Venezuela implementa medidas especiais de viagem em meio a ameaças dos EUA
06:54 30.11.2025 (atualizado: 20:15 30.11.2025)
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A Venezuela anunciou medidas especiais para organizar a saída e o retorno de cidadãos após Donald Trump pedir o fechamento do espaço aéreo sobre o país. Delcy Rodríguez afirmou que Maduro ordenou um plano emergencial e acionou organismos internacionais contra o que chama de ação ilegítima dos EUA.
Segundo a vice-presidente venezuelana, Delcy Rodríguez, Caracas vai implementar medidas especiais para organizar a saída e o retorno de seus cidadãos em resposta às declarações do presidente dos EUA, Donald Trump, sobre o fechamento do espaço aéreo sobre o país.
"O governo dos EUA está atendendo ao pedido de Maria Machado [líder da oposição venezuelana] para bloquear o espaço aéreo da Venezuela. Em resposta a essa agressão, o presidente Nicolás Maduro ordenou um plano especial para o retorno de venezuelanos retidos em outros países, bem como para facilitar rotas de saída para aqueles que precisam viajar para fora do nosso território", disse Rodríguez no Telegram, neste domingo (30).
A Venezuela acionou todos os mecanismos multilaterais de acordo com o direito internacional para "cessar imediatamente essa ação ilegítima e ilegal", acrescentou.
No sábado (29), Trump pediu a todas as companhias aéreas que considerassem o espaço aéreo sobre e ao redor da Venezuela fechado. As autoridades venezuelanas rejeitaram veementemente o apelo e exigiram que os EUA respeitassem o espaço aéreo do país, além de recorrerem à ONU e à Organização da Aviação Civil Internacional (OACI) para que condenassem a declaração de Washington, que Caracas considera uma ameaça de uso da força.
Os EUA justificam sua presença militar na região do Caribe com o combate ao narcotráfico. Em setembro e outubro, o país utilizou repetidamente suas forças armadas para destruir embarcações supostamente transportando drogas perto da costa da Venezuela. A NBC noticiou na quinta-feira (27) que as forças norte-americanas estavam estudando opções para atingir narcotraficantes dentro da República Bolivariana.
Em 3 de novembro, Trump expressou a opinião de que os dias de Maduro como líder da Venezuela estavam contados, ao mesmo tempo em que assegurava que os EUA não tinham planos de declarar guerra à república. Caracas considerou essas ações uma provocação destinada a desestabilizar a região e uma violação dos acordos internacionais sobre o status desmilitarizado e livre de armas nucleares do Caribe.
