precisa consolidar sua capacidade de geração de receita. Nesse sentido, podem surgir "
discussões de política econômica", como a possibilidade de uma reforma tributária, um dos objetivos do atual governo.
'Recuperação econômica e de investimentos'
No mesmo comunicado que anunciou o cancelamento da LCF, o Banco da República do país latino-americano
buscou tranquilizar o país sobre as opções de financiamento emergencial, apesar de
não dispor de uma ferramenta como a oferecida pelo FMI.
Nesse sentido, a organização avaliou que o país vive um período em que "os níveis de liquidez são adequados" e as reservas internacionais atingiram US$ 65,5 bilhões (cerca de R$ 349,6 bilhões), resultado de um "programa de acumulação de reservas" implementado em 2024, que arrecadou US$ 1,5 bilhão (mais de R$ 8 bilhões), e da rentabilidade das carteiras, que contribuíram com US$ 4,5 bilhões (aproximadamente R$ 24,01 bilhões) entre 2024 e 2025.
"As reservas internacionais cresceram em um ano, assim como a rentabilidade dessas reservas, graças à decisão do Banco da República de usar essa rentabilidade para acumular reservas até atingir níveis adequados", afirmou Cortés, enfatizando que o país mantém um bom nível de reservas, mesmo para os padrões do FMI.
Ao mesmo tempo, comentou o analista, a Colômbia apresentou melhora nos índices que medem o risco em mercados emergentes, fazendo com que diferentes investidores vejam o país sul-americano como "
menos arriscado" para investimentos. Para Cortés,
há "confiança na região e na Colômbia em particular", o que pode servir para reduzir as taxas de juros de potenciais empréstimos e títulos emitidos no exterior, minimizando o risco de a Colômbia enfrentar problemas de liquidez em um futuro próximo.
Para Cortés, após um 2023 marcado por "números ruins", a economia colombiana alcançou uma "recuperação econômica e de investimentos" como
nunca havia visto antes, resultando, por exemplo, na
queda do desemprego para 8,6%, o menor índice desde 2001.
Méndez afirmou ainda que o governo colombiano mantém "metas de inflação confiáveis" (3% até 2025) e "crescimento econômico positivo" (2,1% do PIB após o primeiro semestre de 2025), o que permite ao governo Petro estar otimista quanto à "normalização da política fiscal" e ao "compromisso com transformações estruturais da economia colombiana".
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