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Contradição: Comissão Europeia insta a Espanha a reduzir despesas, mas alerta para aumento da pobreza
Contradição: Comissão Europeia insta a Espanha a reduzir despesas, mas alerta para aumento da pobreza
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Bruxelas alerta que a Espanha pode ultrapassar o limite de despesas públicas em 2026, arriscando desequilíbrio fiscal; o governo Sánchez defende manter o... 27.11.2025, Sputnik Brasil
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Com a adoção do Pacote de Outono do Semestre Europeu de 2026, mecanismo que orienta políticas econômicas e de emprego, a Comissão Europeia (CE) alerta a Espanha para o risco de descumprimento das despesas públicas e insta à sua redução, prevendo que o país ultrapassará o limite permitido.O objetivo é controlar o déficit e reduzir a dívida pública acumulada desde a crise de 2008 e agravada pela pandemia. Foram fixados limites rigorosos para o crescimento da despesa líquida, com 3,5% como teto crítico. A regra busca estabilidade macroeconômica, mas colide com necessidades sociais internas.Projeções da CE indicam que a despesa espanhola crescerá 3,8% em 2025, acima do limite. O plano de redução faseada foi acordado para conter a dívida de 103,4% do produto interno bruto (PIB). Croácia, Lituânia e Eslovênia já excedem o teto e, junto com a Espanha, Bulgária e Hungria correm risco semelhante.Em 18 de novembro, o governo Sánchez aprovou um teto orçamentário de € 212,02 bilhões (cerca de R$ 1,3 trilhão) para 2026, 8,5% superior ao de 2025. "O governo mantém seu roteiro de reduzir dívida e déficit, fortalecendo o bem-estar social", afirmou o Conselho de Ministros. Descumprimentos não geram sanções, mas trazem pressão política e exigem ajustes. Em 26 de novembro, a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) divulgou estudo que, apesar de elogiar os dados macroeconômicos, recomenda reformas na previdência e benefícios, estimando impacto de 0,4% do PIB, ou € 6,8 bilhões (aproximadamente R$ 42,1 bilhões).Dilema social versus austeridade fiscalCortes de gastos entram em choque com demandas sociais. Reduzir despesas implica limitar saúde, previdência e programas contra pobreza. No mesmo dia, relatório da CE sobre Emprego apontou riscos à convergência social, citando fraca proteção e elevado abandono escolar. Em 2024, 25,8% da população estava em risco de pobreza, chegando a 34,6% entre crianças, bem acima da média da UE. Cumprir recomendações orçamentárias pode significar negligenciar parte da população."Governos não têm opção senão aumentar impostos", explica o economista M. C. Carpintero, citando exemplos do Reino Unido e Bélgica. Esta última, com dívida semelhante à espanhola e déficit maior (4,5%), aprovou cortes de € 9,2 bilhões (cerca de R$ 57,04 bilhões) até 2029 via novos impostos. Entre 24 e 26 de novembro, greves gerais paralisaram o país. Espanha e Bélgica ainda não apresentaram seus orçamentos de 2026 a Bruxelas, e a fragilidade política de Sánchez pode levar a 2026 com orçamento prorrogado desde 2023.O paradoxo dos gastos militaresA austeridade social contrasta com a fluidez dos gastos em defesa. O governo comprometeu-se a ampliar investimentos militares para cumprir metas da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), da UE e apoiar a Ucrânia. "O problema não é técnico, mas político: recursos existem e são alocados a armamentos", afirma Carpintero, destacando mais de € 10 bilhões (mais de R$ 62 bilhões) destinados em 2025, equivalentes a 2,1% do PIB.Apesar de liderar o crescimento da zona do euro, a disciplina de Bruxelas pode colidir com a coesão social e a soberania sobre o uso dos recursos. A OCDE elevou a previsão de crescimento espanhol para 2,9% em 2025 e 2,2% em 2026, alinhada ao governo.Segundo Albarracín, o atual crescimento decorre de um ciclo excêntrico e da política neokeynesiana, beneficiada pela recuperação pós-pandemia. Contudo, a restauração do Pacto de Estabilidade e Crescimento é inevitável, exceto para gastos militares. A Espanha continuará a aumentá-los, ainda que seu ritmo seja mais lento que o de outros países.
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europa, economia, pedro sánchez, espanha, bruxelas, bélgica, organização para a cooperação e desenvolvimento econômico (ocde), ocde, comissão europeia, gastos, zona do euro, bem-estar, contradição, gastos militares
Contradição: Comissão Europeia insta a Espanha a reduzir despesas, mas alerta para aumento da pobreza
12:58 27.11.2025 (atualizado: 16:24 27.11.2025) Bruxelas alerta que a Espanha pode ultrapassar o limite de despesas públicas em 2026, arriscando desequilíbrio fiscal; o governo Sánchez defende manter o bem-estar social enquanto enfrenta pressões de Bruxelas e da OCDE por reformas e cortes orçamentários.
Com a adoção do Pacote de Outono do Semestre Europeu de 2026, mecanismo que orienta
políticas econômicas e de emprego, a
Comissão Europeia (CE) alerta a Espanha para o risco de descumprimento das despesas públicas e insta à sua redução,
prevendo que o país ultrapassará o limite permitido.
O objetivo é controlar o déficit e reduzir a dívida pública acumulada desde a crise de 2008 e agravada pela pandemia. Foram
fixados limites rigorosos para o
crescimento da despesa líquida, com 3,5% como teto crítico. A regra busca estabilidade macroeconômica, mas colide com necessidades sociais internas.
Projeções da CE indicam que a despesa espanhola crescerá 3,8% em 2025, acima do limite. O plano de redução faseada foi acordado para conter a dívida de 103,4% do produto interno bruto (PIB). Croácia, Lituânia e Eslovênia já excedem o teto e, junto com a Espanha, Bulgária e Hungria correm risco semelhante.
Em 18 de novembro, o governo Sánchez aprovou um
teto orçamentário de € 212,02 bilhões (cerca de R$ 1,3 trilhão) para 2026, 8,5% superior ao de 2025. "O governo mantém seu roteiro de reduzir dívida e déficit,
fortalecendo o bem-estar social", afirmou o Conselho de Ministros. Descumprimentos não geram sanções, mas trazem pressão política e exigem ajustes. Em 26 de novembro, a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) divulgou estudo que, apesar de elogiar os dados macroeconômicos, recomenda reformas na previdência e benefícios, estimando impacto de 0,4% do PIB, ou € 6,8 bilhões (aproximadamente R$ 42,1 bilhões).
Dilema social versus austeridade fiscal
Cortes de gastos entram em choque com demandas sociais. Reduzir despesas implica limitar saúde, previdência e programas contra pobreza. No mesmo dia, relatório da CE sobre Emprego
apontou riscos à convergência social, citando fraca proteção e elevado abandono escolar. Em 2024, 25,8% da população estava em risco de pobreza, chegando a 34,6% entre crianças, bem acima da média da UE. Cumprir
recomendações orçamentárias pode significar negligenciar parte da população.
"Governos não têm opção senão aumentar impostos", explica o economista M. C. Carpintero, citando exemplos do Reino Unido e Bélgica. Esta última, com dívida semelhante à espanhola e déficit maior (4,5%),
aprovou cortes de € 9,2 bilhões (cerca de R$ 57,04 bilhões) até 2029 via novos impostos. Entre 24 e 26 de novembro,
greves gerais paralisaram o país. Espanha e Bélgica ainda não apresentaram seus orçamentos de 2026 a Bruxelas, e a fragilidade política de Sánchez pode levar a 2026 com orçamento prorrogado desde 2023.
O paradoxo dos gastos militares
A austeridade social contrasta com a fluidez dos gastos em defesa. O governo comprometeu-se a ampliar investimentos militares para
cumprir metas da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), da UE e apoiar a Ucrânia. "
O problema não é técnico, mas político: recursos existem e são alocados a armamentos", afirma Carpintero, destacando mais de € 10 bilhões (mais de R$ 62 bilhões) destinados em 2025, equivalentes a 2,1% do PIB.
Apesar de liderar o
crescimento da zona do euro, a disciplina de Bruxelas pode colidir com a coesão social e a soberania sobre o uso dos recursos. A OCDE
elevou a previsão de crescimento espanhol para 2,9% em 2025 e 2,2% em 2026, alinhada ao governo.
"Mas a tendência global é de estagnação", alerta Daniel Albarracín, professor da Universidade de Sevilha, prevendo que ela chegue à Espanha em 2026 ou 2027. Se o país não ampliar receitas, a pressão dos gastos militares e da contenção fiscal resultará em cortes no bem-estar social.
Segundo Albarracín, o atual crescimento decorre de um ciclo excêntrico e da política neokeynesiana, beneficiada pela recuperação pós-pandemia. Contudo, a restauração do Pacto de Estabilidade e Crescimento é inevitável, exceto para gastos militares. A Espanha continuará a aumentá-los, ainda que seu ritmo seja mais lento que o de outros países.
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