George Soros 'se rende' na luta teimosa contra Rússia, aceitado realidade

George Soros acabou por ser um "dos raros russófobos de alto nível" que são capazes de reconhecer seus erros, escreve Ivan Danilov, jornalista e autor do blog Crimson Alter, em seu artigo especial para a Sputnik.
Sputnik

4 regiões do mundo em que a situação pode ficar fora de controle em 2018
A questão é que o oligarca estadunidense, conhecido por ter "quebrado" o Banco da Inglaterra, predisse a falência da Rússia para 2017, mas não deu.

"Entre os especialistas midiáticos e políticos, para quem os prognósticos negativos sobre a Rússia são quase uma obrigação profissional, é comum adiar simplesmente a data do colapso para algum prazo mais distante. Soros, devemos elogiar aqui o nosso oponente resoluto, põe em prática uma antiga regra bolsista: quando mudam os fatos, é preciso mudar de opinião", assinala Danilov.

Em uma entrevista à edição britânica Financial Times, o financista mudou inesperadamente sua postura em relação à Rússia, usando o exemplo dela para enfatizar como a União Europeia está passando mal. De uma maneira agressiva, própria dele, Soros afirmou que a "UE é uma organização que está à beira do colapso", enquanto a Rússia é "uma potência em renascimento, baseada no nacionalismo".

Por mais estranho que pareça, sublinha o colunista, na entrevista não há nem uma palavra sobre a gravidade crescente da situação interna na Rússia. De fato, o oligarca tenta interpretar o papel de um "lutador pela liberdade", alegadamente enfrentado pessoalmente por Putin, porém, com tais declarações ele de fato apenas aumenta a imagem positiva do presidente russo, pois não se atreve atacá-lo, ao contrário do que faz aos políticos europeus, como Angela Merkel.

"A frustração do oligarca estadunidense está em grande sintonia com a frustração refletida pela nova estratégia de segurança nacional dos EUA. No principal documento da entidade militar norte-americana, a Rússia e a China figuram como as 'potências revisionistas' que lançaram um desafio aos interesses norte-americanos e à ordem mundial existente, baseada na hegemonia dos EUA", observa o jornalista russo.

Ano de falência econômica e 3ª Guerra Mundial? O que Nostradamus predisse para 2018
Deste modo, Soros, de fato, se queixa da mesma coisa, apenas transferindo o enfoque para a ameaça que a Rússia como "potência renascente" representa para a União Europeia. "É de assinalar que tanto Soros quanto a Casa Branca, na verdade, culpam a Rússia pela mesma coisa: por ter alterado a ordem mundial, cuja principal caraterística era a 'morte da Rússia' amplamente reconhecida e o fato de privá-la de seu anterior status de potência", escreve Danilov.

Segundo as declarações do próprio Soros, ressalta o autor, ele acredita sinceramente que o "renascimento" da Rússia se deve ao seu "nacionalismo".

"Como mostra a prática, do ponto de vista do financista e ativista político estadunidense, qualquer político que não queira desempenhar o papel de fantoche nas mãos dele automaticamente se torna um nacionalista e um perigoso radical, que em caso algum pode ser aceito na 'sociedade decente'. Se traduzirmos sua declaração de 'língua de Soros' para linguagem normal, podemos dizer: Soros está se queixando de que a Rússia renasce graças ao patriotismo, e isto o assusta francamente", argumenta o jornalista.

Porém, é possível detectar a razão para pânico do oligarca norte-americano, ressalta Danilov: basta olhar para seus antigos prognósticos em relação à Rússia.

Chefe da diplomacia alemã: China, EUA e Rússia desprezam a União Europeia
"Em vez de ficar na bancarrota ou colapsar, ela [a Rússia] está bem estável e o próprio fato da sua existência é um exemplo de como se pode defender os interesses nacionais apesar de todos os esforços de Washington", continuou.

Ademais, o autor sublinha que, após a vitória de Macron nas presidenciais francesas do ano passado, muitos cientistas políticos começaram a falar da "morte do populismo europeu" e até da "derrota do euroceticismo pró-russo".

"Soros afirma que é precisamente a União Europeia que está à beira do colapso, e suspeito que o oligarca estadunidense esteja mais perto da verdade", resumiu Danilov.

Comentar