Partido governante da Turquia publica relatório explicando compra dos S-400 russos

A mídia turca informou que o Partido da Justiça e Desenvolvimento da Turquia, força governante do país, publicou um relatório interno sobre os sistemas de defesa antiaérea S-400 que a Rússia fornecerá a Ancara em conformidade com o acordo bilateral.
Sputnik

O documento de 5 páginas, assinado pelo vice-presidente do partido, Hamza Dag, e distribuído entre os seus membros, contém as caraterísticas técnicas dos respectivos armamentos, bem como a fundamentação para a sua compra pelas autoridades turcas, escreve a Sputnik Turquia.

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Assim, destaca-se que "é indiscutível a necessidade de presença de sistemas de defesa antiaérea de longo alcance nos países do mundo contemporâneo", bem como se enfatiza que o controle do uso dos sistemas S-400 será exercido pelas Forças Armadas da Turquia e que eles não serão integrados no sistema de defesa antiaérea da OTAN.

Entre as principais ameaças à segurança turca, o documento enumera o Daesh, organização terrorista proibida na Rússia e em vários outros países, as milícias curdas YPG e o "regime sírio". Ademais, observa-se que "tais fatores como o aumento das despesas da região com armamentos, a escolha dos sistemas e tecnologias de mísseis como uma prioridade, a transformação da força militar em um fator de influência política na região, bem como o seguimento do conceito ‘Dilema de Segurança', condicionam a necessidade de tomar determinadas medidas no campo militar".

Os autores do relatório asseguram que um país que reforça seu potencial bélico aumenta, ao mesmo tempo, sua capacidade de conduzir uma linha política independente, por isso a modernização das suas Forças Armadas é tão importante para a nação.

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O documento relembra também o fato de os EUA e Alemanha terem retirado seus sistemas Patriot da cidade turca de Malatya em 2016, os quais tinham sido instalados na respectiva área em 2013 para repelir potenciais ameaças por parte da Síria. Foi inclusive por isso que Ancara decidiu voltar a abordar a questão da compra de novos sistemas de defesa antiaérea.

Entretanto, o texto do relatório é acompanhado por um infográfico que contém informação detalhada sobre a criação do sistema russo S-400, seus parâmetros e caraterísticas técnicas.

Ressalta-se que "a Turquia rejeitou a abordagem que previa a compra e consequente modernização de sistemas antigos em vez de armamentos modernos".

Hoje em dia, o país usa três sistemas principais de defesa antiaérea: os Nike Hercules, fornecidos pelos EUA na época da Guerra Fria e que em breve serão retirados do serviço, além dos sistemas estadunidenses Rapier e Hawk.

Vale destacar que todos os três sistemas foram fornecidos à Turquia como equipamentos que sobraram nos próprios EUA, sendo mais tarde modernizados já no território do país muçulmano.

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O relatório destaca que o S-400 é um dos sistemas de defesa antiaérea mais modernos e desenvolvidos no mundo. Adianta-se que neste momento a Turquia não dispõe de um sistema antiaéreo de longo alcance a grandes atitudes e que a decisão sobre o fornecimento dos S-400 foi por tomada por iniciativa do presidente, Recep Tayyip Erdogan, e do Partido da Justiça e Desenvolvimento.

O documento não deixou de mencionar também as críticas apresentadas pelos EUA e países da OTAN em relação a este acordo, principalmente pelo fato dos "S-400 não serem capazes de ser integrados no sistema de defesa antiaérea da OTAN, bem como por eles serem comprados à Rússia".

"Entretanto, em resposta a estas objeções, a Turquia demonstra uma postura que coloca seus próprios interesses e segurança em primeiro lugar", explicaram os autores.

"Com a compra dos sistemas S-400, a Turquia deixou claro que o desenvolvimento das relações com a Rússia e a Europa não se excluem. Ademais, com este passo, demonstrou a disponibilidade para cooperar na esfera militar com todos os países que respeitam os direitos de soberania e não tornam a venda de armas em um instrumento de pressão", finaliza o relatório.

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