O bloco europeu alega ter encontrado dois tipos de bactéria salmonela (a Salmonella typhimurium e a Salmonella enteritidis) em carnes de frango in natura (aquelas que não passam por processamento e nem são salgadas antes de exportadas). A União, porém, admite aceitar o produto desta forma desde que os produtores e o governo brasileiro aceitem pagar uma taxa de € 1024, ou cerca de R$4400, por tonelada de frango.
A opinião é acompanhada pelo vice-presidente da Sociedade Nacional de Agricultura (SNA), Hélio Sirimarco em entrevista exclusiva concedida à Sputnik Brasil. Para o economista, a UE coloca "uma pedra no sapato para obter vantagem".
"Existem mais de 2 mil tipos de salmonela, estamos falando de dois tipos específicos que não afetam o ser humano. Quando o frango é preparado assado ou cozido, elas desaparecem. Essa é uma informação que nos foi passada pelos veterinários", afirma.
Avaliando que os produtores e o governo brasileiro dificilmente concordarão com o pagamento da taxa exigida pela UE para liberação do frango, Sirimarco sugere que movimentações como esta dos europeus devem causar um efeito indigesto para Bruxelas: a aproximação do Brasil com o mercado asiático.
"Acabamos de fechar um acordo com a Coreia do Sul para a carne suína, uma negociação que vinha há mais de 10 anos. Provavelmente este será um dos principais destinos da carne suína brasileira. Não vamos deixar de exportar para a comunidade europeia, mas o grande consumidor é a Ásia, o maior parceiro comercial do Brasil hoje é a China", diz.
A organização também mencionou que "o setor avícola brasileiro atua com o compromisso de produzir de acordo com a legislação, nacional e internacional, que regula a sanidade e a qualidade dos produtos alimentícios" e que na avaliação dos sindicalistas, "o embargo pela UE é uma medida protecionista comercial e não se baseia em questões sanitárias".